CAVALEIROS DO NORTE!! Batalhão de Cavalaria 8423, última guarnição militar portuguesa nas terras uíjanas de Quitexe, Zalala, Aldeia Viçosa, Santa Isabel, Vista Alegre, Ponte do Dange, Songo e Carmona! Em Angola, anos de 1974 e 1975!

domingo, 30 de abril de 2023

7 153 - A véspera do 1º. de Maio de 1974 e Luanda «acordada» ao som de morteiros, canhões e rajadas!!

Os Cavaleiros do Norte da CCS do BCAV. 8423voltaram ao RC4 em 2017 e aí realizaram, a 3 de Junho, o seu encontro
anual. Formaram em parada e receberam diplomas de participantes no 25 de Abril de 1974, entregues,  como 
se vê na foto, pelo coronel Celso Braz, o então comandante do Regimento de Carros de Combate (o antigo RC4)
A aldeia do Cazenza, vista do adro da Igreja de Santa Maria de Deus do
Quitexe - a 24 de Setembro de 2019, quando por lá passou  o furriel Viegas.
 Fica imediatamente a seguir à vila, para o lado de Camabatela


Os Cavaleiros do Norte do BCAV. 8423, há 49 anos e no dia 30 de Abril de 1974, uma terça-feira, continuavam no Campo Militar de Santa Margarida e no Destacamento do RC4, ultimando a sua preparação operacional para a missão que os iria levar a Angola.
As algumas indecisões resultantes do 25 de Abril faziam alimentar alguma esperança quanto à não ida, mas. obviamente isso rapidamente «morreu»: estavam militares pro Angola, com com missão cumprida, alguém tinha de os ir substituir. 
O dia 30 de Abril de 1974 foi tempo de a febre revolucionária ferver na alma dos portugueses e a imprensa antecipava a festa do 1º. de Maio, que era no dia seguinte. O «Diário de Lisboa» titulava a primeira página: «A caminho da Democracia |  A Junta pede serenidade no 1º. de Maio».
«A Junta de Salvação Nacional reconhece aos trabalhadores portugueses o dia 1 de Maio como o da sua festa maior feriado nacional e. para tal, decretou que seja feriado nacional», lia-se no comunicado oficial, relativo às manifestações públicas marcadas para o dia seguinte - o 1º. de Maio de 1974, o primeiro depois da revolução!
Os furriéis milicianos Cruz e Viegas, aqui no
Quitexe, estavam em Luanda, quando, há 48
anos,se registaram graves incidentes entre
os movimentos angolanos

Incidentes em Luanda,
entre os 3 movimentos!

Um ano depois, já por 1975 adentro, «Luanda acordou ao som de tiroteio» e durante a manhã «registaram-se ainda diversos incidentes, que ultrapassavam já os limites dos musseques».
«Pode dizer-se que Luanda não dormiu. Os disparos de morteiros, os tiros de canhão, as rajadas de  armas automáticas e metralhadoras pesadas perturbaram a serenidade e a paixão dos habitantes da capital angolana durante a noite», reportava o Diário de Lisboa de 30 de Abril de 1974, acrescentando que se «desconheciam as causas dos incidentes», mas que alguns observadores admitiam que se tratava de acções para «criar um ambiente de pânico que impeça a realização das manifestações do 1º. de Maio previstas para amanhã e convocadas pelo MPLA».
Os primeiros incidentes tinham sido entre forças do MPLA e da FNLA mas, referia o DL, «ontem à noite ocorreu um reecontro da FNLA e da UNITA».
Os furriéis milicianos Cruz e Viegas, no seu adeus às férias e a Luanda, ainda foram «parte» dos incidentes quando, viajando de avião para Carmona no fim de tarde de 29 de Abril, teve a aeronave de voltar ao aeroporto, pouco depois de levantar voo e devido aos disparos de morteiros e canhões que «incendiaram» o céu da capital angolana. 
Américo Oliveira

Oliveira, sapador da CCS, 71
anos na Póvoa do Lanhoso !

