CAVALEIROS DO NORTE!! Batalhão de Cavalaria 8423, última guarnição militar portuguesa nas terras uíjanas de Quitexe, Zalala, Aldeia Viçosa, Santa Isabel, Vista Alegre, Ponte do Dange, Songo e Carmona! Em Angola, anos de 1974 e 1975!

sexta-feira, 31 de agosto de 2018

4 226 - Remodelação da PSPA, OPVDCA e PIM; a evacuação do Rogério Raposo!

Cavaleiros do Norte de Zalala. À frente, os furriéis milicianos José Nascimento, Américo Rodrigues (ontem 
falecido, de doença e com funeral marcado para amanhã, 1 de Setembro, em S. Cosme, VN de Famalicão, às 
17,30 horas) e Manuel Dias (falecido a 20/10/2011, de doença em Lisboa). Ao meio, o 1º. cabo Carlos Fer-
reira e os furriéis milicianos Jorge Barata (falecido de doença, em Alcains e a 10/10/1997) e José Louro. 
Quem identifica os restantes?
O soldado Rogério Raposo. da 1ª. CCAV. 8423, foi
evacuado do Hospital Militar de Luanda para o
de Lisboa a 31 de Agosto de 1975. Há 43 anos!

A «remodelação imposta pelo MFA» incluiu igual transferência de tutela, da parte da Organização Provincial de Voluntários para a Defesa Civil de Angola (OPVDCA), que também tinha quartel no Quitexe, na saída da vila, para a cidade de Carmona. Também passou a depender do CSU.
Outra alteração do dia de há 45 anos teve a ver com a Polícia de Informação Militar (PIM), que passou a denominar-se Gabinete Especial de Informação (GEI), supondo-se que mantivesse o mesmo tipo de funções.
Até esta data, as três instituições dependiam operacionalmente do BCAV. 8423 e do comando do tenente-coronel Carlos Almeida e Brito - que era o comandante do Batalhão de Cavalaria 8423, com quartel-sede no Quitexe e companhias operacionais na Fazenda Zalala (a 1ª. CCAV., do capitão miliciano Castro Dias), em Aldeia Viçosa (a 2ª. CCAV., do capitão José Manuel Cruz) e fazenda Santa Isabel (a 3ª. CCAV., do capitão José Paulo Oliveira). E ainda a CCAÇ. 4145, do capitão Raúl Corte-Real (Vista Ale-
gre) e a CCAÇ. 209/RI 21, do capitão Victor (a do Liberato).
Rogério Raposo

Evacuação do Raposo,
TRMS de Zalala !

O soldado Rogério Silvestre Raposo, da 1ª. CCAV. 8423, foi evacuado de Luanda para Lisboa a 31 de Agosto de 1975.
Cavaleiro do Norte da Fazenda de Zalala, e depois de Vista Ale-
gre/Ponte do Dange, Songo e Carmona, chegou a Lisboa no dia seguinte, sendo internado no Hospital Militar da capital portuguesa. A doença tinha a ver com problemas de locomoção (das pernas), mas felizmente recu-
perou e fez depois vida profissional em Angola - onde trabalhou mais de 20 anos e, em 2015, visitou Zalala, o Quitexe, Aldeia Viçosa e Vista Alegre. 
A Fazenda Santa Isabel, onde esteve aquarte-
lada a 3ª. CCAV. 8423, a do capitão José
Paulo Fernandes e do soldado Brtito

Brito de Santa Isabel, 
67 anos em Lisboa !

O soldado Brito, atirador de Cavalaria da 3ª. CCAV. 8423, a da Fazenda Santa Isabel, festeja 67 anos a 31 de Agosto de 2018.
António Joaquim Faria Bacelar de Brito, de seu nome completo, residia no Pá-
tio da Torrinha, da avenida 24 de Julho, freguesia do Socorro, 1º. Bairro, em Lisboa, e lá regressou a 11 de Setembro de 1975, quando acabou a sua comis-
são militar em Angola. Pouco mais dele sabemos, apenas que morará nas Mercês (também em Lisboa) mas para ele, onde quer que esteja, vai o nosso abraço de parabéns!

4 225 - A morte do furriel Rodrigues de Zalala!

