CAVALEIROS DO NORTE!! Batalhão de Cavalaria 8423, última guarnição militar portuguesa nas terras uíjanas de Quitexe, Zalala, Aldeia Viçosa, Santa Isabel, Vista Alegre, Ponte do Dange, Songo e Carmona! Em Angola, anos de 1974 e 1975!

quarta-feira, 23 de outubro de 2013

1 834 - O cessar-fogo com o MPLA...

Palácio do Governo, em Luanda, em foto do final da governação portuguesa. Ainda 
se vê a bandeira nacional (em cima). Notícia sobre o Governo de Transição (em baixo)

Luanda, 23 de Outubro de 1974. A imprensa dá conta do encontro da Delegação Portuguesa com a do MPLA, na véspera, a 60 quilómetros do Lucasse, no distrito do Moxico, que tornou oficial o cessar-fogo. 
O comodoro Leonel Cardoso, líder da delegação portuguesa, sublinhou a importância das negociações, que considerou «um passo largo para a paz em Angola».
Agostinho Neto, presidente do MPLA, considerou que «os conflitos, os males, as diferenças que nos opõem, podem terminar, através do diálogo honesto e construtivo».
Ao tempo, a FNLA e UNITA já tinham assinado o acordo de cessar-fogo com as autoridades portuguesas e estas negociações com o MPLA, concretizadas, anteviam a formação de uma frente comum, através da qual, com o Governo de Lisboa, se prepararia a formação de um Governo de Transição de Angola.
Vale a pena recordar a formação das duas históricas delegações. A portuguesa, liderada pelo comodoro Leonel Cardoso, nº. 2 da Junta Governativa, com os Secretários de Estado Peres do Amaral e António Augusto de Almeida, os majores Emídio Silva e Pezarat Correia (do Movimento das Forças Armadas) e o governador do Moxico e comandante da Zona Militar Leste (brigadeiro Ferreira de Macedo). A do MPLA, por Agostinho Neto, o presidente, com Lúcio Lara, Iko Carreira, Carlos Rocha, Ludy, Pedro Tonha, Jacob Caetano, João Van-Dunem e Aristides Van-Dunem (do comité central), comandante Bolingo, Rui Sá e Francisco Paiva (comissários políticos).
Pelo Quitexe, entretanto e na tranquilidade (expectante) da nossa jornada africana, continuavam os serviços habituais e, recordemos, decorria o processo de desarmamento dos milícias. Com algumas dificuldades, é certo, mas com segurança e sem incidentes especiais. A grande esperança da guarnição tinha a ver com a anunciada formação do Governo de Transição, em Novembro seguinte. Seria um passo largo para o final da comissão. Assim se pensou, mas assim não seria, como o futuro veio a mostrar.

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