CAVALEIROS DO NORTE!! Batalhão de Cavalaria 8423, última guarnição militar portuguesa nas terras uíjanas de Quitexe, Zalala, Aldeia Viçosa, Santa Isabel, Vista Alegre, Ponte do Dange, Songo e Carmona! Em Angola, anos de 1974 e 1975!

sábado, 31 de agosto de 2019

4 798 - A evacuação do «zalala» Rogério Raposo de Luanda para Lisboa !

Cavaleiros do Norte da 1ª. CCAV. 8423, a de Zalala. De pé, António Henriques Nunes Lago e Rogério
 Raposo - que há 44 anos foi evacuado de Luanda para Lisboa. Em baixo, Fernando Coelho, 1ºs. ca
bos
Hélio Cunha e Ângelo Lourenço, José Aires e Carlos Costa (Carlitos)


Quarteto de Zalala´s em momento de descanso:
Fernando Coelho, Rogério Raposo, José
 Aires e 1º. cabo Carlos Ferreira


O soldado Rogério Silvestre Raposo, da 1ª. CCAV. 8423, a de Zalala, foi evacuado para Luanda a 31 de Agosto de 1974, devido a problemas de saúde.
«Tive problemas na pele, depois do rebentamento de um granada, ainda em Carmona», recordou este Cavaleiro do Norte especialista de transmissões (era rádio-telegrafista), especificando que da capital do Uíge foi evacuado pela o Hospital Militar de Luanda e desta para o de Lisboa - onde chegou a 1 de Setembro de 1985. Há precisamente 44 anos.
O Rogério Raposo, tempos depois (nos anos 90 do século XX) voltou a Angola e por lá fez vida profissional durante muitos anos, regressando em 2015. Trabalhava no sector das madeiras e recordou-nos que «uma vez, fui a Zalala, em serviço, mas nada estava igual».
«Foi uma dor ver o que vimos e lembrando-nos do que era a Fazenda no tempo em que lá estivemos», disse Rogério Raposo, que em Luanda viveu na Maianga e agora, já aposentado, mora para os lados de Sintra.
José Paulo
Fernandes

Bacelar de Brito, de Santa 
Isabel, 68 anos em Lisboa !

O 1º. cabo Bacelar de Brito, da 3ª. CCAV. 8423, a da Fazenda de Santa Isabel, festeja 68 anos a 31 de Agosto de 2019.
António Joaquim Faria Bacelar de Brito, é este o seu nome completo, foi atirador de Cavalaria da Companhia comandada pelo capitão  miliciano José Paulo de Oliveira Fernandes. E pouco mais sabemos deste antigo companheiro da jornada africana do Uíge angolano. Apenas que mora(rá) em Lisboa, na Cruz de Poiares.
Para lá e para ele, o nosso abraço de parabéns!
OPVDCA

PSPA e Voluntários
no Sector do Uíge 

A remodelação militar «imposta pelo MFA» levou a que, a 31 de Agosto de 1974, as 3ª. e 4ª. Companhias da PSPA/ Guarda Rural «passaram à dependência operacional do Comando do Sector do Uíge» - o CSU, que estava instalado em Carmona.
A Organização Provincial de Voluntários de Defesa Civil de Angola (OPVDCA) também passou a depender do CSU, assim «deixando de estar na dependência do BCAV. 8423». Ainda no âmbito desta remodelação, já a Polícia de Informação Militar (PIM) «passou a ter a designação de Gabinete Especial de Informação» - o GEI. Há 45 anos!


sexta-feira, 30 de agosto de 2019

4 797 - A morte, há um ano, do furriel miliciano Rodrigues de Zalala!

Cavaleiros do Norte de Zalala, todos milicianos: furriéis José Louro, Américo Rodrigues (que faleceu há
 um ano, de doença e em VN de Famalicão), José Nascimento, Jorge Barata (f. a 11/10/1997, de doença
e em Alcains) e Jorge Barreto e alferes Mário Jorge de Sousa e José Lains dos Santos 


Cavaleiros do Norte TRMS da 1ª. CCAV. 8423, a
 de Zalala: Fernando Coelho, Jorge Manuel Silva (que
hoje festeja 67 anos) e António Lago

O dia 30 de Agosto de 1975, pelas terras angolanas de Luanda e Grafanil, foi tempo de gerir expectativas e ansiedades: os Cavaleiros do Norte da CCS estavam a uma semana, e a um dia..., de regressar a Portugal. Seguir-se-iam as três companhias operacionais. E assim aconteceu! 
O dia, em 2018, 43 anos depois, foi 
Furriel Américo
Joaquim S. Rodrigues
tragicamente assinalado com a morte do furriel miliciano Américo Rodrigues, da 1ª. CCAV. 8423, a de Zalala.
Américo Joaquim da Silva Rodrigues, atirador de Cavalaria com recruta e especialidade tiradas na Escola Prática de Cavalaria, em Santarém, notabilizou-se na 1ª. CCAV. 8423 como gestor da vagomestria zalaliana, que assumiu de «maneira eficiente e dedicada», como se lê no louvor do comandante do BCAV. 8423, apesar de serem «funções que estavam fora da sua especialidade, mas para as quais houve que ser nomeado».
Casamento com Angelina,
a 10 de Julho de 1977
Américo e Angelina
no ano de 2018

