CAVALEIROS DO NORTE!! Batalhão de Cavalaria 8423, última guarnição militar portuguesa nas terras uíjanas de Quitexe, Zalala, Aldeia Viçosa, Santa Isabel, Vista Alegre, Ponte do Dange, Songo e Carmona! Em Angola, anos de 1974 e 1975!

quarta-feira, 3 de junho de 2020

5 076 - A partida da 2ª. CCAV. 8423, os lutos de sangue em Carmona!

A parada do BC12, em Carmona, nos primeiros dia de Junho de 1975 - já quando os refugiados
 uíjanos eram evacuados para Luanda ou outros destinos de segurança. Os Cavaleiros do Norte
do BCAV. 842, nesta altura, salvaram a vida de milhares de pessoas 
O capitão José Manuel Cruz,
comandante da 2ª. CCAV. 8423,

a de Aldeia Viçosa, com o alferes
miliciano João Machado
O bilhete de avião
do alferes Machado
da 2ª. CCAV. 8423


A 2ª. CCAV. 8423, a de Aldeia Viçosa, voou de Lisboa para Luanda na noite de 3 para 4 de Junho de 1974, chegando a Angola na madrugada deste dia, e avião dos Transportes Aéreos Militares (TAM).
A subunidade do BCAV. 8423 era comandada pelo capitão miliciano José Manuel Cruz e o quadro  de oficiais incluía os alferes milicianos João Machado, de Operações Especiais, os Rangers (ver o bilhete de avião) e, atiradores de Cavalaria, Jorge Capela, Carvalho de Sousa e João Carlos Periquito.  
Um ano depois, a cidade de Carmona continuava enlutada e em guerra aberta, com ferozes e sangrentos combates entre FNLA e MPLA. Assim como pelo Uíge fora.
«A matança prossegue em Carmona (...), Ninguém dispõe ainda do número de mortos, presos e desaparecidos, mas as vítimas serão já muitas dezenas. As ruas estão cheias de cadáveres (...)», noticiava o Diário de Lisboa, reportando os combates iniciados a 1 de Junho de 1975.
Cavaleiros do Norte no BC12 prontos para
patrulhar as ruas de Carmona, vendo-se, ao
fundo, alguns dos refugiados do quartel

Refugiados no BC12
e no Paço Episcopal

O vespertino de Lisboa adiantava que «os comandos da FNLA invadiram e destruíram as casas de dezenas de simpatizantes do MPLA» e sublinhava também que «os que escaparam refugiaram-se no Paço Episcopal e no aquartelamento Português» - o BC12.
Íamos já no terceira dia dos trágicos combates de Carmona e os Cavaleiros do Norte eram homens sem sono e sem medo, em missão permanente e sem um recuo. Muitos de nós - mesmo muitos, sabe-se lá quantos... - não tiveram descanso, sequer fome, nestes dias de guerra  aberta, rasgada e multiplicada pelos cantos da cidade. 
O DL reportava também que «a Força Aérea Portuguesa montou imediatamente um esquema de evacuação dos militantes do MPLA e da população civil que lhe é afecta, enquanto o Exército Português procura impedir os raids dos homens de Holden Roberto, que retomaram tragicamente, os métodos da UPA, em 1961».
O Exército Português estava limitado ao BCAV. 8423 e Deus sabe quanto heroísmo se soltou da alma dos bravos homens que do BC12 saíam para a cidade, enfrentando mil perigos e salvando centenas de vidas, permanentemente arriscando as suas! Já lá vão 45 anos!!!

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