CAVALEIROS DO NORTE!! Batalhão de Cavalaria 8423, última guarnição militar portuguesa nas terras uíjanas de Quitexe, Zalala, Aldeia Viçosa, Santa Isabel, Vista Alegre, Ponte do Dange, Songo e Carmona! Em Angola, anos de 1974 e 1975!

quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

1 556 - Quitexe, aos 31 dias de Janeiro de 1975

Pires (Montijo), Cruz, Pires (Bragança), Reino, Lopes (3ª. CCAV.), Morais e Belo (em 
cima) e Lopes (enfermeiro), à porta da casa dos furriéis, no Quitexe, em Janeiro de 1975 

Aos 31 dias de Janeiro de 1975, uma sexta-feira, fechava-se um mês muito marcado pela Cimeira de Penina, no Alvor algarvio do Portugal europeu, e, pelo Quitexe, com mais ou menos patrulhamentos, escoltas e contactos com dirigentes e combatentes dos movimentos de libertação, antevia-se e desejava-se a partida para Carmona. Iria demorar por todo o Fevereiro.
Os comandantes das unidades do Comando do Sector do Uíge reuniram-se várias vezes em Carmona e Almeida e Brito (o tenente-coronel líder dos Cavaleiros do Norte) visitou, em trabalho, a 1ª. CCAV. 8423 (em Vista Alegre) e a 2ª. CCAV. (em Aldeia Viçosa). No âmbito da acção psicológica, «correu-se novo filme no subsector e compareceu pessoal de todas as subunidades num espectáculo do MFA, realizado em Carmona e no pavilhão gimnodesportivo, em 21 de Janeiro»
A rapaziada, como se vê na imagem, espelhava boa disposição. E o que é feito destes «putos» de 22 anos, aqui fotografados há precisamente 38, no varandim da casa dos furriéis, no Quitexe?
O Pires do Montijo é agora de Niza, onde é empregado camarário. Ex-camarário, mas de Lisboa e reformado desde Dezembro de 2011, é o Cruz, que é de Cardigos mas mora na Póvoa de Santo Adrião. O outro Pires, o de Bragança, aqui mora e já aposentado da GNR. O Reino é outro aposentado da GNR, com casa de família no Sabugal. O Lopes, atirador da 3ª. CCV., foi de Barcelos para Lisboa, onde trabalha. O Morais, foi de Niza para Vila Viçosa e está em vésperas da aposentação como funcionário público. O Belo já é reformado da administração fiscal e mora no Retaxo (Castelo Branco). Outro candidato à aposentação da administração fiscal é o Lopes, que foi enfermeiro dos Cavaleiros do Norte e está para as curvas - como concluí da conversa que há momentos tive com ele. É aquela malta!

quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

1 555 - Imagens de Carmona, recuadas no tempo...

Avenida que vai dar à praça da ZMN, Câmara e Tribunal de Carmona (em cima) 
e antigo restaurante Escape, na rua do Comércio (em baixo), a 19 de Dezembro de 2012
Fotos de Carlos Ferreira

A cidade de Carmona, actual Uíge, cresceu desde que os Cavaleiros do Norte de lá saíram, a 4 de Agosto de 1975. 
A foto de cima mostra edifícios conhecidos do tempo e quero acreditar que o do lado esquerdo será o antigo hotel, na que então se chamava avenida Capitão Pereira. Será assim? Note-se, do lado direito, a cúpula do edifício que, em construção, será a futura Assembleia Provincial.
A de baixo, reparem bem na placa a vermelho: Restaurante Escape.
Ficava numa esquina da Rua do Comércio - ao tempo ponto nevrálgico das «guloseimas» e prazeres gastronómicos de muita tropa. E civis, claro está.
Era o restaurante de moda, onde pousávamos ao fim da tarde, ganhando fôlego para noite, pousando os olhos nas adolescentes que se passeavam nas ruas, fazendo tempo para uma ida ao cinema, ou a um dos bares americanos em que se fartavam cios e desejos. Por exemplo, o Diamante Negro e outros - cujos nomes já escapam.
É um prazer rever estas imagens tão recentes, de Carmona, a Uíge dos angolanos. Devêmo-lo ao Carlos Ferreira. Obrigado, pá!

terça-feira, 29 de janeiro de 2013

1 554 - O antigo quartel do BC12, em Carmona (Uíge)