Furriel a facilitar
acção do comando

O louvor ao furriel Américo Rodrigues foi publicado na OS nº. 165 e precisa que «impôs-se à consideração da subunidade, o que leva a afirmar ter sido preciosa a sua colaboração, pelo muito que contri-
buiu para facilitar a acção do comando» - a do capitão miliciano Castro Dias.
«Apreciado pela colaboração prestada aos seus superiores, não é menos ver-
dade que de igual modo viu os seus serviços serem sempre desejados e com-
preendidos pelos seus subordinados, razões estas que, na mais elementar justiça, conduzem a público apreço das suas actividades militares», conclui o louvor do comando do BCAV. 8423.
Companheiro maior da jornada africana do Uíge angolano e dinamizador per-
manente e activo encontros anuais da 1ª. CCAV. 8423, o Rodrigues foi vítima de doença e faleceu há precisamente um ano, dia 30 de Agosto de 2018.
Hoje, aqui e sempre, o recordamos com saudade. RIP!!!

Jorge Silva no posto
de rádio de Vista Alegre
Jorge Silva 2019

Silva, 1º. cabo TRMS, 67
anos em Cacém/Ericeira


O 1º. cabo Jorge Manuel da Silva, da 1º. CCAV. 8423, a de Zalala, festeja 67 anos a 27 de Agosto de 2019.

Rádio-telegrafista de especialidade, regressou a Portugal no dia 9 de Setembro de 1975, fixando-se no lugar de Corvo, freguesia de Carquerê, no município de Resende, de onde é natural. A vida profissional e familiar levou-o para Lisboa e por lá, e por mais de 30 anos, trabalhou como recepcionista-chefe da Messe de Sargentos, na Rua Luciano Cordeiro.
Aposentado, divide o seu tempo entre o Cacém e Ericeira, entregando-se aos prazeres do cuido dos seus dois netos. «São eles o meu trabalho e a minha ocupação», disse Jorge Silva, para quem vai o nosso abraço de parabéns pelos 67 anos que hoje comemora!

Mendes de Zalala, 
67 anos em Oleiros !

O soldado Mendes, da 1ª. CCAV. 8423, a de Zalala, festeja 67 anos a 30 de Agosto de 2019.
Carlos Alberto Lopes Fernandes Mendes era atirador de Cavalaria e regressou a Portugal no dia 8 de Setembro de 1975, quando terminou a sua comissão militar em Angola - também por Vista Alegre/Ponte do Dange, Songo e Carmo-
na - fixando-se em Quartos, povoação da freguesia de Álvaro, no município de Oleiros - onde supomos que ainda viverá. Nada mais sabemos dele.
Onde quer que esteja, para ele aqui fica o nosso abraço de parabéns!

quinta-feira, 29 de agosto de 2019

4 796 - UNITA a pedir diálogo político para resolver problema de Angola!

Cavaleiros do Norte da 3ª. CCAV. 8423, da da Fazenda Santa Isabel e todos furriéis milicianos: José
 Querido, Victor Guedes (falecido, de doença, a 16/04/1998), António Fernandes, Agostinho Belo (de
 óculos) e Ângelo Rabiço
Cavaleiros do Norte da 1ª. CCAV. 8423.
 De pé, furriel João Dias, alferes Lains
dos Santos e furriel Évora Soares. Em
baixo, Carlos Costa, que hoje faria 67
 anos (e faleceu a 24/04/2015, de doen-
ça e em Azeitão) e Fernando Silva
BCAV. 8423

A Comissão Local de Contra-Subver-
são (CLCS) do Quitexe voltou a reunir no dia 29 de Agosto de 1974. Há 45 anos. Um ano depois, a UNITA anunciava-se como «um movimento de libertação tranquilo» e sublinhando que «o Governo de Transição não acabou».
O movimento de Jonas Savinbi apresentou-se em Lisboa, em conferência de imprensa, por, disse José N´dele, «falta de acessos aos órgãos de comunicação angolanos» e desmentindo um acordo de cessar-fogo com o MPLA e também acções integradas com a FNLA.
José N´Dele era o 1ºº. ministro do Governo de Transição de Angola, que na prática já não existia, e deslocou-se a Lisboa para, segundo disse, «esclarecer pontos escuros» com o Governo Português. 
As «diferenças» entre os três movimentos angolanos de libertação eram enormes e José N´Dele advogou «o diálogo com representantes dos reais interesses do povo para resolver o problema de Angola». Para a UNITA, era tempo de achar e desenvolver «soluções políticas».
Manuel Vilaça
apont. de Zalala

Vilaça de Zalala, 67
anos em Famalicão !