O furriel Américo Rodrigues em Angola
O Rodrigues e a esposa
no encontro de 2016

O furriel  miliciano Rodri-
gues faleceu ontem, após prolongada doença, incu-
rável, que o levou a inter-
namentos em hospitais do Porto e de Vizela.
Américo Joaquim da Silva Rodrigues era natural do lugar de Ribeira de Cima, freguesia de Vale de S. Cosme, no concelho de Vila Nova de Famalicão - cidade onde há muitos anos residia. Foi profissional do sector têxtil e estava aposentado.
Militarmente, especializou-se na Escola Prática de Cavalaria e integrou a 1ª. CCAV. 8423 do Batalhão de Cavalaria 8423, que jornadeou por terras africanas do Uíge angolano. Por Zalala, Vista Alegre e Ponte do Dange, Songo e Carmona.
Foi louvado pela «maneira eficiente e dedicada  como desempenhou as funções de vagomestre, da sua Companhia, funções que estavam fora da sua especialidade, mas para as quais houve que ser nomeado».
O sorriso do Rodrigues
O louvor proposto pelo capitão Davide Castro Dias, comandante da 1ª. CCAV. 8423, sublinha que o furriel miliciano Rodrigues «impôs-se à consideração da subunidade, o que leva a afirmar ter sido preciosa a sua colaboração, pelo muito que contribuiu para facilitar a acção do comando».
«Apreciado pela colaboração prestada aos seus superiores, não é menos verdade que de igual modo viu os seus serviços sempre desejados e compreendidos pelos seus subordinados, razões estas que, na mais elementar justiça, conduzem a público apreço das suas actividades militares», conclui o louvor, publicado na Ordem de Serviço nº. 165.
O Rodrigues era o companheiro que todos queriam ter, colaborante, solidário e amigo, com a palavra crítica e fraterna no hora certa e a bonomia de sempre, de sorriso franco e lealdade permanente. Colaborador assíduo deste blogue, cultivava a amizade fácil, que partilhava de coração aberto e feliz. Era um dos grandes animadores dos encontros anuais dos «zalala´s».
O Rodrigues deixa imensas saudades!
É mais um Cavaleiro do Norte que parte e nos deixa embrulhados de emoção.
Abraço solidário para a sua amada Angelina e seus dois filhos!
Até um destes dias, caro Rodrigues!
RIP!!!

Funeral em S. Cosme
de VN de Famalicão !

O funeral do companheiro Américo Rodrigues, furriel miliciano da 1ª. CCAV. 8423, a de Zalala, está marcado para as 17,30 horas de amanhã, dia 1 de Setembro de 2018.
As cerimónias religiosas vão decorrer na Igreja Matriz da Paróquia de S. Cosme, a sua terra natal, em Vila Nova de Famalicão, seguindo o cortejo fúnebre para o cemitério local!
RIP!!!

quinta-feira, 30 de agosto de 2018

4 224 - MPLA contra Governo Português, Cavaleiros do Norte no Uíge!

Cavaleiros do Norte da CCS do Quitexe. Atrás, 1ºs. cabos Soares (falecido em Abril de 2018), Luís Oliveira
e António Pais, furriel Rocha, 1º. cabo Estrela (com macaco ao colo), Silva, alferes Hermida, Zambujo (de
 bigode e mais atrás), furriel Pires (de braços cruzados), 1ºs. cabos Felicíssimo (?, de Zalala) e Mendes, Soares, 1º.
cabo Pires (Fecho-Eclair, de mão no queixo) e NN. À frente NN, Costa,  1º. cabo Salgueiro, furriel
Cruz e 1º. cabo Tomás 
Os furriéis milicianos José Nascimento,
José Lino e Plácido Queirós 

BCAV. 8423

O Governo Português decidiu-se pela «suspensão momentânea dos Acordos do Alvor» e o MPLA, soube-se a 30 de Agosto de 1975, um sábado, reagiu em comunicado, sublinhando que «a coberto de uma falsa neutralida-

de, o Governo Português permitiu que o nosso país fosse invadido pelo Exercito do Zaire e pelo da África do Sul».
«O mesmo Governo assistiu impassível aos crimes atrozes perpetrados pela FNLA e pela UNITA», acu-
saram os dirigentes do MPLA, frisando que permitiu «o assassínio em massa de angolanos, torturados até à morte, violados e espancados ate os canibais imperialistas se sentirem satisfeitos».
O movimento de Agostinho Neto retomava, assim, a acusação de canibalismo já anteriormente atribuída à FNLA - o movimento liderado por Holden Roberto.
O Alto-Comissário Português era Ferreira de Macedo, que suspendera a eficá-
cia dos Acordos do Alvor e assumira os poderes legislativo e executivo e a
Notícia do Diário de Lisboa sobre
a invasão de tropas sul-africanas
sobre Sá da Bandeira, em Angola
(clicar para ampliar)
imprensa dava conta, de acordo com o Diário de Lisboa de 30 de Agosto de 1975, que «encontra-se praticamente consumada a ruptura entre o Governo Português e o MPLA», numa altura em que, recordemos, a UNITA e a FNLA estava fora de Luanda.


Cavaleiros do Norte
pelo Uíge adentro!

Um anos antes, os Cavaleiros do Norte jornadeavam pelo Uíge, com a CCS no Quitexe, a 1ª. CCAV. 8423 na Fazenda Zalala, a 2ª. CCAV. 8423 em Aldeia Viçosa e Luísa Maria, a 3ª. CCAV. 8423 na Fazenda Santa Isabel.
As duas Companhias de Caçadores adidas ao BCAV. 8423 e constituídas como suas subunidades estavam a aquarteladas em Vista Alegre e Ponte do Dange (a CCAÇ. 4145, do capitão miliciano Raúl Corte Real) e ma Fazenda Liberato (a CCÇ. 209/RI 21, do capitão miliciano Vitor). 
Continuavam os patrulhamentos do itinerários principais, para garantir a livre circulação de pessoas e bens, e «os arranjos da rede estradal», no caso a picada para o Liberato e o troço da Estrada do Café, toda em asfalto e entre Vista Alegre e Ponte do Dange. 

Mendes de Zalala, 66
anos em Oleiros!

