CAVALEIROS DO NORTE!! Batalhão de Cavalaria 8423, última guarnição militar portuguesa nas terras uíjanas de Quitexe, Zalala, Aldeia Viçosa, Santa Isabel, Vista Alegre, Ponte do Dange, Songo e Carmona! Em Angola, anos de 1974 e 1975!

terça-feira, 25 de outubro de 2022

6 966 - Saída da Fazenda do Liberato e rotação em Vista Alegre! Os rituais fúnebres do Uíge angolano!

 

Gente da Fazenda do Liberato: os furriéis Flora (de pé, à esquerda) e Gaspar. mecânico-auto, com o cão.
Há 48 anos, souberam que iam sair da fazenda uíjana e regressar ao (seu) RI 21, em Nova Lisboa (Huambo).
Quem identifica os outros?

O capitão Victor Correia, comandante do Liberato, com
a esposa, à esquerda, e o furriel José Oliveira

O dia 25 de Outubro de há 48 anos, uma sexta-feira de 1974, e pelas bandas uijanas dos Cavaleiros do Norte, foi assinalado pelo anúncio da alteração do dispositivo militar do BCAV. 8423 - o nosso Batalhão. 
Assunto que, refere o livro da «História da Unidade», era «por demais importante». 
Assim e em previsão, «abandonam o Subsector a CCAÇ. 209, que regressará à sede a 8 de Novembro, e a CCAÇ. 4145, a qual, a partir de Novembro, se irá instalar no Sector de Luanda».
A primeira CCAÇ. (a 209) era oriunda do RI 21, de Nova Lisboa, no Huambo, e estava aquartelada na Fazenda do Liberato. Comandada pelo capitão Victor (casado com uma senhora holandesa) e a ela pertencia (embora na altura não soubesse) o furriel José Oliveira - meu companheiro de escola, em Águeda. A segunda, em Vista Alegre e com destacamento na Ponte do Dange.A notícia «saiu» da reunião do Comando do Sector do Uíge (CSU), em Carmona, na qual participou o comandante Almeida e Brito e ficou a saber-se, também, que «para solver estas situações, em meados de Novembro começará a 1ª. CCAV. a tomar conta da área de Vista Alegre, mudança que só estará completamente processada» no final do mês.

Os furriéis milicianos Viegas e Pires (Cândido), a
25 de Outubro de 1974, na aldeia do Talambanza,
 na saída do Quitexe para Carmona. Foram ver os
rituais fúnebres pela morte de uma criança
Os rituais fúnebres e a
«grande ofensiva do MPLA!

A título pessoal, eu o o Cândido Pires (furriel miliciano dos Sapadores, ambos na  imagem ao lado) estivemos na aldeia do Talambanza, onde assistimos ao ritual fúnebre da morte de uma criança negra. Infelizmente, e para aqui os pudesse evocar com rigor, a memória fez perder os pormenores essenciais do cerimonial - dele recordando, todavia ser muito inusitado para os nossos hábitos lutuosos. Cantava-se e não se chorava!
Um ano depois, já, pois, a 15 de Outubro de 1975, soube-se - pelo despacho do «Diário de Luanda« para o «Diário de Lisboa« - que «as FAPLA lançaram ontem uma grande ofensiva contra as posições de mercenários em Sá da Bandeira, depois de previamente terem evacuado os civis daquela cidade». A acção do exército do MPLA provocou «a divisão das forças mercenárias, das quais um considerável parte retirou para Humpata, a sudeste de Sá da Bandeira, na Leba».
Os noticiários do tempo (os Cavaleiros do Norte já estavam em Portugal desde a segunda semana de Setembro) não falavam do Uíge e dos chãos que o BCAV. 8423 tinha pisado na sua jornada de 15 meses por terras do norte de Angola - o Quitexe, Zalala, Aldeia Viçosa e Santa Isabel, Luísa Maria, Vista Alegre e Ponte do Dange, Songo e Carmona.
Falavam do Caxito e relativamente ao dia 23: «Tiveram lugar violentos combates na zona do Quipiri. Os invasores quisera avançar na direcção da Quifangondo mas o fogo intenso da nossa artilharia obrigou-os ao recuo, tendo deixando no terreno uma metralhadora e dois blindados equipados de canhão, que foram destruídos. As posições mantêm-se, assim, inalteráveis nesta zona», disse Júlio 

Plácido  Queirós
Furriel Queirós, de Zalala, 
festeja 70 anos em Braga!

O furriel miliciano Plácido Jorge de Oliveira Guimarães Queirós, atirador de Cavalaria de especialidade militar, foi combatente da 1ª. CCAV. 8423, está amanhã em festa, dia 26 de Outubro de 2022: comemora nada mais ada menos que 70 anos.
Cavaleiro do Norte da Fazenda Maria João, a da mítica e saudosa Zalala e do capitão miliciano Davide Castro Dias - e depois de Vista Alegre/Ponte do Dange, Songo e Carmona - é natural e residente em Braga, tendo sido bravo e garboso Cavaleiro do Norte da nossa jornada africana do Uíge angolano.
Regressou a  Portugal no dia 9 de Setembro de 1975, à sua Braga natal, e trabalhou no área comercial do sector automóvel. Agora e já aposentado, passa os seus bons dias a fortalecer a comunhão familiar (dividido entre Portugal e Suíça) e em permanente confraternização com os «zalala´s». Este ano não pôde participar no encontro de Fátima, mas está em grande forma, como acabámos de confirmar, em conversa telefónica.
Para ele vai o nosso abraço de parabéns! 

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