O soldado Américo da Silva Oliveira, da CCS do BCAV. 8423, a Companhia do Quitexe, festeja 71 anos a 30 de Abril de 2023.
Cavaleiro do Norte e sapador de especialidade militar, integrpou o pelotão comandado pelo alferes milicianoJaime Ribeiro e voltou a Portugal no dia 8 de Setembro de 1975, fixando-se em Alto do Vilar, lugar da freguesia de Sobrado, no município de Valongo. 
Supomos (não estamos certos...) que, actualmente, viverá em Taíde, lugar da freguesia do concelho da Póvoa do Lanhoso, para onde, ou para onde quer que esteja, vai o nosso abraço de parabéns!  

sábado, 29 de abril de 2023

7 152 - Savimbi em Luanda contra a guerra civil! A mariscada do adeus na ilha/restinga !


Quarteto de furriéis milicianos do BCAV. 8423, no varandim da Casa dos Furriéis do Quitexe: o Grenha
 Lopes (que é de Barcelos e hoje festeja 71 anos em Lisboa) e Viegas, atrás, e, à frente, António Fernandes
e Delmiro Ribeiro. Todos da 3ª. CCAV. 8423, menos o Viegas (que era da CCS)

Os 1ºs. cabos Agostinho Teixeira (que hoje festeja 71anos em
Matosinhos), Domingos Teixeira (estofador), furriel Morais
e 1ºs. cabos Rafael Farinha e Serra Mendes

O presidente da UNITA, Jonas Savimbi, deu uma conferência de imprensa a 29 de Abril de 1975, há 48 anos e em Luanda, e a reportagem do «Diário de Lisboa» dava conta que «levava a ombro uma carabina ligeira automática e era flanqueado por dois guarda-costas». 
O destino, sem querer, pôs os furriéis Cruz e Viegas a cruzarem-se na baixa da capital com a delegação de Savimbi e homens, vimos; não vimos a carabina, ou quaisquer outras armas. 
O presidente da UNITA confirmou na dita conferência de imprensa que era «imperativo a realização da cimeira dos três partidos, antes que seja demasiado tarde» e sublinhou «necessidade de escolher um gabinete que governe o país, após a independência de Novembro», embora observando que que «não podíamos prever que qualquer dos movimentos obteria uma maioria absoluta». 
«única solução», do seu ponto de vista, seria «o vencedor da consulta às urnas traçar linhas gerais do futuro político do pais, que estaria nas mãos de uma coligação de unidade nacional, formada pelos três partidos». Quanto a uma eventual guerra civil, considerou-a «uma impossibilidade prática», porque, sublinhou, «cada um dos movimentos que a desencadeasse, teria de lutar com os outros dois e, além disso, nenhum dos vizinhos desejaria a guerra».
«Os três movimentos de libertação devem procurar uma força (um exército) verdadeiramente nacional o mais depressa possível», disse Jonas Savimbi, notando que «o futuro exército não necessita de ser muito grande, visto não precisarmos de um exército desse género».
O jornal «O Comércio» falou
da presença de Jonas Savimbi
em Luanda, há 48 anos

Farta mariscada na ilha
no adeus a Luanda !


O dia foi já de véspera do regresso dos furriéis Cruz e Viegas a Carmona e, por isso mesmo, com mariscada do almoço na ilha, saciando todos os nossos apetites. Bem regada - acho até que com vinho verde, se a memória me não atraiçoa -, bem farta e apetitosa. 
A imensa metrópole luandina oferecia tudo o que havia de melhor. E nós não desperdiçávamos estas magníficas  oportunidades. Bons tempos, com mais incidentes menos incidente, mais ou menos graves,
Tínhamos (eu e o Cruz) almoço combinado com o (meu) conterrâneo Albano Resende (civil) e por ele esperámos na Mutamba, para galgarmos a marginal e, por escolha dele, irmos à ilha mariscar o almoço. Foi a caminho e ao final da manhã, já passando perto da Portugália, que casualmemte nos cruzámos com a comitiva da UNITA, onde ia Jonas Savimbi. Estaba hospedado em hotel ali bem perto.
Furriéis do BCAV. 8423: Belo, Morais,
Grenha Lopes, Armindo Reino, José
 Pires (TRMS) e, á frente e sentado,
António Verdelho Lopes

Grenha Lopes, furriel de Santa
Isabel, 71 anos em Lisboa !