O BC12, a 20 de Dezembro de 2013 (em cima) 
e nos tempos dos Cavaleiros do Norte (em baixo)

Eis o BC12, o mítico quartel de Carmona, onde jornadearam os Cavaleiros do Norte, de 2 de Março a 4 de Agosto de 1975. Onde, nos dramáticos primeiros cinco dias de Junho desse ano, na parada, se refugiaram na volta dos dois mil cidadãos, protegidos pela tropa: brancos e negros, mulatos, africanos, europeus, homens e jovens, mas principalmente crianças e mulheres.
O ângulo não é o mesmo, mas é visível um dos torreões da fachada principal. Neles, muitas noites os Cavaleiros do Norte fizeram vigias e nelas se desenharam muitos sonhos de regresso a Portugal e a casa. 
A foto actual é 
de Carlos Ferreira


segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

1 553 - A (velha) Transmontana de Carmona


A popular Casa Transmontana, dos anos 70. Em baixo, a de 18 de Dezembro 
de 2012. Foto de Carlos Ferreira
A fotos estão separadas por uns bons 40 anos. Mas o edifício é o mesmo: a popular Casa Transmontana, em Carmona. Era ponto de encontro e desencontros, de (por ali perto) alguns amores fugidios e cios que se despertavam a troco de meia dúzia de lérias e alguns angolares. Por ali perto, era a PSP e o Banco de Portugal. Se bem me lembro! 
Era, aquele passeio sombreado de bonitas e altivas palmeiras, um ponto de encontro para umas boas cervejas!! E de espera-galegos» para boleias para o Quitexe, fossem civis mas principalmente militares. Aqui ficam, pela imagem do Carlos Ferreira, as comparações possíveis e imaginárias, sobre um sítio que os Cavaleiros do Norte tão bem conheceram.

1 552 - Placas da vila do Quitexe...

Placa de entrada da vila do Quitexe, a 15 de Dezembro de 2012 (foto de Carlos Ferreira), 
na estrada do café - que liga Carmona a Luanda. 
Em baixo, outra placa, mas de cerca de 40 anos antes - 
à entrada da mesma vila, do lado de Carmona

domingo, 27 de janeiro de 2013

1 551 - Janeiro de 75, à espera de Carmona


Parada do quartel dos Cavaleiros do Norte, no Quitexe (1974 e 1975). 
Em primeiro plano, o mastro onde se hasteava a bandeira nacional portuguesa


O espaço que aqui se vê é o da parada do Batalhão de Cavalaria 8423, no Quitexe. Mesmo na frente, o espaço ajardinado onde, no mastro, diariamente se içava e descerrava a bandeira nacional.
Os dias de Janeiro de 1975, pelo Quitexe, com a 3ª. CCAV. 8423 já por lá instalada, decorreram na expectativa de «uma nova remodelação do dispositivo». A cimeira da Penina – que «iria definir os termos da negociação da independência de Angola» - polarizou todas as atenções. A de Mombaça, tempos antes, parecia ter alcançado «uma comunhão de interesses de todos os movimentos». E expectavam-se rápidas decisões quanto ao futuro próximo – o de Angola e o nosso.
O tempo acabou por «dizer» que não seria bem assim.
A guarnição do Quitexe, por esse tempo e entretanto, murmurava cada vez mais a maior probabilidade de rodarmos para Carmona. Seria (e foi) o ouro sobre o verde das nossas esperanças em, finalmente, começarmos a operação de retorno a casa - era assim que entendíamos o próximo abandono da vila quitexana. 

O BC12, que desde 1961 guarnecia a cidade capital do distrito do Uíge, ia ser extinto e aí estava «encandeado» o nosso futuro. Lá iríamos parar.
Contudo, assim se lê no Livro da Unidade, «nada de positivo ainda se concretizou sobre tal movimento, que está esboçado, ma que aguarda ainda a sanção superior, resultante de alterações que a cimeira do Algarve possa impor».
A CCS viria a deslocar-se no dia 2 de Março seguinte. Para o BC12. Pelo Quitexe, continuaria  a 3ª. CCAV. 8423, a de Santa Isabel.

sábado, 26 de janeiro de 2013

1 550 - A cidade Carmona nos dias de hoje, agora Uíge!