O soldado Vilaça, Cavaleiro do Norte da 1ª. CCAV. 8423, a de Zalala, festeja 67 anos a 29 de Agosto de 2019.
Manuel Joaquim Vilaça da Silva, é este o seu nome completo, foi apontador de morteiros e integrou o Grupo de Combate coman-
dado pelo alferes miliciano Pedro Rosa. Regressou a Portugal no dia 9 de Setembro de 1975, fixando residência na sua natal Barroca, lugar de freguesia de Outriz, em Vila Nova de Famalicão.
Aposentado, lá continua a residir e é frequentador permanente dos encontros dos «zalalas». Para ele, vai o nosso abraço de parabéns! 
Carlos Costa, de
Zalal, o Alfama

Costa, o Alfama de Zalala,
faria 67 anos. Morreu em 2015!

O soldado Costa, especialista de transmissões da 1ª. CAV. 8423, a da Fazenda de Zalala, faria 67 anos a 29 de Agosto de 2019. Faleceu a 24 de Abril de 2015.
Carlos Alberto dos Santos Costa, por lá conhecido como Alfama, também fez parte do Grupo de Combate do alferes miliciano Pedro Rosa e regressou a Portugal no dia 9 de Setembro de 1975, à sua casa da avenida 24 de Julho, freguesia de Santos, em Lisboa.
O pouco que sabemos dele é informação do furriel João Dias, responsável pelas Transmissões da 1ª. CCAV. 8423. Vivia em Azeitão, onde faleceu há pouco mais de 4 anos. Hoje o recordamos com saudade. RIP!!! 

quarta-feira, 28 de agosto de 2019

4 795 - Angola invadida, a norte e a sul. - Cavaleiros do Norte a dia do regresso!


Futebol no Quitexe, equipa do Pelotão de Sapadores. De pé, Irineu (clarim) Afonso Henriques,  NN, Je-
rónimo Sousa e Américo Oliveira. Em baixo, António José da Silva Amaral (que hoje festeja 67 anos,
em Lordelo do Douro), António Calçada, 1º. cabo Fernando Grácio, NN e José Coelho (falecido
a 13/05/2007, de doença e em Penafiel)
Cavaleiros do Norte, furriéis milicianos à entrada da Casa
 dos Furriéis do Quitexe: Grenha Lopes, Viegas, António
Fernandes (de bigode) e Delmiro Ribeiro (de óculos)

Os Cavaleiros do Norte do BCAV. 8423, a pouco dias dias de regressarem a Portu-
gal e continuando como «unidade de reserva da RMA», continuavam muito expectantes sobre a actualidade ango-
lana. A 28 de Agosto de 1975, hoje se passam 44 anos, o MPLA denunciava a invasão de Pereira d´Eça por forças militares sul-africanas.
«Forças sul-africanas continuam a violar o território angolano», acusava o movimento presidido porAgostinho Neto, dando conta que a chegada a Pereira d´Eça acontecia depois de «terem destruído completamente um centro populacional civil».
A invasão passou pelo posto fronteiriço de Santa Clara, no dia 21 e repetido a 26, neste caso continuando em Namacunde, em direcção ao Chieve.
«O que acontece neste momento na fronteira Sul não difere, na essência, do que acontece na fronteira Norte, nas fronteiras do Zaire e do Uíge», referia o MPLA, aludindo, implicitamente, «a ingerências da República do Zaire nos assuntos internos de Angola».
O comunicado do MPLA chamava, depois, «a atenção das autoridades políticas e militares portuguesas para as responsabilidades que ainda lhe cabem, na condução conjunta do país» e protestava a África do Sul «por esta violação e agressão», exigindo das suas autoridades «a retirada imediata de quaisquer efectivos militares que se encontrem abusivamente em território angolano».
Notícia do Diário de Lisboa
de 28 de Agosto de 1974

Angola poderia alimentar
50 milhões de pessoas !