O atirador de Cavalaria Carlos Mendes, da 1ª. CCAV. 8423, a de Zalala, festeja 66 anos a 30 de Agosto de 2018.
Carlos Alberto Lopes Fernandes Mendes, de seu nome completo, é natural de  Quartos de Oleiros, da freguesia de Álvaro, no concelho de Oleiros. Sabemos que lá voltou a 9 de Setembro de 1975, no final da sua (e nossa) comissão mi-
litar por terras do norte de Angola, mas pouco mais poderemos adiantar sobre a sua vida. Apenas que por lá morará e para lá, ou para onde quer que seja, vai o nosso abraço de parabéns!

quarta-feira, 29 de agosto de 2018

4 223 - A contra-subversão do Quitexe e as dissidências do MPLA!

Cavaleiros do Norte de Zalala, aqui como futebolistas numa tarde de lazer e companheirismo. De pé, Rocha
 (motorista), furriel Barreto, Alegre (motorista, o Montalegre e o Mamarracho, já falecido), 1º. cabo Ferreira
 e Fião. Em baixo, furriel Nascimento (fardado), Lago (o Tó das TRMS), Famalicão (o Lopes Agra), 1º. cabo
Rocha (padeiro) e os motoristas Oliveira (Orlando) e Almeida (o Espinho) 

Cavaleiros do Norte das TRMS. De pé, 1º. canbo Mendes,
Soares, furriel Pires, 1º. cabo Oliveira e Costa (?). Em baixo,
Zalala, Zambujo e 1º. cabo Salgueiro
 

A Comissão Local de Contra-Subversão (CLCA) do Quitexe reuniu a 29 de Agos-
to de 1974, o âmbito das acções de con-
tra-subversão que se realizavam na ZA dos Cavaleiros do Norte do BCAV. 8423.
A CLCS já tinha reunido, no mesmo mês de Agosto de há 44 anos, nos dias 1, 9, 14 e 21, assim continuando «o programa traçado» pelas autoridades militares, num período que o Livro da Unidade caracteriza por «uma acalmia não en-
contrada há largos anos». E ainda bem!
O dia, uma quinta-feira, foi tempo de se confirmar a dissi-
dência interna do MPLA, no final do congresso que decor-
rera em Lusaka, na Zâmbia. «A consagração da fractura absoluta no seio daquele movimento emancipalista ango-
lano», reportava o Diário de Lisboa, jornal vespertino da capital portuguesa que citamos.
De um lado, o presidente Agostinho Neto, «fortemente combatido por uma facção liderada por Daniel Chipenda», a Revolta do Leste, informando este que os seus partidários iriam «reunir em congresso próprio, em local e data a indicar».
A outra facção era a de Mário Pinto de Andrade e o DL adiantava que repre-
sentantes das três facções iriam «partir na próxima sexta-feira para o Congo», com uma delegação zambiana, para «explicarem a uma reunião cimeira de Chefes de Estado africanos as razões do insucesso».
Manuel Vilaça
da 1ª. CCAV. 8423

Vilaça de Zalala, 66
anos em Famalicão!

O Vilaça, apontador de morteiros da 1ª. CCAV., 8423, a de Zalala, festeja 66 anos a 29 de Agosto de 2018.
O soldado Manuel Joaquim Vilaça da Silva, de seu nome comple-
to, é natural do lugar de de Barroca, da freguesia de Outiz, no mi-
nhoto concelho de Vila Nova de Famalicão, e lá voltou no final da sua comissão de serviço por terras de Angola, que decorreu entre 1 de Junho de 1974 e 9 de Setembro de 1975 - por Zalala, Vista Alegre e Ponte do Dange, Songo e Carmona, antes de Luanda e do Campo Militar do Grafanil.
Lá vive, já reformado, e para lá vai o nosso abraço de parabéns!
Fazenda Zalala, onde esteve a 1ª. CCAV. 8423,
dita «a mais dura escola de guerra»

Costa de Alfama
faria 66 anos!

Carlos Alberto dos Santos Costa foi soldado de transmissões da 1ª. CCAV. 8423, a da Fazenda Zalala, e faria 66 anos a 29 de Agosto de 2018. Hoje. Faleceu a 24 de Abril de 2015, em Azeitão.
Natural de Alfama, da freguesia de Santos, na capital Lisboa - e por isso mes-
mo popularizado como Alfama... -, lá voltou a 9 de Setembro de 1975, quando terminou a sua jornada angolana do Uíge.
A vida deu-lhe várias voltas e diferentes caminhos e sabemos que, ultimamente, morava em Azeitão, no concelho de Setúbal, onde faleceu a 24 de Abril de 2015. Hoje o recordamos com saudade. RIP!!!

terça-feira, 28 de agosto de 2018

4 222 - Cavaleiros do Norte no Grafanil e insegurança em Luanda!