Saída do Quitexe, para Carmona, cidade denominada Uíge, após a independência, e capital da província com o mesmo nome ...
.. a estrada do café (assim se chamava) à entrada de Carmona (em cima) e a rotunda desta cidade, do lado do Quitexe. À direita, seguia-se para o Negage - onde se situava a base aérea militar
Fotos de CARLOS FERREIRA | Clicar, para as ampliar



1 549 - Comício conjunto e incidentes entre MPLA e FNLA

Quartel de Aldeia Viçosa, 2012 (foto de Carlos Ferreira) e comício 
da FNLA e do MPLA, a 26 de Janeiro de 1975 (foto de António Carlos Letras)

A 26 de Janeiro de 1975, hoje se fazem 38 anos, a FNLA abriu uma delegação em Aldeia Viçosa e os dois movimentos activos na zona - este e o MPLA -, quiseram «fazer um comício conjunto» (foto de António Carlos Letras, em baixo). 
O problema é que «não conseguiram entendimento, o que deu origem à intervenção das NT, em situação apaziguadora». O relato vem AQUI
A relação entre os dois movimentos, refere o Livro da Unidade, «tem dado azo a situações de atrito, entre eles».
Os Cavaleiros do Norte de Aldeia Viçosa, os da 2ª. CCAV. 8423, eram comandados pelo capitão miliciano José Manuel Cruz, de Esmoriz (Ovar), e que era, no plano desportivo, campeão nacional de voleibol.

sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

1 548 - A avenida, ou rua de baixo, do Quitexe...

Avenida do Quitexe, ou Rua de Baixo, com edifícios novos na saída para Camabatela, em 15 de Dezembro de 2012 (foto de Carlos Ferreira). Em baixo, pode ver-se a mesma avenida, em 1974 e 1975, com o edifício do comando à esquerda e, logo a seguir, a porta d´armas. A parte nova deve ser o prolongamento da avenida do nosso tempo. Repare-se na mudança do tipo de iluminação, naturalmente agora mais moderna.
Clicar nas imagens, para as ampliar



quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

1 547 - O Quitexe nos dias de Dezembro de 2012

O Quitexe, a 15 de Dezembro de 2012. Em cima, um edifício nas imediações do 
jardim da administração. Em baixo, a avenida principal da vila, na 
zona frontal às instalações do BCAV. 8423.
Fotos de Carlos Ferreira


1 546 - Tempos de formação do BCAV. 8423...

Neto, Viegas, Matos e Monteiro no RC4, em Santa Margarida, em Janeiro de 1974

Há 39 anos, viviam-se por Santa Margarida os tempos de formação do BCAV. 8423, em altura de escola de recrutas - os futuros atiradores de cavalaria do BCAV. 8423, que, e cito do Livro da Unidade, «começou a existir cerca de Outubro/Novembro de 1973, com a mobilização dos seus quadros». Mas foi só a 7 de Janeiro de 1974 que «o encontro da maioria do pessoal do futuro batalhão» - oficiais, sargentos e praças - se realizou, no destacamento do RC4.
A 23 de Janeiro, o Batalhão «foi inspeccionado pelo coronel de cavalaria Magalhães Corrêa, do DAC» e nova inspecção teve a 23 do mesmo mês, desta feita pelo coronel Paixão, da IGEFE. 
Os tempos eram, tomando a palavra do nosso comandante, o então tenente-coronel Almeida e Brito, de «expressão dos princípios e hábitos de vida que teriam de nortear a vida do BCAV. durante o tempo em que, como unidade constituída, vivesse no RC4 e na RMA».


quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

1 545 - Encontro dos Cavaleiros do Norte de Santa Isabel

Quartel dos Cavaleiros do Norte de Santa Isabel (em cima, numa foto de Agostinho Belo). 
Belo, Cardoso e Reino na frente do bar (em baixo)

A 3ª. Companhia do Batalhão de Cavalaria 8423 - a dos Cavaleiros do Norte de Santa Isabel - vai reunir-se a 8 de Junho, em Arganil, a terra natal do Cardoso - que é o mordomo e por lá «furrielou» como homem das transmissões.
Os Cavaleiros do Norte de Santa Isabel eram comandados pelo capitão miliciano José Paulo Fernandes e mudaram-se para o Quitexe a 10 de Dezembro de 1974.
Arganil fica no centro do país, a exactamente 57,3 quilómetros de Coimbra (coisa para mais ou menos três quartos a uma hora de viagem, sem grandes pressas...), pelo que não será difícil «cavalgar» até lá.
A rapaziada pode desde já começar a marcar mesa, podendo fazê-lo directamente com o Cardoso - ora pelo telefone 939908807, ora pelo email joaocardoso56@gmail.com.