O furriel miliciano Lopes, Cavaleiro do Norte da 3ª. CCAV. 8423, a da saudosa Fazenda Santa Isabel, está em festa de 71 anos. Hoje, sábado e dia 29 de Abril de 2023.
José Avelino Grenha Lopes, de seu nome completo e natural de Barcelos, foi atirador de Cavalaria de especialidade militar e durante a nossa jornada africana de Angola. É agora empresário do sector da saúde (com clínicas de fisioterapia na Grande Lisboa), embora ele mesmo se confesse «homem de muitos ofícios» - que começaram pela indústria de passamanaria, na sua natal terra de Barcelos, uma indústria de família.
Acabámos de falar com ele, quando almoçava e festa e com a familia, em Lisboa. «Achámo-lo» de excelente e ainda melhor (boa) disposição anímica e física.
Mora no Lumiar, na Azinhaga das Travessas, da capital portuguesa, e para lá e para lele vai o nosso abraço de parabéns!

Agostinho Teixeira, alferes António Albano
Cruz e o condutor Américo Gaiteiro (2017)

Teixeira, 1º. cabo da CCS,
71 anos em Matosinhos !


O 1º. cabo Agostinho Pinto Teixeira, da CCS do BCAV. 8423, a do saudoso Quitexe, comemora 71 anos a 29 de Abril de 2020.
Cavaleiro do Norte com a especialidade de pintor (de viaturas automóveis), regressou a Portugal no dia 8 de Setembro de 1975 e fixou-se em Ramalde, no Bairro Arantes de Oliveira, na cidade do Porto, de onde é natural. A vida «empurrou-o» um bocadinho para o lado e vive em Perafita, no concelho de Matosinhos, onde foi pequeno empresário.
Agora já aposentado, para lá e para ele enviamos os nossos parabéns.

sexta-feira, 28 de abril de 2023

7 151 - A morte de Albino Capela, que foi missionário da vila do Quitexe!


O padre Albino Capela, da Ordem dos Frades Menores Capuchinhos, no baptizado de Eisabete Rei,
com a família desta, em 1969 e na entrada da Igreja de Santa Maria de Deus do Quitexe

Albino Capela, em 2013, no encontro de
Santo Tirso, com a dra. Margarida Cruz,
a «mais que tudo» do alferes Cruz
Albino Capela
(2023). RIP!!


António Albino Vieira Martins Capela, companheiro dos Cavaleiros do Norte do BCAV. 8423 na saudosa vila angolana do Quitexe, faleceu ontem em Barcelos, vítima de doença e aos (quase) 81 anos - que faria a 11 de Maio de 2023.
O funeral está marcado para as 10 horas de amanhã, a partir da Igreja de São José de Arcozelo, em Barcelos.
Recordando Albino Capela, recuemos ao dia 4 de Agosto de 1975,  há quase 48 anos..., que foi o último dos Cavaleiros do Norte por terras do Uíge e na cidade de Carmona, onde, ido do Quitexe, já estava Albino Capela. Que por lá ficou.
«Tenho de ficar com a minha gente...», disse ele ao comandante Almeida e Brito, que insistiu, de nada valendo, no seu abandono da cidade. Uma semana depois, teve de fugir para Luanda, na boleia de um avião, para se furtar do inferno em que transformara Carmona
O momento foi recordado por Albino Capela, a 12 de Setembro de 2009, no encontro de Águeda - onde a emoção não apagou a memória: 
«Vi-vos partir!!! Fui ver-vos partir...», contou, referindo-se à madrugada de 4 de Agosto de 1975, quando de lá saíram as últimas companhias dos Cavaleiros do Norte.
Albino Capela
(1995)

Albino Capela: dos
chãos Terras do Bouro 
à eternidade !