Cavaleiros do Norte do Pelotão de Sapadores, aqui em «farda» de jogar futebol, no Quitexe, De pé, Irineu
(?, clarim), Afonso Henriques, NN (impedido do comandante), Américo e Sousa. Em baixo, António José da 
Silva Amaral (que hoje festeja 66 anos, no Porto), Calçada, Grácio, Moreira (?) e Coelho  (falecido a 
13 de Maio de 2007, de doença e em Penafiel)

Os furriéis milicianos Neto e Viegas na casa de Viana,
 há 43 anos e com os conterrâneos (de Águeda) Gilber-
to Marques e Carlos Sucena ma casa de Viana
A actividade dos Cavaleiros do Norte, há rigorosamente 43 anos, continuava cir-cunscrita aos serviços de ordem, no BIA dpo Campo Militar do Grafanil, embora mantendo o estatuto de «unidade de reserva da Região Militar de Angola»,
mas, felizmente, sem voltar a ser chamada a operacionalmente intervir.
O «Niassa» foi o primeiro destino do re-
gresso a Portugal dos Cavaleiros do Norte
Julgamos que a este tempo, dia 28 de Agosto de 1975, já sabíamos da data marcada para o nosso regresso a Portugal (seria a 8 de Setembro), no navio «Niassa» - que afinal não foi, foi de avião.
A guarnição já se afadigava a preparar as malas e, muitos, alguns caixotes. Os três furrieis milicianos de Operações Especiais (Rangers) .- o Monteiro, o Viegas e o Neto - estavam magníficamente instalados numa vivenda de Viana, que era de Manuel Cruz, da empresa MASCRUZ, de Águeda, que por lá instalava uma fábrica de ferragens, tal qual a FRAL, esta do pai do Francisco Neto. 
A casa passou a ser poiso de largos convívios entre a malta de Águeda que por lá se achava - e era muitos os aguedenses (militares e civis) que por Luanda, na-
quela altura, faziam contas à vida (os civis) e queimavam os últimos cartuchos da sua comissão africana (os militares). 

António Amaral
 em 1974/75

Insegurança na 
cidade de Luanda !

A cidade tinha picos de insegurança, frequentemente se ouviam rajadas e o ribombar de morteiros, obuses e outras armas. Mas lá íamos passando nos intervalos do perigo. 
Os Cavaleiros do Norte do BCAV. 8423 andavam todos (bem) aconselhados. Por exemplo, nunca deviam andar na cidade em grupos de menos de 5/6 homens. Deviam dizer sempre para que zonas da cidade iam. Não deveriam reagir a provocações. 
Por um dos últimos dias de Agosto de 1975, por uma razão da minha vida pessoal, anfitrionei os amigos da foto (mais o Mon-teiro) com cerveja e marisco. Também isto nos deixa saudades dos bons e ao mesmo tempo amargos tempos de Angola!
O avô Amaral e
a neta mais nova


Amaral, o sapador, 66
anos no Porto!

O sapador António José da Silva Amaral, da CCS do BCAV. 8423, festeja 66 anos a 28 de Agosto de 2018.
Natural e residente na Rua da Agra, na freguesia da Foz do Douro, cidade e concelho do Porto, o Amaral regressou a Portugal o dia 8 de Setembro de 1975, no final da sua (e nossa) jornada africa-
na do Uíge angolano. Por lá fez vida e «fez» crescer a família, sendo partici-
pante permanente dos encontros da CCS dos Cavaleiros do Norte. Vive em Lordelo do Ouro, concelho do Porto, e para lá vai o nosso abraço de parabéns!

segunda-feira, 27 de agosto de 2018

4 221 - Fuzilamentos em Luanda: roubo, violação e assassínio de 11 pessoas!

Cavaleiros do Norte da CCS em saída operacional a CCAV´s. 8423: o furriel Manuel Afonso  Machado (que
amanhã faz 66 anos, em Braga), o alferes António Albano Cruz (de bigode) e, à frente, outro furriel milicia-
no. Será o Évora Soares, dos CdN da Fazenda Zalala?
Cavaleiros do Norte em Luanda, todos 1ºs. cabos da CCS:
João Estrela, António Carlos  Medeiros (já falecido),  Mi-
guel Teixeira, Damião Viana e Vasco Vieira (Vasquinho)

O dia 27 de Agosto não teve particular relevância na vida dos Cavaleiros do Norte do BCAV. 8423, quer no ano de 1974 ( da chegada a Angola), quer no de 1975 (o do regresso). 
O primeiro, foi tempo de jornadearem pelo Uíge e tempo, também, de Holden Roberto, o presidente da FNLA, apelar aos dirigentes do MPLA, reunidos em Lusaka, para, e citamos o Diário de Lisboa desse dia, para que «cessem sem demora os conflitos internos que só poder servir para fazer o jogo daqueles que se opõem à independência imediata de Angola».
O MPLA, por essa altura, estava dividido em três: a Ala Presidencial (liderada por Agostinho Neto), a Revolta Activa (de Mário de Andrade) e a Revolta do Leste (de Daniel Chipenda). «Sobreviveu» a de Agostinho Neto. 
«Parece que as três tendências do MPLA estão longe de se entenderem e de constituírem uma única direcção e, com a nossa, uma frente comum», disse Holden Roberto, que falava em Kinshasa, a capital do Zaire, e na presença de Mobutu Sese Seko, presidente deste país, africano e vizinho, e seu apoiante.
Notícia do Diário de Lisboa
 sobre os 6 fuzilamentos
do MPLA