1 544 - O Quitexe de ontem e o Quitexe de hoje...

Antiga casa da Madame Van der Schaf - depois Casa Guerreiros, no tempo dos Cavaleiros do Norte no Quitexe, em 1974 e 1975 (foto de baixo).
O mesmo edifício, em, cima, a 16 de Dezembro de 2012, numa imagem de Carlos Ferreira. Ao lado direito, era o restaurante Pacheco, ainda se notando as mesmas janelas e portas. Registe-se, mais à direita, a casa restaurada e pintada de amarelo, mais ou menos em frente à antiga messe de oficiais. Mais para a direita e do mesmo lado da rua, sem se ver na foto, ficava o bar dos praças.


    terça-feira, 22 de janeiro de 2013

    1 543 - Imagens do Quitexe de hoje...

    Avenida principal do Quitexe, na direcção de Camabatela. Aparentemente, a parte mais
    moderna (actual) da vila (e cima), Em baixo, uma fazenda abandonada, na estrada para Luanda
    Fotos de Carlos Ferreira

    1 542 - Os PELREC´s, aniversário e falecimentos...

    O Ezequiel maria Silveste fez 61 anos a 20 de Janeiro de 2013. Foi um bravo soldado do PELREC e dele sei que mora em Vale da Figueira (Almada). É aquele ali do lado direito, em pé. Era dos que não torcia nariz a qualquer sacrifício, a qualquer missão.
    A foto, trazida ao blogue por mor desse aniversário, traz-nos outros nomes do épico (digo eu) pelotão operacional da CCS da BCAV. 8423, três deles já falecidos: os 1ºs. cabos Almeida (o primeiro, do lado esquerdo, em pé) e Vicente (primeiro do lado esquerdo, em baixo) e o soldado Leal (primeiro do lado direito, em baixo).
    Identifiquemo-los todos: Almeida, Messejana, António (?), Soares, Florêncio e Ezequiel (em cima). Vicente, Viegas, Francisco e Leal (em baixo).
    O Almeida, vítima de doença, faleceu a 28 de Fevereiro de 2009, na sua Penamacor. O Vicente, era de Vila Moreira (Alcanena), onde faleceu, vítima de doença, a 21 de Janeiro de 1977 - ontem se completaram 16 anos. Era um grande animador dos Encontros da CCS e com ele, entre 1994 e 1995, passei horas e horas ao telefone, revivendo os nossos tempos da jornada africana do Uíge. O Leal, também de doença súbita, morreu a 18 de Junho de 2007. Até um destes dias, companheiros!

    segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

    1 541 - O Quitexe de hoje e o incêndio de 1975

    Estrada do café, no centro da vila. A padaria da esquerda não seria a antiga Geladinha do Quitexe?
    Foto de Carlos Ferreira
    O edifício da arrecadação de material e quartos dos oficiais milicianos dos Cavaleiros 
    do Norte foi totalmente destruído pelo incêndio de 17 de Janeiro de 1975 (foto de cima). 
    Os bombeiros acudiram a o incêndio (em baixo)

    O mau tempo que passou pelo país, também teve efeitos directos nos Cavaleiros do Norte. Aqui por casa, ficámos sem energia eléctrica por mais de um dia e serviço MEO por quase três - desde a manhã de sábado, até ao princípio desta noite. É esta a razão deste feriado blogueiro. 
    As boas notícias do Mosteias, felizmente, continuam vivas e activas. Ele vai mandar a doença à fava e saltar na frente dos nossos olhos com a raça felina do seu corpo de atleta e saúde mental forte. As marchas hospitalares que tem pela frente, não serão coisa que o batam. 
    Escapou, nesta agenda de memórias de Angola e do Quitexe, o célebre incêndio de 17 de Janeiro, na arrecadação de material edifício que era, também, a casa dos oficiais milicianos, registando-se «avultados prejuízos materiais». «Não houve possibilidade de evitar a destruição total do imóvel», lê-se no Livro da Unidade.
    A 18, o comandante Almeida e Brito esteve no Comando de Sector, em Carmona, preparando a desejada partida para lá. Assim ia o mês de Janeiro de 1975, há 38 anos.

    sábado, 19 de janeiro de 2013

    1 540 - O Mosteias recupera bem...