António Albino Vieira Martins Capela, ao tempo com 32 anos, é natural de Carvalheira, concelho de Terras de Bouro, nas fraldas da serra do Gerês. Frequentou a escola primária da aldeia e aos 10 anos foi para o Seminário dos Padres Capuchinhos, em Vila Nova de Poiares, distrito de Coimbra, onde fez os estudos preparatórios até ao antigo 5º. ano.
Ingressou no Noviciado, em Barcelos, e com 17 anos, foi cursar Filosofia para Salamanca, com colegas espanhóis. Ali, e em 3 anos, completou o curso e foi para França, onde frequentou Teologia no Instituto Católico de Toulouse.
Terminou Teologia no Porto e ali foi ordenado sacerdote a 14 de Agosto de 1966. Leccionou dois anos no Seminário dos Padres Capuchinhos, em Barcelos, e partiu para Angola no navio «Uíge», lá chegando a 28 de Setembro de 1968 - após 14 dias de viagem.
O Liceu Nacional Salvador Correia foi onde leccionou Religião e Moral, seguindo para Carmona em 1969, ficando com a área missionária do Quitexe, Aldeia Viçosa, Vista Alegre e Cambamba.
Regressado a Portugal, Albino Capela disse-nos que «deixei com muita pena» a Ordem dos Frades Menores Capuchinhos. Frequentou o Curso de Humanidades da Universidade Católica, o correspondente ao antigo Clássicas (Português, Latim e Grego) da Universidade Católica. E não esqueceu Angola:

«Muito boa gente, muito prestável, só tenho pena de não lhes ter podido dar mais assistência. Aliás, sempre fui muito bem recebido em todas as fazendas e sanzalas. Por isso, andava sem escolta, mesmo cruzando-me muitas vezes com os «terroristas», que me pediam cadernos, cigarros e sal. E eu dava. Sobre isto, há muito a escrever».
Albino Capela lembrou também «ir regularmente» a fazendas como a Negrão (perto do rio Dange), Bula Atumba, Madeira e Marques, Quinhinga e tantas outras, das áreas de Aldeia Viçosa, Vista Alegre e Ponte do Dange, Cambamba e Quitexe.
Era irmão da Irmã Maria Augusta Vieira Martins, da Congregação da Imaculada Conceição e Santo António, que com ele estava na Missão do Quitexe e em Angola continuou depois da independência e, quando estava de férias, faleceu a 21 de Junho de 2006, em Lisboa e de doença.
Os Cavaleiros do Norte do BCAV. 8423 mandam abraço solidário e amigo a sua esposa, filhos e família! Com ele fazemos, irmãos de uma vida!!!... a sua viagem de vida, de Terras do Bouro ao Quitexe e Angola, até à eternidade! RIP!!! 

Os 71 anos do soldado
sapador Joaquim Sousa!


O soldado Sousa foi sapador de especialidade militar e combatente dos Cavaleiros do Norte do pelotão da CCS do BCAV. 8423 comandado pelo alferes miliciano Jaime Ribeiro. Festeja 71 anos a 28 de Abril de 2023.
Hoje mesmo!
Joaquim de Castro Sousa, de seu nome completo, é natural de Jovim, freguesia do município de Gondomar, e lá regressou no dia 8 de Setembro de 1975, no final da sua (e nossa) jornada africana por terras e chãos do Uíge do norte angolano. No seu caso, pela vila do Quitexe e pelo BC12, este na cidade de Carmona - agora Uíge.
Lá vive, na Rua dos Netos, e para lá e para ele que vão os nossos parabéns, com o desejo de que a data se repita por muitos e bons anos.

quinta-feira, 27 de abril de 2023

7 150 - Jonas Savimbi em Luanda! Ordem e segurança de pessoas e bens no Uíge!

Cavaleiros do Parque-Auto: Esgueira (?), 1º. cabo
Malheiro (com o Ricardo ao colo, filho do alferes
 Cruz), 1º. cabo Monteiro (Gasolinas), furriel
Machado e 1º. cabo Farinhas



O dia 27 de Abril de 1975 foi tempo, lá pelas bandas e chãos do Uíge angolano do norte, de se saber da chegada da Jonas Malheiro Savimbi, presidente da UNITA, a Luanda, onde «foi acolhido no aeroporto por uma multidão entusiástica e ruidosa, não se registando quaisquer distúrbios».
Os furriéis António Cruz (rádio-montador) e Viegas (Rangers), ambos milicianos e da CCS dos Cavaleiros do Norte, já estavam em Luanda, depois do périplo turístico pela imensa Angola (em férias) e, acidentalmente, testemunharam a passagem do presidente da UNITA pela baixa da cidade, para um hotel cujo nome se escapa da memória mas ficava muito perto da Portugália.
O presidente Jonas Savimbi pediu apoio
Jonas Savimbi
ao Governo de Transição, sublinhando que «é imperioso que os três movimentos de libertação coexistam pacificamente» e apelando para «a realização de uma cimeira».
Acrescentou o líder da UNITA que tinha recentemente reunido com Agostinho Neto, presidente do MPLA, em Lusaka (a cidade capital da Zâmbia), mas não adiantou quaisquer pormenores sobre o encontro. A tal cimeira, disse Jonas Savimbi, «poderia realizar-se em Angola ou no estrangeiro» e, em sua opinião (e certeza), «reduziria a tensão entre os movimentos de libertação».
Isto, enquanto em Carmona e pelas estradas do Uíge, os Cavaleiros do Norte do BCAV. 8423, garbosamente e sem medos, continuava as suas acções de manutenção da ordem e segurança de pessoas e bens.
Condutores da CCS: Gomes (que 
hoje faz 71 anos) e Canhoto (em 
cima), Serra, Picote (falecido a 
08/08/2018) e Gonçalves