6 MPLA´s fuzilados
pelo MPLA em Luanda!
- Roubos, violações e assassínio de 11 pessoas!

Um ano depois e aquartelados no Campo Militar do Grafanil, souberam do julgamento popular, nesse mesmo dia, e exe-
cução de 6 homens das Forças Armadas Populares de Liber-
tação de Angola (FAPLA), o braço armado do MPLA. Foram os 6 acusados de «roubarem, violarem e assassinarem 11 pessoas».
O julgamento decorreu no bairro suburbano do Sambizanga, na capital (a cidade de Luanda) e o tribunal popular «pronunciou-se contra os réus, que foram fuzi-
lados em público». Nem mais e para exemplo!
O Estado Maior General das FAPLA, mais tarde, fizeram difundir um comunica-
do oficial, no qual chamava a atenção de todos os membros do MPLA para «a necessidade  cumprirem  integral e conscientemente, as disposições contidas na lei de disciplina das FAPLA».
«Toda a a infracção a essa lei será punida com a justiça e a rigidez que ela permite e a gravidade do caso impuser», sublinhava o comunicado do Estado Maior das FAPLA do movimento presidido por Agostinho Neto.
O fuzilamento dos seus militares era disso um expressivo exemplo.
O doutor Manuel A.
 Machado, em 2014!
Manuel Machado
furriel miliciano
em 1974/1975

Furriel Machado, 66
anos em Braga !

O furriel miliciano Machado, dos Cavaleiros do Norte da CCS do BCAV. 8423, festeja 66 anos a 28 de Agosto de 2018, em Braga.
Manuel Afonso Machado era especialista em me-
cânica de armamento e natural do Covelo do Gerez, em Montalegre. Lá regressou a 8 de Se-
tembro de 1975 e encaminhou-se profissionalmente para a actual EDP, de que é quadro superior.
Foi louvado, como Cavaleiro do Norte, pelo «zelo e aptidão» com que desem-
penhou as funções da sua especialidade, «nunca se poupando a esforços para que o material se mantivesse num impecável estado de conservação e limpe-
za», sendo, simultâneamente, um «militar correcto, disciplinado e disciplina-
dor, colaborando em todos os serviços que lhe foram pedidos» e por isso mes-
mo granjeando «a estima dos seus superiores, camaradas e inferiores».
É doutorado em Ciências Empresariais pela Universidade Fernando Pessoa, des-
de 10 de Dezembro de 2014, quando defendeu a tese «A avaliação da qualidade de serviço e da satisfação dos clientes da EDP Distribuição» - com a classificação máxima no grau, pela Universidade Fernando Pessoa: aprovado por unanimidade do júri e com felicitações.
O Machado foi dos primeiros alunos a obter o grau de mestre pelo Instituto Poli- técnico do Cávado e do Ave (IPCA), do qual é docente convidado,
 e o segundo antigo aluno a obter o grau de Doutor em Ciências Empresariais. É licenciado em Contabilidade, pós-graduado em Higiene e Segurança do Trabalho, especia-
lista em Gestão de Empresas, Mestre em Gestão e Doutor em Ciências Empresa-
riais. Profissionalmente, é Técnico Superior de Higiene e Segurança do Traba-
lho, acreditado pela Autoridade das Condições de Trabalho (ACT).
Mora em Braga e para lá vão os nossos parabéns!

domingo, 26 de agosto de 2018

4 220 - Visitas e apoios a povos e fazendas do Uíge angolano!

Cavaleiros do Norte na sanzala do Cazenza, imediatamente ao lado do Quitexe, cuja capela se vê em desta-
que: capitão António Oliveira (comandante da CCS), furriéis milicianos António Cruz, Jaime Ribeiro e An-
tónio Garcia, furriel Viegas e alferes Mário Simões
Os furriéis milicianos João Cardoso (à
civil) e José Fernando Carvalho, am-
 bos da 3ª. CCAV., a de Santa Isabel

Raul Corte-Real, o
cmdt. da CCAÇ. 4145
O Comando do Sector do Uíge (CSU), na cidade de Carmona, foi espaço, a 26 de Agosto de 1974, para mais uma reunião de comandantes das unidades para «contactos operacionais».
Os Cavaleiros do Norte do BCAV. 8423 actuavam no subsector do Quitexe, com subunidades na Fazenda Zalala (1ª. CCAV. 8423), Aldeia Viçosa (2ª. CCAV. 8423 e Fazenda Santa Isabel (Fazenda de Santa Isabel), CCAÇ. 209/RI 21 (na Fazenda Liberato) e CCAÇ. 4145 (em Vista Alegre e Ponte do Dange).
Ao tempo e de «acordo com as directivas superiores que impõem a não reali-
zação de acções ofensivas, deixaram de se bater os quartéis IN, passando-se a apertar a malha dos patrulhamentos ao longo de toda a ZA». Assim e por con-
sequência, «fizeram-se inúmeras visitas a povos e fazendas, em apoio à vida de todos estes», como se pode ler no livro «História da Unidade».
Ainda assim e na área da CCAÇ. 4145, «estabeleceram-se largos contactos com grupos IN, os quais promete(ra)m a sua apresentação, face à actual linha política». O mesmo aconteceu «com alguns elementos dos quartéis a Aldeia e Tabi», que do mesmo modo «afirmam o fim da sua actividade de guerrilha e a sua subsequente apresentação às autoridades».
Coluna da CCAÇ. 201/RI 21 na picada da Fazenda
Liberato para o Quitexe, sede do BCAV. 8423