    Viegas, Mosteias e Neto em Julho/Agosto de 1975, ma messe de Carmona

    Este trio de rapazes não era o mais bem comportado dos Cavaleiros do Norte. Não era, não senhor!! Era muito reivindicativo, interveniente e, deixem lá passar a imodéstia, era competente no que fazia e solidário com todos os companheiros. Sem nunca, mas mesmo nunca ferir o RDM.
    O momento de hoje, porém, não é para recordar peripécias desses saudosos tempos da jornada africana. Mas de congratulação, de alegria e felicidade. Com notícias, boas notícias, do Mosteias, ontem operado no Hospital do Litoral Alentejano.

    O filho do meio, o José António, 
    mandou este recado:

    Aproveito este espaço para ir dando notícias do estado de saúde do meu Pai. Estive com ele hoje e, como natural, está um pouco "abananado" com o pós-operatório. Deverá voltar a comer dentro de dias.

    Mais uma vez, e sempre, o nosso obrigado pela força e coragem demonstrados.
    Um forte abraço,
    José António Mosteias



    O Chico Neto não esqueceu, também, 
    o grande companheiro do Quitexe:

    Amigo Mosteias olha em frente. Olha que ainda há muita coisa boa para a malta comemorar.
    F. Neto
     

    A comemoração, o mais tardar, será a 1 de Junho deste ano, em Santo Tirso. Até lá, o Mosteias, como vencedor que é, vai ganhar mais umas batalhas - que ele não é rapaz para se intimidar com certas coisas e vai passar por este momento delicado da sua saúde com uma perna às costas.
    Grande abraço.
    Cavaleiros do Norte

      

    sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

    1 539 - A rua de baixo, a avenida, a rua da tropa do Quitexe...

    Não estou enganado se lembrar que esta casa aqui à direita é o (antigo) bar Topete. O do nosso tempo, provavelmente agora com outro nome. E não erro se disser que aquele cor de rosa, logo depois da azul, era a casa do sr. Guedes. E não tenho dúvida alguma sobre esta rua: é a avenida do Quitexe, a rua de baixo, a rua da tropa.
    Lá mais ao fundo, não me enganarei muito se disser que ficava a messe de oficiais. Antes, ficava a entrada para a parada e, mais à frente, sempre do lado direito, a rua para a igreja, a secretaria da CCS e a casa dos furriéis. Depois da messe de oficiais, ainda havia a messe de sargentos (o pdelotão de mortteiros e a padaria, por trás) e, logo depois, a residência do comandante Almeida e Brito - justamente onde se virava à esquerda, na rua transversal que dava para a estrada do café e onde era a enfermaria militar. Mas isto era há 38 anos. O tempo voou rápido.

    1 538 - O Luís Mosteias....


    quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

    1 537 - O (nosso) Quitexe Nos dias de hoje...

    A capela do Quitexe e a entrada, do lado de Luanda, a 15 de Dezembro de 2012
    Fotos de Carlos Ferreira


    A malta está, por acaso, a conhecer o torreão aqui da foto?  E aquela casa, lá mais ao fundo, assinalada a vermelho? E esta rua, ou estrada, chamem-lhe como entenderem? É isso mesmo, é o Quitexe de hoje, a 15 de Dezembro de 2012.
    O torreão era um posto de sentinela, na estrada do café, na saída da vila para Aldeia Viçosa, Vista Alegre, Ponte do Dange, Quibaxe, Úcua, Caxito e Luanda. A casa vermelha não será o restaurante do Rocha?!! É!!!! Aposto. 
    Esta estrada foi espaço de muitas caminhadas da tropa dos Cavaleiros do Norte. Ora em serviço, ora em lazer, quando por lá se faziam conversas a enovelar as saudades do «puto» e da família. No Rocha, fizeram-se muitas mesas de fartar estômagos e matar muitas sedes. 
    «Vamos ó Rocha?!....».
    Quantas vezes esta pergunta cirandou entre a guarnição, fazendo apetite para umas pratadas de camarões, ou um bife com ovo a cavalo, ó meu Deus, tudo muito bem regado com umas ekas, umas nocais, umas, umas n´golas!!!! E então se fosse um bom vinho, coisa rara lá pelo tempo?    
    Foi por aqui que passámos a caminho de muitas diligências, escoltas, patrulhas e operações. Por aqui passámos quando, em Setembro de 1974, iríamos enfrentar os revoltosos do Liberato! Por ali matámos os nossos medos e erguemos a nossa fé para céu, matando constrangimentos e temores, galgando o alcatrão até antes do Dambi Angola, onde, felizmente, não houve confronto.
    Olho para estas imagens e sinto-me emocionado de ver o nosso Quitexe.
    Obrigado, ó Carlos Ferreira, por no-las teres trazido.

    quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

    1 536 - A vila do Songo, de ontem e de hoje...

    Porta d´armas e ruínas do quartel do Songo (em cima e em baixo), a 16 de Dezembro de 2012.
    Fotos de Carlos Ferreira



    O Songo ficava a uns 40 quilómetros de Carmona, que em África se fazem num instante. Galgava-se a estrada de asfalto que passava pelo BC12, ia-se por aí fora e, num pulinho, lá se chegava. Por lá estacionou a 1ª. CCAV. 8423, entre 24 de Abril e 12 de Junho de 1975, dia em que terminou a sua rotação para Carmona - onde ocupou as instalações da já extinta ZMN (e depois de uns poucas dias no BC12).
    Ao Songo, por onde o Carlos Ferreira passou faz hoje precisamente um mês, ligam-me duas pessoas: o alferes Eduardo Fonte (conterrâneo de Águeda e comandante do grupo de combate de Lamego) e o dr. Acílio Gala (que não conhecia, ao tempo, e com quem vim a ser íntimo, na sua função de presidente da Câmara Municipal de Oliveira do Bairro). 
    O que dele «conheci» no Songo de 1975 (onde estve duas ou três vezes) e por mero acaso (e não sabia quem era), foi o busto (foto) com que a população local o homenageou, a 15 de Julho de 1973, pelos seus 5 anos de administrador e presidente da Câmara.
    Ver AQUI
    - FONTE. Eduardo Manuel Pereira da Fonte, alferes miliciano de Operações Especiais (Rangers), comandante do grupo de combate em Lamego. Natural de Águeda, prestou serviço militar no Songo, em 1974.
    - GALA. Acílio Domingues Gala, administrador e presidente da Câmara do Songo. Foi presidente da Câmara Municipal de Oliveira do Bairro (de 1989 a 2005) e deputado do CDS/PP na Assembleia da República (4 de Novembro de 1991 a 26 de Outubro de 1995 e 5 de Abril de 2002 a 25 de Março de 2009). Fez 83 anos q 18 de Dezembro de 2012

    terça-feira, 15 de janeiro de 2013

    1 535 - O meu amigo Mosteias...

    Mosteias e Viegas em frente à secretaria da CCS, no Quitexe (1974)

    O Mosteias é daqueles tipos que não se esquecem mais, multiplicam afectos e ficam pousados na nossa memória e nas nossas almas, como gémeos de nós. 
    Tinha pinta, o sapador Mosteias, que se fez Cavaleiro do Norte por mor da mobilização e pelo Quitexe uíjano, pela Carmona já mais cosmopolita ou na Luanda a ferver de guerra e de ódios, nunca regateou uma mão e um gesto solidários e amigos. Com ele, não havia medos, nem retrancas, nem sofismas. Era tudo franco, leal e aberto.
    O Mosteias ficou «gémeo» pela vida fora, rareadas, embora, as mesas de tertúlia que repetiriam e desdobrariam as fartas e acaloradas conversas do Quitexe, as longas e desparcimoniadas discussões da messe de sargentos, ou do bar do BC12; as távolas de opinião plural que semearam essa amizade que levedou até aos dias de hoje.
    O Mosteias foi pai, a 21 de Setembro de 1974, e tal estado foi motivo de muita brincadeira sobre o seu estado civil, provocações que ele acolhia de jeito bonomónico, de alma lavada e feliz, a sorrir, sempre a sorrir, e fazendo coro com as nossas tropelias e caricaturas verbais - que não eram mais que uma forma, bonacheirona e segura, irreverente e divertida, de lhe dizermos como gostávamos dele. E ele de nós.
    O Mosteias triplicou a prole e fez 61 anos a 2 de Janeiro deste ano que ainda vai curto. Foi quando o "achei" na cama de um hospital do Litoral Alentejano, a combater as delicadezas de doença que incomoda e traz cuidados. Como todas!
    O que venho dizer ao Mosteias é que - ó Luís!!!, ó João!!!, ó Ramalho!!!, ó Mosteias!!! -, arriba-te, pá!!! Faz músculo, faz explodir os teus desejos e prepara-te para o encontro da CCS dos Cavaleiros do Norte deste ano. É a 1 de Junho, em Santo Tirso! Quero chegar lá e por lá já te achar. Sempre a chegar primeiro. Como em Águeda, em Ferreira do Zêzere. Como sempre!
    Grande abraço, ó Mosteias! 
    Ver AQUI

