O itinerário da coluna militar de Carmona para Luanda: 570 quilómetros de estrada no tempo de 58,45 horas |
Almeida e Brito, o comandante da épica coluna |
gou ao Grafanil ao meio dia de 6 de Agosto de 1975, 58 horas e 45 mi-
nutos depois de ter saí-
do da capital do Uíge.
«Terminou, assim, a odisseia de milhares de civis que, à chegada a Luanda, choraram por se sentirem livres», lê-se no livro «História da Unidade».
O dia começara cedo, depois da passagem no Dondo (às 23 horas de véspera) e interrupção da marcha, recomeçada às 7 horas da manhã desse 6 de Agosto de 1975, uma 4ª.-feira, e a 174 quilómetros de Luanda.
A coluna, às 10,20 horas, foi sobrevoada por 2 aviões FIAT e um heli com uma equipa de reportagem da BBC. Passou por Catete quando se contavam as 11 horas e, à porta do Campo Militar do Grafanil já estavam muitos Cavaleiros do Norte (da CCS e da 1ª. CCAV. 8423, os que viajaram de avião, no dia 3 anterior, um domingo) em expectante ansiedade.
«Começaram a chegar ao Grafanil às 12 horas, com um tempo de escoamento de 45 minutos», reporta o HdU, acrescentando que «terminou o movimento de Carmona para Luanda, nos 570 quilómetros de itinerário e no tempo de 58,45 horas, trazendo consigo cerca de 700 a 800 viaturas».
Ainda segundo o HdU, esta «teria sido a missão mais difícil do BCAV. 8423, mas também aquela em que bem demonstrou o seu «querer e saber querer», conduzindo uma operação que forçosamente terá de ser um pilar bem mar-
cante da sua História».
Notícia do jornal «A Província de Angola», de 7 de Agosto de 1975, sobre a chegada da coluna militar, com civis, do Uíge para Luanda. Há 43 anos! |
no Grafanil !
A imprensa luandina do dia seguinte no-
ticiou que «chegou do Uíge uma coluna de civis e militares».
O jornal matutino «A Província de An-
gola» (ver o recorte ao lado) informava que «a coluna compreendia cerca de 1500 veículos, muitos dos quais de carga, com mobílias, electrodomésticos e outros bens, pertencentes a europeus residentes naquelas zonas e que, pelos vistos, pretendem abandonar o país».
As zonas referidas eram as cidades de Carmona e Negage (e vilas do Uíge) e o jornal citava o que «ali aconteceu e da retirada da tropa portuguesa».
O «A Província de Angola» acrescentava que «muitas das pessoas que chegaram nasceram naquelas terras ou lá viviam há muito tempo».
«Disseram que devem ser raros os europeus que lá ficaram, apesar de Daniel Chipenda ter estado no Negage a tentar demovê-los de partirem», concluiu o jornal matutino de Luanda.
Adão Morais, 1º. cabo atirador de Cavalaria |
Adão, 1º. cabo,
faleceu há 9 anos!
O 1º. cabo Adão Luís Correia de Morais, atirador de Cavalaria da 1ª. CCAV. 8423, faleceu há 9 anos: a 7 de Agosto de 2009.
Cavaleiro do Norte da mítica Fazenda de Zalala, e depois Vista Alegre, Songo e Carmona, era natural do lugar de Bouças de Cima, da freguesia de Ordem, no concelho de Lousada - aonde regressou no dia 9 de Setembro de 1975, quando terminou a sua jornada africana do Uíge angolano.
Lá nascera a 10 de Abril de 1952 e lá faleceu, aos 57 anos e de doença - tanto quanto sabemos. Hoje o recordamos com saudade. RIP!!!
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