Escoltas militares
a trabalhos estradais

O dia 26 de Agosto de há 44 anos foi tempo, também, para se iniciaram os trabalhos de arranjo estradal na picada para a Fazenda do Liberato, onde se aquartelava a CCÇ. 209/RI 21.
Estes trabalhos eram da responsabilida-
de da Junta de Autónoma de Estradas de Angola (JAEA), com «protecção de escoltas militares», que na zona com-
petia as Cavaleiros do Norte do BCAV. 8423. Os de requalificação da picada para a Fazenda Zalala tinham terminado no dia 23 e, ao mesmo tempo e de acordo com o HdU, «continuando em curso os da Estrada do Café, entre Vista Alegre e Fonte do Dange».
Estrada do Café que ligava a cidade de Carmona a Luanda e incluía três loca-
lidades com aquartelamentos do BCAV. 8423: a CCS, do Quitexe (comandada pelo capitão SGE António Martins Oliveira), a 2ª. CCAV. 8423, em Aldeia Viçosa (do capitão miliciano José Manuel Cruz) e CCAÇ. 4145, em Vista Alegre e Des-
tacamento da Ponte do Dange (do capitão miliciano Raúl Corte Real). 
Notícia do Diário de Lisboa de 16 de Agosto
de 1975, sobre a situação em Angola

Iminente colapso
definitivo da FNLA

Um ano depois e com os Cavaleiros do Norte aquartelados no Grafanil, expectantes quanto ao seu regresso a Portugal, a imprensa dava conta do eventual «colapso definitivo da FNLA, em curso espaço de tempo».
As cidades de Sá da Bandeira, Pereira d´Eça. General Roçadas e Humbe, no sul de Angola, estavam em posse do MPLA. Juntavam-se a Moçâmedes e ao Lobito, entre outras localidades. A FNLA tinha sido afastada de Luanda e estava muito concentrada no norte, nas províncias do Zaire e do Uíge - de onde os Cavaleiros do Norte saíram a 4 de Agosto de 1975.

sábado, 25 de agosto de 2018

4 219 - Carmona e o Uíge fora das notícias angolanas de há 43 anos


Grupo de Cavaleiros do Norte, todos milicianos à porta da (sua) Casa dos Furriéis do Quitexe: Cândido
 Pires (sapador, à civil), António Cruz (rádio-montador), José Pires (transmissões), Armindo Reino (Ran-
gers), GrenhaLopes (atirador de Cavalaria), Norberto Morais (mecânico-auto), Agostinho Belo (vago-
mestre) e, à frente, António Lopes (enfermeiro)
Bar de Sargentos do Quitexe: furriel Ribeiro (de garrafa
na mão), 1º. sargento Luzia (de costas), civil Guedes (?) e
1º. sargento Aires. A seguir, os furriéis milicianos Viegas,
Bento (de bigode) e Flora. Depois e todos furriéis milicia-
nos, Lopes (de óculos), Rocha (de bigode), Carvalho (com
 boina), Grenha Lopes, Capitão (já falecido) e, em baixo,
o Reino (de copo na mão)

Carmona e o Uíge, há precisamente 43 anos, andavam fora das notícias que se publicavam de Angola, por mais curio-
sidade que os Cavaleiros do Norte ti-
vessem sobre o que por lá se passava. Os Cavaleiros e toda a gente.
Controlada pela FNLA, soubera-se que dois dias antes lá chegara Holden Ro-
berto, o presidente deste movimen-
to/partido, mas, desde então, mais nada se sabia. Nem sequer os comunicados do Estado Maior General das Forças Ar-
madas Portuguesas se referiam a esta
Comunicado do Estado Maior General das
Forças Armadas no Diário de Lisboa de
25 de Agosto de 1975
zona do norte de Angola. Os chãos dos
Cavaleiros do Norte!
Por curiosidade, damos conta do comunicado publicado à 19 horas de hoje, dia 25 de Agosto de 2018, se fazem 43 anos:
«Em Luanda a situação mantém-se calma.
No Caxito, não há alteração da situação militar, embora se verifique intenso movimento de forças do MPLA e da FNLA, o que faz prever a possibili-
dade de confrontações, talvez nas próximas horas.
No Lobito, a situação é normal e teve início a evacuação das forças da FNLA para fora da cidade. Estas forças devem ser transportadas por navios da Marinha de Guerra para Santo António do Zaire. Lembra-se que as forças da UNITA já saíram da cidade do Lobito, também transportada por navios da Marinha de Guerra, para Moçâmedes.
Em Moçâmedes, segundo informação recebida ontem, o MPLA dominava a situação.
As forças do ELNA, começaram a ser evacuadas da localidade e prosseguiam negociações para a evacuação das forças da UNITA, que se haviam rendido.
No Luso, continuam as confrontações entre o MPLA e a UNITA, nos arredores da cidade.
Em Nova Lisboa, a coluna militar das Forças Armadas Portuguesas que se deslocou ao Alto Catumbela recolheu cerca de 1 200 civis que estavam junto à fábrica de celulose, tendo a coluna regressado a Nova Lisboa sem novidade».
O comunicado é (aqui) replicado do Diário de Lisboa. Como se vê e/ou lê, do Uíge - do Quitexe, de Aldeia Viçosa, Vista Alegre e Carmona - nada se dizia.
Carlos Craveiro, à esquerda, e na apresentação
do (seu) livro «Cartas de chamada de um regres-
so anunciado», que faz memória da Fazenda
Luísa Maria. Seguido de Acílio Godinho, Jorge
Trindade, Celestino Viegas e Rui Machado


Craveiro de Luísa Maria, 58
anos em Maçãs de D. Maria!