Os arranjos da rede estradal do Uíge, e particularmente na ZA dos Cavaleiros do Norte do BCAV. 8423, continuava um ano antes, pelos fins de Agosto de 1974.
A segurança dos trabalhadores da Junta Autónoma de Estradas de Angola (JAEA) era, recordemos e naquela área uíjana, assegurada «sob protecção de escoltas militares» dos Cavaleiros do Norte do BCAV. 8423.
O dia 28 de Agosto de há 45 anos foi tempo de Tangisina Kuzayiladio, repre-
sentante da FNLA, considerar em Budapeste (capital da Hungria) que «as ri-
quezas de Angola e do seu território inexplorado poderão alimentar 50 milhões de pessoas». O que, precisou, não se poderia concretizar «enquanto Angola não se tornar independente».
 Tangisina Kuzayiladio falava na Conferência Sobre a População Mundial, onde admitiu, todavia, que «enquanto Angola não se tornar independente, esses problemas deverão passar para segundo plano, a fim de que todos os esforços sejam desenvolvidos no sentido da obtenção da liberdade».
O sapador Amaral
em 1974/1975
O 1º. cabo Vasco Vieira e o
António Amaral, que hoje
 festeja 67 anos

Amaral, sapador da CCS, 67
anos em Lordelo do Douro !

O soldado sapador António José da Silva Amaral, da CCS do BCAV. 8423, festeja 67 anos a 28 de Agosto de 2019.
Cavaleiro do Norte do comando do alferes miliciano Jaime Ribeiro, o Amaral regressou a Portugal no dia 8 de Setembro de 1975, fixando-se na Rua do Agra, freguesia da Foz do Douto, no Porto. Fez vida profissional na área da construção civil e, já aposentado, mora agora no Bair-
ro Nuno Pinheiro Torres, em Lordelo do Ouro, do mesmo município do Porto.
O António Amaral é habitual e activo participante dos encontros anuais da CCS, para ele vai o nosso abraço de parabéns!

terça-feira, 27 de agosto de 2019

4 794 - Tribunal popular do MPLA mandou fuzilar 11 elementos das FAPLA´s

Cavaleiros do Norte do BCAV. 8423 na cidade de Carmona, em 1975 e todos milicianos: alferes
Pedrosa de Oliveira e furriéis Manuel Afonso Machado (que amanhã festeja 67 anos em Braga), José
Lino, Nelson Rocha e António José Cruz

Cavaleiros do Norte da 1ª. CCAV. 8423, em momento de
lazer, no Songo e ambos furriéis milicianos: Manuel
Pinto (à vila) e João Aldeagas

O dia 27 de Agosto de 1975, por terras de Angola, pela capital Luanda e arre-
dores, onde - no Campo Militar do Gra-
fanil - se aquartelavam os Cavaleiros do Norte do BCAV. 8423, foi tempo de se saber que o MPLA, em tribunal popular, julgou e executou 6 elementos das For-
ças Armadas Populares de Libertação de Angola (FAPLA´s).
As FAPLA´s eram o braço armado do movimento de Agostinho Neto e o jul-
gamento decorreu no bairro popular do Sambizanga, suburbano de Luanda, sendo os 6 executados, e citamos o Diário de Lisboa, «acusados de roubarem, violarem e assassinarem 11 pessoas».
«O tribunal popular pronunciou-se contra os réus, que foram fuzilados em público», noticiava o jornal vespertino de Lisboa.
O Estado Maior das  FAPLA´s, depois disso, emitiu um comunicado em que alertava os militantes do MPLA para «a necessidade de cumprirem, integral e conscientemente, as disposições contidas na lei disciplinar» do movimento, reafirmando «mais uma vez que toda a infracção a essa lei será punida com a justiça e a rigidez que ela permite e a gravidade que o caso impuser».
Há 44 anos!
Notícia do Diário de
Lisboa de há 45 anos
e sobre os fuzilamen-
tos do MPLA

Apelo da FNLA a favor
da união do MPLA !

Um ano antes, rigorosamente, a FNLA, pela voz do presi-
dente Holden Roberto, fez um apelo ao MPLA para que «cessem sem demora os conflitos internos que só podem ser servir para os interesses daqueles que se opõem à independência imediata de Angola».
Os dirigentes do MPLA, nesse tempo de há 45 anos, esta-
vam reunidos em Lusaka (na Zâmbia) e divididos em três tendências - a do presidente Agostinho Neto, a de Daniel Chipenda (futura Revolta do Leste) e a de Joaquim Pinto de Andrade (Revolta Activa).
As três facções, segundo Holden Roberto, «estavam longe de se entenderem e de constituírem uma única direcção que faria, com a nossa, uma única frente comum» - conclusão a que chegou em função de «fontes que nos chegam da capital zambiana», a cidade de Lusaka, onde estavam reunidos os altos diri-
gentes do MPLA. «Esquecida» estava a UNITA de Jonas Savimbi.

O Doutor Manuel
Afonso Machado
Furriel Machado vai orga-
nizar o encontro 2020 da
CCS. Atrás, 1º cabo D.
Teixeira e Albino Dias
Machado, furriel da CCS,
67 anos em Braga !

