CAVALEIROS DO NORTE!! Batalhão de Cavalaria 8423, última guarnição militar portuguesa nas terras uíjanas de Quitexe, Zalala, Aldeia Viçosa, Santa Isabel, Vista Alegre, Ponte do Dange, Songo e Carmona! Em Angola, anos de 1974 e 1975!

quarta-feira, 25 de agosto de 2021

5 532 - Armamento para a FNLA em Carmona! Situação caótica em Nova Lisboa !

Grupo de Cavaleiros do Norte de Aldeia Viçosa, com o furriel miliciano Jesuíno
suíno Pinto (destacado pela seta e falecido a 3 de Maio de 2017) a abraçar o
também furriel Carlos Letras (de bigode). 
Quem ajuda a identificar os restantes?


Os furriéis milicianos Viegas, Mosteias (falecido a 5 
de Fevereiro de 2013, de doença e em Santo André)
e Neto, na messe de sargentos de Carmona


As notícias de 25 de Agosto de 1975, há 46 e sobre Angola, não eram as melhores. Continuavam os «confrontos armados de Nova Lisboa, especialmente conduzidos por elementos da Facção Chipenda» e registavam-se «perseguições a militantes e simpatizantes do MPLA», atingindo «enorme violência».
Os seus tropas e dirigentes «refugiaram-se nos quartéis portugueses, 
Notícia do Diário de Lisboa
de 25 de Agosto de 1975
aguardando que um contacto entre MPLA e UNITA permita a sua saída da cidade e a troca de prisioneiros».
Os Cavaleiros do Norte do BCAV. 8423 continuavam no campo Militar do Grafanil e, no meu caso (editor do blog) imensamente preocupado com a situação de familiares e amigos que lá viviam.
A  cidade capital do Huambo «encheu» com 70 000 refugiados oriundos de várias partes do território de Angola (40 000 brancos e 30 000 africanos) e rebentava pelas costuras. A maioria deles «exigia embarque Portugal». Isto, numa altura em que as evacuações a partir de Nova Lisboa e para Portugal ocorriam à média de «4000 pessoas por semana».
«Situação caótica em Nova Lisboa», titulava o «Diário de Lisboa», que citamos (ver imagem)
A cidade tinha falta de electricidade e produtos alimentares e era deficiente a assistência médica. Por esse tempo e a partir de Luanda, dezenas de vezes tentei contactos telefónicos com os familiares e amigos civis que lá viviam - e outros que lá chegaram da Gabela -, sem, porém, ter qualquer êxito. Não havia comunicações e já só em Portugal deles soubemos.
O BC 12, na saída de Carmona para o Songo,
a 24 de Setembro de 2019, quando por lá
passou o furriel Viegas da CCS

Armamento para a
FNLA em Carmona

A Carmona continuava o principal reduto da FNLA e lá chegava armamento transportado por aviões americano de bases da Alemanha Federal.
O MPLA, 
em comunicado, comentava que «aviões do tipo Skymaster estaria a realizar um vaivém entre Kinshasa (Zaire) e Carmona, onde estão concentradas importantes tropas» do ELNA - o Exército de Libertação Nacional de Angola, braço armado da FNLA. Dias antes, seria para a base do Negage, a 40 quilómetros, e o armamento incluía canhões de longo alcance.
O MPLA, no mesmo comunicado, denunciou «a presença de 200 instrutores chineses, perto do Caxito» - a uns 80 quilómetros a norte de Luanda. Além disso e ainda segundo o MPLA, «mercenários do Zaire, da Tunísia e afro-americanos combateriam ao lado da FNLA».


Jesuíno F. Pinto,
furriel de A. Viçosa

Furriel Jesuíno Pinto
chegou a Aldeia Viçosa

Um ano antes, precisamente, chegou a Aldeia Viçosa o furriel miliciano Jesuíno Fernandes Pinto, para reforço da 2ª CCAV. 8423. Faleceu a 3 de Maio de 2017, vítima de doença e em Parada de Gatim, sua terra natal, em Vila Verde.
Atirador de Cavalaria de especialidade militar, regressou a Portuga em data que não conhecemos (não veio com a 2ª. CCAV. 8423) e, ao longo da vida, teve várias actividades profissionais. Por exemplo, foi animador de rádio e viveu os seus últimos tempo de vida internado numa IPSS de S. José de Areias do Vilar, em Barcelos. RIP!!!
A CCS, aquartelada no Quitexe, também teve um «reforço»: o caixeiro Júlio S. Plácido. A 3ª. CCAV. 8423, a da Fazenda Santa Isabel, recebeu um militar: o 1º. cabo Miguel J. Garcia, para o respectivo grupo de mesclagem.

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