Carlos Laranjeira Craveiro, filho de José Dias Craveiro, da Fazenda Luísa Maria, festeja 58 anos a 25 de Agosto de 2018 e em Maçãs de D. Maria,  concelho de Alvaiázere.
Nasceu em Luanda e foi radicado na fazenda, onde trablhavam o pai e a mãe, Idalina dos 
José Craveiro
Santos Laranjeira, por lá ficando até aos 6 anos e chegou a escola primária. Fixou-se na terra dos progenitores, licenciou-se em Bio-
logia, na Universidade de Coimbra (1982), e professorou em Coim-
bra, Avelar e agora em Tomar. Pelo caminho da sua formação aca-
démica, passa o curso de Estudos Superiores de Arte, Arqueologia e Restauro (em 1990, no Instituto Politécnico de Tomar) e o mestrado em Ensino das Ciências, na Universidade de Évora (1999).
Tem vária obra literária publicada, entre ela o livro «Carta de chamada de um regresso anunciado», que narra a aventura do pai José por terras de Angola e, particularmente, pela fazenda Luísa Maria e que o blogue «Cavaleiros do Note» teve o gosto de coapresentar a 28 de Junho de 2015 - no auditório da Junta de Freguesia de Maçãs de D. Maria.
Hoje, quando festeja 58 anos de uma vida (a)venturosa e criadora, daqui lhe enviamos o nosso abraço de parabéns! E mais e bons anos se somem no rol!

sexta-feira, 24 de agosto de 2018

4 218 - Coandante na Rui Duízo e Cavaleiros do Norte no Grafanil!

Grupo de Cavaleiros do Norte na parada do Quitexe. Atrás e de pé, 1º. cabo Gomes, Felicíssimo?, da 1ª.
CCAV.) e António do Couto Soares, que hoje festeja 66 anos na Póvoa do Lanhoso). Sentados: Zambujo,
1º. cabo Salgueiro (?) e José Costa. À frente: 1º. cabo Mendes (TRMS), NN (?), Moreira e 1ºs. cabos Coelho
 (Buraquinho) e Oliveira (TRMS) 
Os 1ºs. cabos João Monteiro (Gasolinas) e Manuel Marques
 - o Carpinteiro -, na parada do BC12, em Carmona, no ano
de 1974. O Marques faleceu a 1 de Novembro de 2011, em
 Esmoriz e de morte súbita. RIP!

O ciclo de visitas do comandante Carlos Almeida e Brito continuou a 24 de Agosto de 1974, desta feita à Fazenda do Rio Duízo, nos arredores do Quitexe.
O tenente-coronel de Cavalaria que comandava o BCAV. 8423, como habitualmente, fez-se acompanhar por oficiais da CCS e autoridades civis e eclesiásticas do Quitexe, repetindo a visita do dia 14 de Julho.
Um ano depois, os Cavaleiros do Norte continuavam aquarteladas no Campo Militar do Grafanil, nos arredores de Luanda, e a expectar sobre o dia do 
Campo Militar do Grafanil nos anos 70 do Século
 XX, tempo de Portugal em Angola
regresso a Portugal, mas mantendo-se como unidade de reserva da Região Militar de Angola. 
A viagem chegou a estar marcada para o navio «Niassa», mas, felizmente para nós, foi anulada e acabamos por viajar de avião - entre os dias 8 e 11 de Setembro de há 43 anos.
O tempo deste tempo era de pouco fazer, para além dos serviços de ordem, no extinto Batalhão de Intendência de Angola (BIA), a casa» do BCAV. 8423, pelo que, no geral, os Cavaleiros do Norte acorriam à cidade de Luanda, às praias e aos sabores da boa vida, «alheios» à insegurança que se sentia na grande metrópole luandina (a capital de Angola).
A generalidade dos quadros e praças mais endinheirados, tinham mesmo alugado casas e/ou apartamentos na cidade e de lá partiam para os «vícios» da idade - desde que em tempo que não colidisse com os serviços de ordem.
A viagem chegou a estar marcada para o navio «Niassa», demoraria uns 10 dias, mas, felizmente para nós, foi anulada e acabamos por viajar de avião (8 horas) - entre os dias 8 e 11 de Setembro de há 43 anos, respectivamente a CCS e as três companhias operacionais (1ª., 2ª. e 3ª. CCAV. 8423).
Os furriéis milicianos Monteiro (à esquerda) e Viegas
 (à direita) com os conterrâneos aguedenses Carlos Su-
cena e Gilberto Marques, na casa de Viana (Angola),
há precisamente 43 anos! 

Ranger´s «aquartelados»
em casa de Viana!