O furriel miliciano Manuel Afonso Machado, da CCS do BCAV. 8423, festeja 67 anos a 28 de Agosto de 2019.
Mecânico de armamento, regressou a Portu-
gal no dia 8 de Setembro de 1975, ao Covelo do Gerez, freguesia do concelho de Monta-
legre, louvado pelo «zelo e aptidão» com que desempenhou as suas funções de especialidade, para além de ser «militar correcto, disciplinado e disciplinador, colaborando em todos os serviços que lhe foram pedidos e granjeando a estima dos seus superiores, camaradas e inferiores».
Quadro superior da EDP, é doutorado em Ciências Empresariais pela Univer-
sidade Fernando Pessoa, desde Dezembro de 2014. Também tem o grau de mestre pelo Instituto Politécnico do Cávado e do Ave (IPCA), do qual é docente convidado, e é licenciado em Contabilidade, pós-graduado em Higiene e Segu-
rança do Trabalho, especialista em Gestão de Empresas Profissionalmente, é também Técnico Superior de Higiene e Segurança do Trabalho, acreditado pela Autoridade das Condições de Trabalho (ACT).
Mora na cidade de Braga e vai ser o organizador do encontro da CCS dos Cavaleiros do Norte do BCAV. 8423 de 2020. Parabéns!

segunda-feira, 26 de agosto de 2019

4 793 - A rede estradal do Uíge, vala cheia de cadáveres em Luanda!


Cavaleiros do Norte da 2ª. CCAV. 8423, a de Aldeia Viçosa. Reconhecem-se, em baixo, os furriéis milicia-
nos Amorim Martins (o quarto a contar da esquerda) e Abel Mourato (o segundo, da direita). De pé, o ter-
ceiro da direita é o condutor Aniano Tomás. Alguém ajuda a identificar os restantes companheiros da
jornada africana do Uíge angolano?

José Craveiro, encarregado da Fazenda Luísa Maria, desta-
camento do BCAV. 8423, com os irmãos Eduardo e Rosa
Maria (irmãos de Adelaide, a Lai-Lai), filhos do admi-

nistrador Eduardo Silva, nos anos 60 do século XX

O comandante Carlos Almeida e Brito deslocou-se a Carmona o dia 26 de Agosto de 1974, há 45 anos, onde uma vez mais participou na reunião do Co-
mando do Sector do Uíge (CSU).
O objectivo do então tenente-coronel de Cavalaria comandante dos Cavaleiros do Norte do BCAV. 8423 foi «estabelecer contactos operacionais» com os coman-
dantes das outras unidades que opera-
vam na zona, como, de resto, já aconte-
cera nos dias anteriores 12, 14, 20 e 24 de Junho e 14, 17 e 31 de Julho, também a 5 de Julho em Sanza Pombo - onde se aquartelava a CCS do BCAV. 8324. 
O dia de há 45 anos foi também data do início do «arranjo da picada do Libe-
rato», no âmbito do plano de requalificação dos vários itinerários da rede estradal que eram executados pela Junta Autónoma de Estradas de Angola (JAEA), com «protecção de escoltas militares», neste caso por Grupos de Combate dos Cavaleiros do Norte do BCAV. 8423.
A 24, como se pode ler no livro «História da Unidade», tinham acabado os da picada para a Fazenda de Zalala e «continuavam em curso os da Estrada do Café, entre Vista Alegre e Ponte do Dange».
Notícia do Diário de Lisboa
de 26 de Agosto de 1975

MPLA em Sá de Bandeira e
vala comum cheia de cadáveres !

Um ano depois, e continuando sem nada se saber do «nosso» Uíge, a informação que chegava era de Sá da Bandeira onde, segundo o Diário de Lisboa, este «im-
portante centro cafeeiro e ferroviário» estava desde a véspera «em poder de unidades do movimento lide-
rado pelo dr. Agostinho Neto» - o MPLA.
«As forças da FNLA e da UNITA capitulara e comprometeram-se a abandonar a cidade nas próximas 24 horas e toda a província de Huíla nas próximas 48», reportava o Diário de Lisboa de há 44 anos.
Os Cavaleiros do Norte continuavam no Grafanil arredores de Luanda, onde a Polícia Judiciária «autorizou alguns jornalistas a visitar o forte de S. Pedro da Barra, evacuado recentemente por soldados da FNLA» e onde «puderam veri-
ficar horrores que atingem os limites do suportável».
A 3 quilómetros do forte e junto a uma falésia sobre o mar, reportava o Diário de Lisboa que «os jornalistas descobriram uma vala comum cheia de cadáve-
res em adiantado estado de decomposição e juncada de despojos humanos».
«Outros corpos empilhados em diversas valas não puderam ainda ser exuma-
dos, visto a FNLA ter minado o terreno», concluía o jornal vespertino de Lisboa, citando a Agência France Press.

José Craveiro
em L. Maria
José Craveiro


José Craveiro de Luísa Maria
faleceu em Maçãs de D. Maria !