Condutor José Gomes, 71
anos em Leça da Palmeira!

O soldado José António de Sousa Gomes, c
ondutor auto-rodas de especialidade militar e Cavaleiro do Norte da CCS do  BCAV. 8423, festeja 71 anos a 27 de Abril de 2022. Hoje!
Natural de Gueifães, na Maia, apresentou-se no BCAV. 8423 a 6 de Março de 1974, transferido do Batalhão de Engenharia 3 (o BE 3) - que era mesmo ao lado e o mesmo Campo Militar de Santa Margarida. Não foi sozinho: com ele e no mesmo dia e hora, também se apresentaram o Manuel Gonçalves Alves, o Alípio Canhoto Pereira, o Manuel Brites da Costa, o António Rosário Picote e o António dos Santos Gonçalves, todos eles condutores-auto e alguns deles na imagem ao lado. Todos eles membros do Parque-Auto comandado pelo alferes miliciano António Albano Cruz.
O Gomes, como toda a CCS do BCAV. 8423, regressou a Portugal no dia 8 de Setembro de 1975 e, profissionalmente, trabalhou como afinador de tintas (numa fábrica). Reformou-se aos 60 anos, mas continua a... afinar tintas e a ajudar o filho na oficina de automóveis.
Participante, sempre activo e participativo, dos encontros da CCS, mora agora em Leça do Balio, para onde vai o nosso abraço da parabéns!
António Pereira

Pereira de Zalala, 71
anos em Alcabideche !


O 1º. cabo António Cardoso Pereira, da 1ª. CCAV. 8423, festeja 71 anos a 27 de Abril de 2023. Hoje mesmo e em Alcabideche!
Condutor-aoito de especialidade militar, foi Cavaleiro do Norte da mítica Fazenda Maria João, a da saudosa Zalala, e também rodou por Vista Alegre/Ponte do Dange, Songo e Carmona, antes de, em Agosto de 1974, voltar ao Campo Militar do Grafanil, nos arredopres de Luanda, e de regressar a Portugal no dia 9 de Setembro de 1975.
Regressar ao lugar de Pousada, freguesia de Espadanede, no concelho de Cinfães - de onde é natural.  Vive agora em Alcabideche, freguesia do concelho de Cascais, para onde vai o nosso abraço de parabéns!
Batanete Palma

Batanete de Aldeia Viçosa,
71 anos em Vila Viçosa !


O soldado Joaquim José Batanete Palma, da 2ª. CCAV. 8423, festeja 71 anos a 27 de Abril de 2022. Hoje, a última quinta-feira de Abril de 2023.
Condutor-auto de especialidade militar e dos Cavaleiros do Norte de Aldeia Viçosa, foi louvado «pelo sentido de responsabilidade sempre posto no cumprimento das missões da sua especialidade», conforme se lê na OS 170, acrescentando que foi militar «dedicado, eficiente e zeloso do material distribuído a seu encargo».
Regressou a Portugal no dia 10 de Setembro de 1975, à sua residência de Fonte da Moura, na freguesia de Pardais, do concelho de Vila Viçosa.
Mora agora nolugar de Covões, também da freguesia de Pardais de Vila Viçosa, e para lá, e para ele, vai o nosso abraço de parabéns!

quarta-feira, 26 de abril de 2023

7 149 - O dia seguinte ao 25 de Abril de 1974! O adeus a Aldeia Viçosa e visitas ao Songo!