Os furriéis milicianos Monteiro, Viegas e Neto, os três de Operações Especiais (Rangers) estavam instalados numa mo-
radia da cidade de Viana, na Estrada de Catete e depois do Grafanil para esta localidade. Era dum industrial de Águe-
da, que já tinha saído de Angola e a deixou à guarda de outro aguedense.
A casa foi «templo» de belíssimos momentos de confraternização com com-
panheiros do BCAV. 8423 e civis conterrâneos de Águeda (do Neto e do Viegas): o Carlos Sucena, o Albano Resende, o Gilberto Marques, por exemplo.
Foi desta casa que, na manhã de 7 de Setembro de 1975, um domingo, saímos, com as malas de viagem e para o Grafanil, de onde na madrugada do dia seguintes viajamos para o aeroporto de Luanda e daqui voámos para Lisboa.
... em foto recente
e em fase civil!
A. Couto Soares
em 1974/75 e...

Soares, TRMS da CCS, 66
anos na Póvoa do Lanhoso!

O soldado Soares, de Transmissões de Infan-taria da CCS do BCAV. 8423, festeja 66 anos a 24 de Agosto de 2018.
António do Couto Soares, de seu nome comple-to, é natural de Brunhais, freguesia do concelho da Póvoa do Lanhoso, e lá voltou a 8 de Setembro de 1975, no final da sua comissão em Angola. Sabemos que emigrou para a Suíça e, já aposentado, divide o seu tempo entre este país e a sua Brunhais portuguesa. Parabéns! 


quinta-feira, 23 de agosto de 2018

4 217 - Holden Roberto em Carmona, obras nas picadas e Estrada do Café!

Cavaleiros do Norte do PELREC: José Neves (?), Francisco Madaleno,
Raúl Caixarias e João Marcos, que amanhã festeja 66 anos. Em baixo, os
1ºs. cabos NN, Augusto Hipólito e João Pinto
Notícia do Diário de Lisboa de 24 de Agosto
de 1975, sobre a chegada de Holden Roberto,
presidente da FNLA, à cidade de Carmona.
Tinha viajado de Kinshasa (Zaire)


A notícia do dia 23 de Agosto de 1975, uma sexta-feira de há 43 anos, teve a ver com a che-
gada de Holden Roberto a Carmona, viajando num avião da Air Zaire. Finalmente se tinham notícias da capital do Uíge, de onde os Cavaleiros do Norte tinham saído no anterior dia 4.
O presidente da FNLA tinha pouco tempo antes saído do país (em cujo território foi fotografado
a apenas 32 quilómetros de Luanda) e viajara 
Holden Roberto fotografado
a 32 kms. de Luanda
de Kinshasa, a capital do Zaire, acompanhado
nhado de Johny Eduardo, que tinha sido 1º. Ministro do Colégio Presidencial do Governo de Transição de Angola. 
«Não deu qualquer explicação sobre a sua reentrada em território angolano», reportava o Diário de Lisboa desse dia, precisando que «a viagem coincide com a recuperação do MPLA, que empurrou a FNLA para o norte do Rio Dande e, na zona do Lucala, até quase Samba Caju».
O dia coincidiu também com um desmentido dos Estados Unidos, refutando a notícia divulgada pelo MPLA, a do alegado envio (aqui ontem falado) de arma-
mento americano para a FNLA, a partir da bases na Alemanha e que teriam sido descarregado na base aérea do Negage.
As míticas Portas de Zalala, perto da fazenda
do mesmo nome, onde esteve a 1ª. CCAV. 8423.
Notam-se viaturas na picada!
 
Obras nas picadas
e Estrada do Café

Os trabalhos de recuperação da picada do Qui-
texe para a Fazenda de Zalala terminaram a  23 de Agosto de 1974, precisamente um ano antes destes acontecimentos de Carmona.
«Os arranjos da redes estradal continuaram a ser executados pela Junta Autónoma de Estra-
das de Angola, sob protecção de escoltas mi-
litares», lê-se no livro «História da Unidade», precisando o dia de há 44 anos como o último dos trabalhos na perigosa e te-
mida picada zalaliana, mas indicando que, a 26 (dois dias depois...), começaria o troço do Liberato e sublinhando que «continuaria em curso os da estrada do Café, entre Vista Alegre e Ponte do Dange».
O Marcos com o
estandarte do
BCAV. 8423 no
encontro de 2017
no RC4
O Marcos, o Madaleno e o
1º. cabo Pinto, no Quitexe
e em 1974. Há 44 anos!

Marcos do PELREC, 66
anos no Pego de Abrantes!

O soldado Marcos, do PELREC da CCS do BCAV. 8423, festeja 66 anos a 24 de Agosto de 2018. No Pego, em Abrantes.
João Manuel Lopes Marcos foi atirador de Cavalaria e combatente sem medos, quando operações, patrulhamentos ou escoltas ou «fizeram sair» pelos chãos do Uíge afora. Já em Carmona, integrou uma das equipas de Polícia Militar (PM, ou PU - Polícia de Unidade) do tempo dos Cavaleiros do Norte. Era homem sem recuos a qualquer problema e/ou perigo.
Regressou a Portugal no dia 8 de Setembro de 1975, no final da sua jornada angolana do Uíge e ao seu Pego natal e abrantino, onde fez vida familiar e profissional, agora já aposentado. Para lá vai o nosso abraço de parabéns!