José Dias Craveiro, que foi encarregado da Fazenda Luí-
sa Maria, na terra uíjana da jornada angolana dos Cava-
leiros do Norte do BCAV. 8423, faleceu a 6 de Agosto, aos 85 anos, de doença e no Hospital de Coimbra.
«É menos um aventureiro do sertão angolano», considerou, de luto bem fresco e tristeza sofrida na alma, o filho Carlos Laranjeira Craveiro, que ontem comemorou 59 anos e em 2015 publicou o livro «Cartas de chamada para um regresso anunciado», no qual, precisamente, evoca a epopeia seu pai por terras de Angola e onde, em Luísa Maria, foi anfitrião sempre disponível e amigo dos Cavaleiros do Norte do BCAV. 8423.
Eduardo Cocenas Silva, filho de Eduardo Silva, o ao tempo administrador da fa-
zenda, considerou-o «um homem de muito trabalho e da inteira confiança do meu pai Eduardo». «Foi homem que me deu colo, quando tinha cerca de 6 anos, já na Luísa Maria», acrescentou Eduardo Cocenas da Silva, agora profis-
sional de electrotecnia e irmão de Adelaide - a Lai-Lai da mesma fazenda.
O nosso abraço solidário para o dr. Carlos Laranjeira Craveiro, sua mãe e res-
tante família, em terras de Maçãs de D. Maria, município de Alvaiázere. RIP!!!

domingo, 25 de agosto de 2019

4 792 - Mina anti-carro na picada de Calambinga; MPLA a controlar a situação!

Cavaleiros do Norte do BCAV. 8423, de várias especialidades militares e na parada do Quitexe, em
1974, já lá vão 45 anos. Já faleceram o furriel João Mosteias (o terceiro, de pé, a contar da esquerda) e
 o 1º. cabo Fernando Soares, o décimo e com a braçadeira de serviço, ambos por doença
Cavaleiros do Norte do PELREC no Destacamento
da Fazenda Luísa Maria: 1º. cabo Hipólito e furriel
Viegas (atrás), Caixarias, Silvestre e Marcos

O mês de Agosto de 1974, há 45 anos e em dia indeterminado, foi tempo de «uma acção de levantamento de uma mina anti-carro na picada do Rio Calambinga».
A picada fica(va) da zona de acção dos Cavaleiros do Norte do BCAV. 8423, embora não nos lembremos da subunidade que interveio nesta delicada operação. Muito menos do especialista, do militar que procedeu ao levantamento da perigosíssima mina de guerra.
O livro «História da Unidade», de que nos socorremos, refere, sobre este período, que «foi uma actividade que não brilhou no campos dos feitos militares», até porque decorria já a directiva superior, que apontava para «a não realização de acções ofensivas», como aqui já há dias reportámos, «deixando-se de bater as áreas dos «quartéis» do IN e passando-se a apertar a malha dos patrulhamentos ao longo de toda a zona da acção».
Notícia do Diário de Lisboa de
 26 de Agosto de 1975 sobre
a situação em Angola

O MPLA e o «colapso
definitivo da FNLA»

Um ano depois e já com os Cavaleiros do Norte do BCAV. 8423 no Campo Militar do Grafanil, a aguardar o regresso definitivo a Portugal, noticiava a imprensa que «a situação estava estacionária» em Luanda, onde «alguns observadores admitiam o colapso definitivo da FNLA em curto espaço de tempo».
O Estado Maior General das Forças Armadas  (EMGFA) de Portugal, em comunicado da sua 5ª. Divisão e dessa segunda-feira de há 44 anos, dia 25 de Agosto de 1975, fazia o ponto da situação:
- Luanda: A situação mantém-se calma.
- Caxito: Movimentação de forças do MPLA e da FNLA, o que «fazia prever confrontações militares nas próximas horas».
- Lobito: Situação normal e evacuação de forças da UNITA.
- Moçâmedes: Situação controlada pelo MPLA, com forças da FNLA a serem evacuadas e preparando-se a evacuação da UNITA.
- Luso: Confrontações entre forças do MPLA e da UNITA.
- Nova Lisboa: Forças militares portuguesas evacuaram 1200 civis que estavam no Alto de Catumbela, junto à fábrica de celulose.
- Sá da Bandeira: Cidade controlada pelo MPLA, desde a tarda da véspera.
- Pereira d´Eça, Roçadas e Humbe: Cidades controladas pelo MPLA, que delas expulsara a FNLA.
Carmona e toda a região do Uíge, terra da FNLA e por onde os Cavaleiros do Norte jornadearam desde Junho de 1974, até 4 de Agosto de 1975, continuava fora dos circuitos noticiosos. Raramente se falava do Uíge.
J. Laranjeira
Carlos Laranjeira

Craveiro, de Luísa Maria,
59 anos em Alvaiázere !

