CAVALEIROS DO NORTE!! Batalhão de Cavalaria 8423, última guarnição militar portuguesa nas terras uíjanas de Quitexe, Zalala, Aldeia Viçosa, Santa Isabel, Vista Alegre, Ponte do Dange, Songo e Carmona! Em Angola, anos de 1974 e 1975!

quarta-feira, 14 de agosto de 2019

4 781 - Angola sem alimentação, sem combustíveis e sem notícias do Uíge...

Cavaleiros do Norte do Parque-Auto da CCS, no Quitexe:
1ºs. cabos Serra Mendes e Rafael Farinhas (mecânicos),
furriel miliciano Norberto Morais (mecânico) e 1º.s  ca-
bos Domingos Teixeira (estofador) e Orlando
Teixeira (pintor) 
BCAV. 8423

A cidade de Luanda acordou, 14 de Agosto de 1975, relativamente calma, embora «conti-
nuem a pairar grandes incertezas, devido à carência de alimen-
tos», o que, noticiava o Diário de Lisboa desse dia, «provoca intermináveis bichas à porta dos restaurantes».
A Estalagem Leão (net)
Os Cavaleiros do Norte saíam do Grafanil e muitas vezes se «socorreram» dos restaurantes da Shell (que tinha bombas e funcionava 24 horas por dia) e da Estalagem Leão - que nos nossos últimos dias de Angola tinha coelho como prato de todos os dias e de todas refeições. Ambos na Estrada de Catete, em direcção a Luanda.
Ao mesmo tempo, «colunas e automóveis forma(va)m-se à entrada das estações de abastecimento, aguardando os condutores a oportunidade de obterem os 10 litros de gasolina a que tem direito». Frente aos bancos, registavam-se também «grandes aglomerações de pessoas», tentando levantar dinheiro, o que, registava o Diário de Lisboa desse dia, era «operação cada vez mais difícil», devido aos condicionamentos criados pelo Ministro das Finanças, o angolano Sady Mingas, do MPLA, que assim queria «evitar a fuga constante de capital». 
O 1º. cabo José Almeida, José Rebelo
e, à frente, Joaquim Duarte cozinhei-
ros da CCS por terras do Uíge

Sem notícias das
terras do Uíge !

Os Cavaleiros do Norte do BCAV. 8423 continuavam sem saber notícias de Carmona e das terras do Uíge por onde tinham jornadeado: Quitexe, Aldeia Viçosa, Ponte do Dange e Fazendas Zalala, Santa Isabel, Luísa Maria e Liberato.
O Uíge era a «terra da FNLA» e de lá não vinham quaisquer comunicações!
Notícias de combates, de dimensões diferentes, sa-
biam-se do Lobito, de Nova Lisboa e de Cabinda, pelo menos. Notícia do dia foi também a de o MPLA ter sido convidado a abandonar Luanda, cidade que «controlava», para «ali criar uma zona de paz, para melhor receber os refugiados em melhores condições». 
O movimento de Agostinho Neto opôs-se à saída, alegando que os movimen-
tos rivais, a FNLA e a UNITA, «continuam a dominar várias cidades do país, sem que tenha sido exigida a sua retirada». Era o caso da FNLA, no Uíge!
Adelaide Almeida,
 a Lai-Lai de Luí-
sa Maria

Lai-Lai de Luísa Maria
festeja anos em Condeixa!

Adelaide Fernandes Almeida, da Fazenda Luísa Maria, nos arre-
dores do Quitexe, está em festa de anos, a 14 de Agosto de 2019.
A Lai-Lai, como era conhecida, era ao tempo uma linda adoles-
cente, filha de Eduardo Silva, que foi gerente da fazenda e contem-
porâneo dos Cavaleiros do Norte do BCAV. 8423 - que lá chegaram a 11 de Junho de 1975. Nesse dia, lá se aquartelou o grupo de combate do alferes miliciano João Machado, bravo «Ranger» chegadinho de Aldeia Viçosa (sede da 2ª. CCAV. 8423) e do Campo Militar do Grafanil - onde os CdN «desembarcaram» a 4 de Junho do mesmo ano de há 45 anos.
Lai-Lai, a adolescente de Luísa Maria, é agora a senhora dona Adelaide Almei-
da, mora em Condeixa e para lá, e para ela, vai o nosso abraço de parabéns! São 62 anos, ou 63!!!..., mas a uma senhora não se pergunta a idade!

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