    1 534 - Dias do Songo, dos Cavaleiros de Zalala...


    A vila do Songo, em dias quentes de 1974 e 1975 (net)

    Antiga central eléctrica (??), em cima, e rua do Songo, a 15 de Dezembro de 2012. 
    Fotos de Carlos Ferreira
    Os Cavaleiros do Norte de Zalala saíram da Vista Alegre e Ponte do Dange a 24 de Abril de 1975, andava eu por férias no sul de Angola, em vésperas de chegar a Luanda e regressar a Carmona e ao BC12. Desactivaram-se estas duas unidades militares, que eram (e foram) alvo da «cobiça» dos movimentos emancipalistas, principalmente da FNLA (que pelo Uíge era senhora da guerra, que viria a ser civil) e o MPLA e menos, muito menos a UNITA.
    Foram os Cavaleiros do Norte da 1ª.CCAV. 8423, do comando do capitão miliciano Castro Dias, para a vila do Songo, ao tempo administrada por Acílio Gala - que eu não conhecia, lá lhe conheci busto e foi mais tarde presidente da Câmara de Oliveira do Bairro, onde nos fizemos amigos.
    O Carlos Ferreira passou pelo Songo em Dezembro de 2012 e vem lembrar-nos que, ao tempo, o Songo era «a linha avançada da infiltração da FNLA, vinda do Congo». «Era - sublinhou o antigo 1º. cabo mecânico de armas - uma unidade de alto risco» e lembra-se de «um ataque, numa noite de basculha numa sanzala que ficava atrás do quartel da FNLA, à procura de MPLA´s».
    Aconteceu isto por «altura das macas de Carmona», portanto de 1 a 5/6 de Junho de 1975. «Foi tudo muito complicado», lembra-se o Carlos Ferreira. 

    segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

    1 533 - O antigo quartel uíjano de Aldeia Viçosa...

    Antigo quartel de Aldeia Viçosa, a 15 de Dezembro de 2012. 
    Fotos de Carlos Ferreira

    Os meus amigos Cavaleiros do Norte de Aldeia Viçosa devem andar a«morder-me na casaca» (com boa intenção, bem entendido...), por aqui não trazer fotos de lá. Actuais. Pois elas aqui estão, pela graça da bondade e generosidade, e oportunidade, do Ferreira - que por lá se passeou a 15 de Dezembro de 2012. Amanhã se faz um mês. 
    Aldeia Viçosa era terra da 2ª. CCAV. 8423, comandada pelo capitão miliciano Cruz. Por lá se aquartelaram os Cavaleiros do Norte, a 10 de Junho de 1974, e de lá saíram em data que não sei precisar, quando fizeram malas para Carmona. Alguém, sabe?
    Tinha por lá amigos próximos: desde o Letras (meu companheiro dos Rangers, em Lamego), ao Matos (aqui vizinho de Anadia), ao Guedes, ao Rebelo (de Guimarães, de quem não sei nada), ao imitável Brejo - já conhecidos de cá! - e os alferes Capela (que era, é, sobrinho-neto, do grande Capela, que foi guarda-redes internacional e do Belenenses), o Carvalho (amigo até hoje) e o Machado (outro "Ranger" do segundo curso de Lamego).
    O que mais retenho de lá foi uma boleia com que o capitão Cruz me franqueou, a  um sábado, quando regressava de Luanda e tinha de estar no Quitexe, onde me esperava o apetite disciplinador do capitão Oliveira (comandante da CCS), afiado de pressas para me dar uma «porrada», assim eu não aparecesse, na hora da guia de marcha.
    A boleia já vinha de Luanda, na coluna que de lá soiu, e, sem transporte para chegar a tempo, mandou o capitão Cruz que me levassem ao Quitexe, que ficava a uns 40 kms., num jeep e a pretexto de lá se ir tratar de qualquer assunto. Assim me safei da «bondade» do capitão Oliveira, que andava de unhas afiadas para me despachar «à ordem». E fiquei a dever esse favor ao capitão Cruz, hoje professor reformado e residente na sua Esmoriz natal.