Carlos Laranjeira Craveiro, uíjano adoptado de Luísa Maria, está hoje em festa de 59 anos.
Professor e escritor, é filho de José dias Craveiro, da Fazenda Luísa Maria, Destacamento do BCAV. 8423, onde foi encarregado, com Eduardo Bento da Silva - contemporâneos dos Cavaleiros do Norte do BCAV. 8423.
A escola trouxe-o de volta a Maçãs de D. Maria, ainda criança, e lá não voltou. Mas de lá colheu as sementes que o levaram, a 28 de Junho de 2015, apresen-
tar o livro «Cartas de chamada para regresso anunciado», em modo biográfico da epopeica aventura africana do pai e numa cerimónia que teve presença do Pai José e várias intervenções, entre as quais a do editor deste blogue.
Professor da Escola de Santa Maria do Olival, mora na cidade de Tomar e para lá, e para ele, vão os nossos parabéns!

sábado, 24 de agosto de 2019

4 791 - Cimeira MPLA/UNITA sem efeito, comandante na Rio Duízio!

Cavaleiros do Norte na parada do Quitexe. Atrás e de pé, 1ºs. cabos José Gomes (enfermeiro) e Jorge Silva
 (da 1ª. CCAV.) e António Couto Soares, que hoje festeja 67 anos na Póvoa do Lanhoso). Sentados: Humberto
 Zambujo, 1º. cabo Jorge Salgueiro (?) e José Costa. À frente: 1º. cabo José Mendes (TRMS), NN (sapador?),
Joaquim Moreira e 1ºs. cabos Alfredo Coelho (Buraquinho, de calções) e Luís Oliveira (TRMS) 
Notícia do Diário de Lisboa de há 45 anos, sobre
o «não» do MPLA aos partidos pós-25 de Abril
Jonas Savimbi (UNITA
e Agostinho Neto (MPLA)


O dia 24 de Agosto de 1975, por terras de Angola, foi tem-
po de se saber que continuavam dili-
gências no sentido de concretizar a cimeira entre o MPLA de Agostinho Neto e a UNITA de Jonas Savimbi, que esteve marcada para o dia 21, dias antes, mas não se realizou.
O encontro deveria ter-se concretizado na Base Aérea nº. 9, em Luanda, mas os responsáveis da UNITA alegaram que «não tinham protecção». O cancela-
mento, porém, não significava, do ponto do vista do Diário de Lisboa desse dia, que citamos, «o fim dos contactos entre os dois movimentos»Círculos próximos do Governo davam conta que «poderá ocorrer dentro de alguns dias, num outro local de Angola, ou até mesmo em Lisboa».
A cidade de Nova Lisboa, a actual Huambo e capital da província do mesmo nome, era, ao mesmo tempo, cenário de «confrontos armados, conduzidos especialmente por elementos da Facção Chipenda», cuja situação, de acordo com o DL, «parece cada vez mais indefinida».
O furriel Viegas de
férias em Nova Lisboa
em 1975
Os confrontos armados aconteciam numa altura em que a cidade tinha cada vez mais refugiados. Falava-se de 70 000 pessoas, 40 000 de origem europeia e 30 000 africanos, que exigiam embarcar para Portugal. E aumentava o número de refugiados, principalmente a partir de Sá da Bandeira. Esti-
mava-se que tal número chegasse aos 170 000, enquanto as evacuações para Lisboa não passava das 4 000 por semana. 
A cidade huambana, entretanto, era palco de perseguições ao MPLA, que «atingiam grande violência». De resto, tropas e muitos militantes deste movimento, perseguidos e ameaçados, «refugiaram-se nos quartéis portugueses». Aguardava-se «um contacto MPLA/UNITA para  estabelecer a sua retirada da cidade e a troca de prisioneiros».
Alferes milicianos Jaime Ri-
beiro, Augusto Rodrigues e
José Alberto Almeida

Comandante na Rio Duízo
e divisões no MPLA!

O comandante Carlos Almeida e Brito deslocou-se à Fa-
zenda Rio Duízo, no âmbito dos seus habituais contactos operacionais e sociais e no dia 24 de Agosto de 1974.
Tenente-coronel de Cavalaria, o líder dos Cavaleiros do Norte do BCAV. 8423 fez-se acompanhar, neste sábado de há 45 anos, por oficiais da CCS e autoridades civis e religiosas do Quitexe e repetia uma anterior visita, a de 14 de Julho.
O ia foi também tempo de se saber que o MPLA não aceitava «organizações políticas criadas à pressa, sob o clima do 25 de Abril», o reportava o jornal «A Província de Angola», depois de entrevistar Agostinho Neto em Lusaka. 
«São instrumentos de uma política à qual o MPLA se opõe irreversivelmente», notava o DL, também notando «as profundas divergências de opinião que dividem os líderes do partido», nomeadamente protagonizadas pelo presidente Agostinho Neto e Daniel Chipenda. 
Couto Soares

Couto Soares, TRMS da CCS,
67 anos na Póvoa do Lanhoso!