Os alferes milicianos João Machado e Carvalho de Sousa com o 1º. sargento Fernando Norte, chefe
 da secretaria da 2ª. CCAV. 8423 (já falecido), a do capitão miliciano José Manuel Cruz, que há
precisamente 48 anos deixou o quartel de Aldeia Viçosa e rodou para Carmona 
Os furriéis milicianos Neto, Viegas e Monteiro,
do PELREC da CCS do BCAV. 8423, já no
Quitexe, há quase, quase... 49 anos!

A sexta-feira de há 49 anos foi o dia seguinte ao da revolução do 25 de Abril e os (futuros) Cavaleiros do Norte do BCAV-. 8423 foram dispensados para fim de semana, depois do almoço.
Rapidamente viajámos para Águeda, no SIMCA 1100 do Francisco Neto - que em Coimbra «apanhou» um manifestação de milhares de pessoas, entre a ponte do rio Mondego e a avenida Fernão de Magalhães, a  certo ponto o povo conseguindo mesmo levantar a viatura,
O Diário de Lisboa de há 46 anos,
 dia 26 de Abril de 1974, anunciando
 a libertação dos presos da PIDE/DGS
quando nela descobriram militares. Nós, ali e quase envergonhados, ali transformados em heróis da revolução!!! Mal imaginávamos a popularidade ganha de um dia para outro!
Aqui, na aldeia e procurando minha mãe, achei-a a trabalhar na sacha de um campo.
«Estás cá, rapaz?!...».
Estava, claro que estava. 
«O que é que se passou lá por Lisboa? Vocês sempre vão lá para fora?...», perguntou-me.
A euforia popular levara a que muita gente pensasse, crédula..., que mais ninguém iria para a guerra colonial. Fora o que ela ouvira falar, nas vozes da rua - pois, ao tempo, muito pouca gente tinha televisão, poucos tinha rádio e não havia as modernidades comunicacionais de hoje. 
«Segunda-feira, volto para o quartel. Vou na mesma para Angola...», respondi eu.
Ouviu-me em silêncio e sem retirar os olhos da sacha, continuou o trabalho e mandou-me ir ao cabeceiro da terra, buscar uma qualquer alfaia agrícola.

O comandante Almeida e Brito e
o capitão José Paulo Falcão (1995)



Adeus a Aldeia Viçosa
e visitas ao Songo !

Um ano depois, foi a vez e o dia do adeus definitivo a Aldeia Viçosa - onde a 2ª. CCAV. 8423, de lá saída a 11 de Março, ainda mantinha um pequeno grupo operacional, nesta data definitivamente se desactivando o quartel.
«Só a partir dessa data se completou a remodelação do executivo, que se julga ser a última até o terminar da comissão», anota o livro «História da Unidade», sobre a rotação da subunidade comandada pel
o capitão miliciano José Manuel Cruz,
O dia foi também tempo para o comandante Carlos Almeida e Brito, tenente coronel de Cavalaria, visitar a 3ª. CCAV. 8423, que no dia 24 anterior tinha rodado de Vista Alegre e Ponte do Dange para a cidade do Songo.
O tenente-coronel de Cavalaria fez-se acompanhar, nesta jornada uíjana, pelo capitão José Paulo Falcão, oficial adjunto do BCVA. 8423. E lá voltou dois dias depois, a 28 de Abril de 1975.
Ambos já faleceram: Almeida e Brito, já general aposentado e a 20 de Junho de 2003, subitamente e no decorrer de um passeio em Espanha; José Paulo Falcão, tenente-coronel aposentado, após doença prolongada e a 9 de Dezembro de 2019,, em Coimbra. 
Serra, Joaquim Celestino (que hoje faz 71 anos),
furriel Morais e Gomes, cavaleiros do Norte
do Parque-Auto da CCS

Celestino, condutor da CCS,
71 anos em Leça do Balio !