    domingo, 13 de janeiro de 2013

    1 532 - Um regresso à vila de Úcua...

    Úcua, nos dias de hoje (em cima) e mapa assinalando a vila e Quibaxe, Vista Alegre, Aldeia Viçosa, Dange (Quitexe) e Carmona (Uíge), localidades da estrada do café por onde passaram os Cavaleiros do Norte


    Fazenda (abandonada) Maria Emília, na estrada do café e à saída de Úcua, a 15 de Dezembro de 2012 
    Foto de Carlos Ferreira

    As escoltas dos Cavaleiros do Norte, em plena estrada do café, chegavam ao Úcua - a uns bons mais de 150 quilómetros do Quitexe. E a uns 60 de Luanda. Só por uma vez me calhou lá ir, desde o Quitexe, pouco depois de uns incidentes provocados  por um grupo de militares - sem que me recorde do que foi feito deles. Quando lá chegámos, encontrámos um aquartelamento virado de pantanas e meia dúzia de homens mal uniformizados, de barbas compridas e chinelos. Diria que militares abandalhados e embrulhados em dezenas de caixas de cerveja espalhadas pelo chão e garrafas vazias.
    No Úcua, estava um conterrâneo meu, recentemente falecido e aqui vizinho de uns 150 metros, o Neca - que foi militar das primeiras companhias de caçadores que lá chegaram em 1961. Voltou a Portugal e regressou a Angola, fixando-se no Úcua, onde o encontrei quando, a  6 de Junho de 1974, a CCS viajou do Grafanil para o Quitexe. 
    Trabalhava num bar e, nesse dia de revisita, procurei-o, logo que me foi possível, mas já tinha ido para Luanda - com a mulher e filha, fugindo dos incidentes que por lá se repetiam. 
    A data, não a lembro; nas aconteceu isto antes de 2 de Março de 1975 (dia em que fomos do Quitexe para Carmona) e só o voltei a encontrar em Agosto, na alta de Luanda, onde trabalhava num restaurante. 
    Ver AQUI
    E AQUI

    sábado, 12 de janeiro de 2013

    1 531 - As escoltas na estrada do café, ao Quibxe...

    Vila do Quibaxe,na estrada do café, a caminho do Piri e Úcua, onde iam 
    escoltas dos Cavaleiros do Norte. Fotos de Carlos Ferreira (15/12/2012)



    Os Cavaleiros do Norte devem lembrar-se bem destes sítios, destas imagens do... Quibaxe. Por lá passaram, quantas vezes?, em escoltas aos MVL´s - que eram desgastantes e... motivantes. Saía-se do espaço habitual, espaireciam-se as vistas e lavava-se a alma, embora se sentissem perigos. 
    Principalmente, eram operadas por companheiros das 2ª. CAV. 8423 (a de Aldeia Viçosa, até 25 de Novembro de 1974 e alternando com a CCAC. 4245/72, de Vista Alegre), e da 1ª. CCAV. (a partir dessa data, quando se instalou nesta vila, ida de Zalala).
    Há uma recordação menos agradável dessas escoltas, de quando, a 1 de Julho de 1974, um acidente «vitimou» o (furriel) Freitas Ferreira (na foto), na curva que cortava para a Fazenda Maria Fernanda. 
    O UNIMOG despistou-se e, além de outros feridos (todos levados para o Hospital Militar de Luanda), o Freitas Ferreira ficou com uma perna e uma clavícula partidas. De tal modo, que viria a ser reclassificado em amanuense, deixando de ser atirador de cavalaria
    Ver AQUI