O soldado António do Couto Soares, da CCS do BCAV. 8423, festeja 67 anos a 24 de Agosto de 2019.
Especialista de transmissões, grupo do Alferes miliciano José Leonel Hermida, este Cavaleiro do Norte do Quitexe, e depois de Carmona (no BC12), regressou a Portugal no dia 8 de Se-
tembro de 1975, fixando-se na sua terra natal - o lugar e freguesia de Brunhais, no município de Póvoa do Lanhoso. De lá, emigrou para a Suíça e agora já aposentado, divide o seu tempo entre os dois países. 
Os nossos parabéns, para onde quer que hoje esteja!

sexta-feira, 23 de agosto de 2019

4 790 - Holden Roberto em Carmona e recuperação da picada de Zalala!


Cavaleiros do Norte do PELREC em festa de anos no Quitexe: alferes António Garcia, João Marcos (que
 amanhã festeja 67 anos, no Pego, em Abrantes), 1º. cabos João Pinto e Fernando Soares, Florêncio (mais
atrás), 1º. cabo Silvestres (de bigode), Francisco Madaleno e Alberto Ferreira. À frente, furriel mili-
ciano José Augusto Monteiro e 1º. cabo José Maria Almeida (cozinheiro)
Notícia do Diário de Lisboa de 23 de Agosto
de 1975, sobre a estadia de Holden Roberto,
presidente da FNLA, em Carmona
Holden Roberto
presidente da FNLA

As notícias de 23 de Agos-
to de 1975, um sábado de há 44 anos, davam conta da chegada de Holden Roberto, presidente da FNLA, a Carmona, «via-
jando num avião da Air Zaire».
O presidente da FNLA já teria estado em Car-
mona, eventualmente em altura coincidente com a presença do BCAV. 8423 - e o Diário de Lisboa desse dia de há 44 anos referia o pormenor de «já se ter deixado fotografar em Angola» em data anterior - não especificada.
Holden Roberto viajou acompanhado por Johhny Eduardo, que exercera o cargo de 1º. Ministro do Governo de Transição e, citando o Diário de Lisboa desse dia, «não deu qualquer explicação sobre a sua reentrada em território angolano». Mas, acentuava o jornal vespertino da capital portuguesa, «a via-
gem coincide com uma recuperação do MPLA, que empurrou a FNLA para norte do Rio Dande e na zona do Lucala , quase até Samba Caju».
O dia de há 44 anos coincidiu, também, com o desmentido dos Estados Unidos, quanto ao seu noticiado envio, acusado pelo MPLA, de armamento militar para a FNLA, através dos aeroportos de Carmona e do Negage e originário de bases localizadas na Alemanha.
Cavaleiros do Norte da 1ª. CAV. 8423 na picada
 de Zalala: Santos e furriéis milicianos Jorge
Barreto e José Nascimento

Picada de Zalala em
final de trabalhos !

Um ano antes, precisamente, e com os Cavaleiros do Norte mo terceiro mês da jornada africana do Uíge angolano, terminavam os trabalhos de «arranjo da rede estradal», quanto ao itinerário de Zalala.
Os trabalhos eram efectuados por brigadas da Junta Autónoma de Estradas de Angola (JAEA), com «protecção de  escoltas militares», no caso a cargo de grupos de combate do BCAV. 8423, numa altura em que, e citamos o livro «História da Unidade», «continuavam em curso os da Estrada do Café», entre Vista Alegre e Ponte do Dange».
A tropa apoiava todos e tudo. Neste caso, a mítica Fazenda de Zalala, a da 1ª. CCAV. 8423, ficava mais perto do Quitexe. E do mundo!
Cavaleiros do PELREC:
Alberto, 1º. cabo Pinto, Ma-
daleno e João Marcos, que
amanhã festeja 67 anos

Marcos do PELREC, 67
anos no Pego de Abrantes!

O soldado João Marcos, atirador de Cavalaria do PELREC da CCS, festeja 67 anos a 24 de Agosto de 2019.
João Manuel Lopes Marcos era daqueles jovens militares (e combatentes) que não quebrava nem torcia, não recuava a qualquer proble-
ma. Sem medos, alguma vez! Integro a equipa de Polícia Militar (PM), em Car-
mona «travestida» de Polícia da Unidade (PU), e foi daqueles que, com cora-
gem e sem hesitações, enfrentou galgou sobre quaisquer escaramuças que, de alguma maneira, pusessem em questão a segurança e a autoridade militar portuguesa em terras do Uíge.
Mora no Pego, do município de Abrantes, já aposentado de intensa actividade profissional e pequeno comerciante local, e para ele vão os nossos parabéns!