O condutor Joaquim Celestino Gonçalves da Silva, da CCS do BCAV. 8423, a do Quitexe, comemora 71 anos a 26 de Abril de 2023.
Hoje mesmo e já parcialmente recuperado de problemas de saúde que o «atiraram» para sucessivos internamentos hospitalares
Condutor-auto de espacialidade militar, foi louvado porque «além de ter desempenhado os serviços da sua especialidade com a melhor eficiência, ainda se creditou como precioso auxiliar do pessoal encarregado da escrituração da secretaria do parque-auto». O louvor foi publicado na Ordem de Serviço nº. 181 e acrescenta que foi «militar muito disciplinado e correcto», o que o creditou como «merecedor de ser distinguido» por também «ser merecedor da estima de quem com ele privou». 
Joaquim Celestino regressou a Portugal no dia 8 de Setembro de 1975, à sua casa de Perafita, em Matosinhos. Mora agora em Leça do Balio, para onde, e para ele, um forte abraço de parabéns!

terça-feira, 25 de abril de 2023

7 148 - Onde estavam os Cavaleiros do Norte do BCAV. 8423 no dia 25 de Abril de 1974?!


A imagem-símbolo
do 25 de Abril de 1974
O jornal «República»
do 25 de Abril de 1974

Onde estavam os futuros Cavaleiros do Norte do BCAV. 8423 no dia 25 de Abril de 1974?!
A resposta é simples: o BCAV. 8423 estava no Campo Militar de Santa Margarida, no Regimento de Cavalaria nº. 4, onde tinha voltado no dia 22 (depois dos 10 dias de licença de normas) e no seu quarto dia de instrução operacional, preparando-se para a jornada africana de Angola.
«Logo começada, foi interrompida, face ao Movimento das Forças Armadas de 25 de Abril de 1974», reporta o livro «História da Unidade, precisando que «não estando o BCAV. contactado para (sua a efectivação, nem tão pouco algum dos seus oficiais, de imediato se sentiu parte integrante do movimento».
E de tal modo, sublinha o «HdU» que, logo no dia seguinte, uma sexta-feira (26) e antes de virmos de fim de semana, o comandante Almeida e Brito explicou «a todo o pessoal, o que o MFA pretendia», em palestras «orientadas especificamente para oficiais, sargentos e praças»
O jornal «A Capital»
de 25 de Abril de 1974

A manhã do dia
25 de Abril de 1974!

O dia 25 de Abril, para mim e como habitualmente, foi tempo de me levantar cedo e ir para a área de balneários do pavilhão onde dormíamos, no RC4.
O Batalhão estava no Destacamento e, estando em tarefas de  higiene pessoal e de desfazer a barba, estranhei que a rádio só passasse marchas militares. 
Era meu hábito, como ainda hoje, levantar-me cedo e tranquilamente fazer essas tarefas, antes de chegar a balbúrdia dos mais atrasados e mais apressados. Seguia depois para a messe, onde pequeno-almoçava e caminhava para o Destacamento.
As tarefas de higiene eram acompanhadas pelo pequeno transistor e a estranheza da música militar só foi  interrompida pela leitura do comunicado do MFA
Eh, pá!!!!... 
Fui acordar toda a gente e contar a novidade, sobressaltando quem dormia os últimos minutos dessa manhã e se estremunharam com tal.
Ao sair do RC4, para o Destacamento, fomos impedidos à porta d´armas e ficámos pelo quartel durante quase toda a manhã. Ao Destacamento fomos, da parte da tarde, mas sem nada de especial se passar.
Jorge Pinho
1º. cabo CCS

Pinho, 1º. cabo da CCS, faria

71 anos. Faleceu em 1996 !


O 1º. cabo Jorge Manuel de Sousa Pinho foi escriturário da CCS do BCAV. 8423 e faria 68 anos a 25 de Abril de 2020. Faleceu em 1996, há 27 anos!

Cavaleiro do Norte da secretaria do Comando do batalhão, também passou peo BC12,em Carmona, regressou a Portugal no dia 8 de Setembro de 1975, fixando-se na cidade do Porto - de onde era natural e onde vivia, como ainda há dias AQUI lembrámos, evocando a sua morte.
Louvado pela sua missão angolana, vivia no Bairro dos CTT e morreu de doença a 19 de Abril de 1996, em vésperas de fazer 44 anos. Ainda muito jovem!
Hoje o lembramos com saudade. RIP!!!

Lopes de Zalala, faria 71
Adriano Lopes

anos. Faleceu em 1986!


