O tenente-coronel Almeida e Brito comandou a coluna militar que, há 43 anos, saiu de Carmona para Luanda. Na imagem, com os alferes milicianos João Machado e Jorge Capela, ambos da 2ª. CCAV. 8423 |
O dia 4 de Agosto de 1975 foi o último da presença militar portuguesa em terras do Uíge angolano, quando os Cavaleiros do Norte do BCAV, 8423 deixara, o BC12 e Carmona.
«Prevista a partida para as 5 horas da manhã, pode dizer-se que, a partir das 2 duas horas, tudo se pôs a postos para que o horário fosse cumprido. E foi»,
Os capitães milicianos José Manuel Cruz e José aulo Fernandes, comandantes, res- pectivamente da 2ª. CCAV. e da 3ª. CCAV. do BCAV. 8423 |
«A incompreensão dos civis gerou o primeiro problema com a FNLA que, bloqueando-os na cidade, não os quis deixar sair», historia o HdU, especificando que «às 5,15 horas, resolveu-se o primeiro incidente e esta resolução iria dar azo a segundo e mais grave incidente».
Na verdade, «todos fugiram para o Negage, onde finalmente foram impedidos de partir, situação que iria atrasar, em cerca de de 8 horas, a marcha da coluna». Antes ainda e já em marcha, saída de Carmona, «passou o controlo da FNLA do Candombe, com 210 viaturas e em cerca de meia hora de escoamento».
Um acidente, por volta das 7,30 horas e provocado pelo cerrado nevoeiro dessa hora, «fez com que fossem abandonadas duas viaturas média, na estrada, e fosse rebocada, e abandonada no Negage, uma viatura pesada».
A coluna de há 43 anos teve apoio de helicópers e FIAT´s (aqui, na parada do BC12) |
A odisseia dos civis, que
se sentiram abandonados!
A cidade do Negage «estava pejada de viaturas», muitas dos civis idos de Carmona, e «a FNLA em peso, proibiu a sua saída, à excepção das viaturas privadas de uso militar», tendo sido improfíquas as negociações para ultrapassar este impasse.
«Tentadas plataformas várias, bateu-se sempre em falso. Começou a odisseia dos civis, sentindo-se abandonados e entregues à sorte do querer da FNLA, convencidos que as NT os abandonariam», relata o HdU, acrescentando, todavia, que «assim não sucedeu».
Procurou-se uma última solução e, efectivamente, após uma reunião com Daniel Chipenda, às 16 hora», foi feito o trânsito da quase totalidade dos civis. «Foi o renascer da esperança para esta gente, foi o acreditar da missão das NT. Efectivamemnte, não fora tal determinação, e todos os camionistas ficariam», relata o Hdu.
A coluna foi retomada às 18 horas, já «com cerca de 700 viaturas» - eram 210 em Carmona... -, e «uma hora depois atravessou o controlo de Camabatela, onde se incorporaram mais civis». Às 20,30 horas, entrou em Samba Caju e ali pernoitou a coluna.
Assim foi, sumariamente, o dia 4 de Agosto de 1975 na vida dos Cavaleiros do Norte e dos civis que rodaram de Carmona para Luanda. Mais dias e horas se seguiriam. A coluna era comandada pelo tenente-coronel Carlos Almeida e Brito e envolvia a 2ª. CCAV. e a 3ª. CCAV. do BCAV. 8423, uma Companhia de Comandos e outra de Pára-quedistas, com apoio aéreo de helicópteros e de uma esquadrilha de Fiat´s (aviões de combate).
Furriel José Augusto Guedes Monteiro |
Monteiro, furriel da CCS,
66 anos em Paredes!
O furriel miliciano Monteiro, de Operações Especiais, os Rangers, festeja 66 anos a 4 de Agosto de 2018.
José Augusto Guedes Monteiro é natural de Vila Estrela, freguesia de Fornos, em Marco de Canaveses, e formou com o Neto e o Viegas, o trio de furriéis milicianos OE/Rangers da CCS e do PELREC, por Angola, trabalhou na secretaria da Companhia.
Regressou a Portugal no dia 8 de Setembro de 1975 e retomou a sua profissão na Sociedade dos Transportes Colectivos do Porto (STCP), de que se refor-
mou. Aposentado, pois, mora na cidade de Paredes e está de boa saúde e disposição (acabámos de com ele falar). Parabéns!
O 1º. cabo José Ma- nuel de Jesus Cordeiro em 2013 |
O 1º. cabo José Manuel de Jesus Cordeiro foi atirador de Cavalaria e elemento do PELREC da CCS. Faz 66 anos 4 de Agosto de 2018.
Natural da Portela do Vale de Espinho, no concelho de Porto de Mós, lá regressou a 8 de Setembro de 1975. Fixou-se, pelo casamento, no lugar de Bezerra, no mesmo concelho, tendo trabalhado na área dos mármores e das madeiras.
Está aposentado desde o princípio do ano e respira saúde, como acabou de nos dizer, ao telefone! Sempre saudoso dos tempos de Angola. Parabéns!
Há sempre alguém que nos diz; parabéns. Mas é sempre especial vindo da família dos cavaleiros do norte. Obrigado e faço votos para que todos se encontrem bem de saúde. Abraço fraternom
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