CAVALEIROS DO NORTE!! Batalhão de Cavalaria 8423, última guarnição militar portuguesa nas terras uíjanas de Quitexe, Zalala, Aldeia Viçosa, Santa Isabel, Vista Alegre, Ponte do Dange, Songo e Carmona! Em Angola, anos de 1974 e 1975!

sábado, 7 de setembro de 2013

1 786 - A véspera de voltar a Portugal! Há 38 anos...

Marginal de Luanda nos tempos dos Cavaleiros do Norte (em cima). Almirante Leonel Cardoso, a esquerda, com o general Altino Magalhães, almirante Rosa Coutinho, coronel Silva Cardoso (piloto aviador) e major Emílio Silva (em baixo)

Domingo, 7 de Setembro de 1975!! Os Cavaleiros do Norte alvoram sonhos e fecham malas, que próxima está a viagem de regresso a Portugal. Há ordens para toda a gente da CCS estar no Grafanil ao fim da tarde. Para o controlo final e a definição de tarefas para a dúzia de quilómetros que nos separam do aeroporto de Luanda, de onde um avião dos TAM, na manhã seguinte, nos trará em voo para Lisboa.
O Neto, eu e o Monteiro, manhãzinha cedo, dizemos adeus à casa que, em Viana, fora nosso poiso desde 4 de Agosto. Estava combinado que deixaríamos as malas no Grafanil e iríamos até Luanda, para os «adeuses» finais.
O novo Alto Comissário de Angola chegara na antevéspera, dia 5 - o almirante Leonel Cardoso. Desconsolado, porque, em Lisboa, não teve o conforto da presença, no aeroporto, de qualquer responsável político, ou militar. Sequer, de seus representantes, a levar-lhe, como se queixou em Luanda, «uma palavra de despedia, de simpatia e de encorajamento».
«Não será esse facto, talvez único ma história dos embarques de dezenas de pessoas a quem alguma vez coube a honra de orientar os destinos de Angola, que fará esmorecer a sede de que venho animado e me levou a aceitar a missão que ninguém queria», disse o almirante.
Angola não paraíso para ninguém.
O MPLA redenunciava a presença de forças estrangeiras no território angolano e aludia à possibilidade de internacionalização do conflito que opunha os 3 movimentos: o próprio MPLA, a FNLA e a UNITA.
A África do Sul admitia que as suas tropas tinham entrado em Angola, explicando que tal se devia à necessidade de protegerem a estação de tratamento de águas de Calueque, junto à fronteira com a Namíbia. Que saíriam «logo que seja possível». No documento enviado ao Governo Português, dava conta da «satisfação» pelo facto de Portugal «chamar a si» a segurança da estação.
A 12ª. Cimeira da OUA, em Kampala, decidira «criar uma comissão de conciliação» que, em Luanda, tentasse «por termo aos confrontos entre UNITA, FNLA e MPLA». O embaixador Djoudi, secretário geral adjunto da OUA, reuniu-se em Lisboa com o Governo português, no dia 5, por essa razão e, à imprensa, deu conta que «uma certa potência ocidental decidiu interferir na questão angolana, fornecendo armas a uma das partes, o que complica o problema». Não disse que país era. Apenas que ficava «situado a norte de Portugal, com interesses directos na África do Sul e que vota sempre por ela nas instâncias internacionais»
Foi neste contexto que, no primeiro domingo de Setembro de 1975, dia 7 - hoje se fazem 38 anos! -, os Cavaleiros do Norte da CCS passaram as últimas horas da sua jornada angolana.
- OUA- Organização de Unidade Africana.

1 comentário:

  1. Para alguns...
    o resto das Companhias vieram nos dias seguintes. Tive azar de pertencer à 3ª Companhia, pois só viemos dia 11.
    Um abraço a todos.
    Floro Teixeira

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