O soldado Adriano da Silva Lopes, da 1ª. CCAV. 8423 do BCAV. 8423, faria hoje 71 anos mas faleceu em 26 de Novembro de 1986. 
Cavaleiro do Norte com a especialidade de atirador de Cavalaria, jornadeou pela mítica Fazenda de Zalala, também passou por Vista Alegre/Ponte do Dange, Songo e Carmona e regressou a Portugal no dia 9 de Setembro de 1975, a S. João do Freixo, freguesia do minhoto concelho de Ponte de Lima - de onde era natural e onde residia. 
Por lá vez sua vida familiar e profissional e lá faleceu (supomos) de doença, aos 34 anos. Hoje o recordamos com saudade. RIP!!!

segunda-feira, 24 de abril de 2023

7 148 - Remodelação do dispositivo: o adeus da 1ª. CCAV. 8423 a Vista Alegre e Ponte do Dange!

Cavaleiros do Norte da 1ª. CCAV. 8423, que há 48 anos deixaram Vista Alegre. De pé, o quinto é o 1º. cabo Gigante, 
seguido dos furriéis miliciano Queirós, NN, furriel Eusébio (falecido a 16/04/2014, em Belmonte), Coelho (atirador),
 NN e NN (de cor) e Santos (Plateias). Em baixo, Adélio (PM), Aires (TRMS), Santos e NN (de cor), Moura (clarim e impedido da messe de oficiais), NN e NN (de cor) e Borges Martins

O alferes Pedro Rosa, ladeado pelos furriéis Pinto (à esquerda
 e à civil) e João Aldeagas, milicianos da 1ª. CCAV. 8423,
que há 48 anos rodou de Vista Alegre para o Songo



Os aquartelamentos de Vista Alegre e Destacamento da Ponte do Dange, dos Cavaleiros do Norte do BCAV. 8423, foram «desactivados a 24 de Abril (...), conduzindo tal facto à transferência da 1ª. CCAV. 8423 para o Songo, com um Destacamento temporário em Cachalonde». Em 1975. Há 48 anos!
O dia foi também, de acordo com o livro «História da Unidade», tempo para a visita do capitão
O quartel de Vista Alegre em foto de 2012
José Diogo Themudo, 2º. comandante do BCAV. 8423, a última a Vista Alegre e no dia da saída. Quer isto dizer que, na prática, estava em andamento final «a remodelação do dispositivo» dos Cavaleiros do Norte, que continuaria a 26 - quando a 2ª. CCAV. 8423 rodou de Aldeia Viçosa para o BC12.
Ao tempo, estava a CCS já aquartelada no BC12, em Carmona (ida a 2 de Março do Quitexe), e a 3ª. CCAV. 8423, a de Santa Isabel, no Quitexe - para onde rodou a 10 de Dezembro de 1974.
O dia foi também tempo para a realização de mais uma e a última «palestra de esclarecimento» das eleições marcadas para o dia seguinte e nas quais o BCAV. 8423 participava activamente. Recorda o livro «História da Unidade» que «dando a nossa colaboração ao processo revolucionário de Portugal, foi o BCAV. encarregado de montar as mesas de voto em Carmona».
Tal facto permitiu o objectivo «no dia 25 de Abril se verificou a ida às urnas de todo o pessoal que o quis fazer».

Furriel Mário Matos (que amanhã festeja 71
anos), o 1º. cabo José Pimpim (já falecido)
e o furriel João Brejo, da 2ª. CCAV. 8423

Matos, furriel de Aldeia
Viçosa, 71 anos em Anadia !


O furriel miliciano Matos, dos Cavaleiros do Norte da 2ª. CCAV. 8423, a de Aldeia Viçosa, festeja amanhã 71 anos. Amanhã que é dia 25 de Abril de 2023.  
Mário Augusto da Silva Matos, de seu nome completo, era atirador de Cavalaria de especialidade militar, mas, além disso, desempenhou funções administrativas na secretaria dirigida pelo 1º. sargento Fernando Norte - já falecido.
O seu desempenho foi louvado porque «sempre demonstrou as melhores qualidades militares no desempenho de todas as missões que lhe foram determinadas», nomeadamente quando «chamado a ajudar o 1º. sargento da sua subunidade (...) rapidamente se adaptou a essas funções», para além de sempre se ter mostrado militar disciplinado e cumpridor».
O furriel Mário Matos regressou a Portugal a 10 de Setembro de 1975, esteve alguns anos emigrado nos Estados Unidos e, agora já aposentado, mora em Anadia. É para lá e para ele, que vai o nosso abraço de parabéns.