CAVALEIROS DO NORTE!! Batalhão de Cavalaria 8423, última guarnição militar portuguesa nas terras uíjanas de Quitexe, Zalala, Aldeia Viçosa, Santa Isabel, Vista Alegre, Ponte do Dange, Songo e Carmona! Em Angola, anos de 1974 e 1975!

domingo, 24 de outubro de 2021

5 592 - Comandante em Aldeia Viçosa! MPLA em Luanda, a UNITA e o Governo Português !

Alferes milicianos Jorge Capela e João Machado, tenente-coronel Almeida
e Brito e capitão miliciano José Manuel Cruz em Aldeia Viçosa, sede
 da 2ª. CAV. 8423. O aquartelamento foi visitado pelo comando e oficiais do
BCAV. 8423 a 24 de Outubro de 1974. Há 47 anos!

Furriéis milicianos no Quitexe: Cândido Pires (em grande
 plano, de bigode), Belo (de óculos), Viegas e Fonseca


A 24 de Outubro de 1974, o comandante Carlos Almeida e Brito deslocou-se a Aldeia Viçosa, para mais uma reunião de trabalhos com a 2ª. CCAV. 8423, comandada pelo capitão miliciano José Manuel Cruz e naturalmente para abordar a situação operacional.
Uma vez mais o comandante se fez acompanhar por oficiais da CCS e o dia, uma sexta-feira de há exactamente 47 anos, foi tempo de o MPLA se anunciar como disponível para «fazer parte de um Governo de Transição» de Angola. O presidente Agostinho Neto, segundo a notícia do Diário de Lisboa do dia, acrescentou que «a FNLA e  UNITA também vão fazer parte» desse Governo.
«Os militantes do MPLA vão passar da luta armada para a luta política», disse Agostinho Neto, acrescentando que «ao mesmo tempo se prepara para a integração num exército integrado angolano das Forças Armadas Populares de Libertação de Angola» - as FAPLA, braço armado do mesmo MPLA.
Daniel Chipenda (Revolta do Leste), o jornalista
argelino Boubakar Adjali Kapiaça e Agostinho
Neto (presidente do MPLA)

MPLA em Luanda, a UNITA de
Savimbi e o Governo Português

O MPLA ia abrir uma sede em Luanda, mas Daniel Chipenda, líder de uma das facções do movimento, «insurgiu-se contra a assinatura do acordo de cessar-fogo entre o MPLA e os portugueses», argumentando que «o dr. Agostinho Neto não tinha o direito de falar em nome de todo o movimento» - o dito MPLA.
Daniel Chipenda falava numa conferência de imprensa em Kinshasa e, de acordo com o Diário de Lisboa de há 43 anos, «avisou as autoridades portuguesas»,
Jonas Savimbi, presidente da UNITA
relativamente a este acordo, que «o cessar-fogo aceite por Agostinho Neto só será respeitado pelas forças que o aceitam como chefe».
O dia foi também tempo para o governador do distrito do Moxico «garantir que não houve colaboração, da  parte da UNITA, com as autoridades portuguesas antes do 25 de Abril».
«Houve , sim, por parte das Forças Armadas e do Governo, tentativa para estabelecer negociações com aquele movimento de libertação que conduzissem a um cessar-fogo», afirmou Ferreira de Macedo, o governador do distrito do Moxico, em declarações ao jornal «A Província de Angola», explicando que as negociações com a UNITA para o cessar fogo «aconteceram depois do 25 de Abril».
A UNITA era presidida por Jonas Malheiros Savimbi e era um dos três movimentos de Libertação de Angola - com o MPLA de Agostinho Neto e a FNLA de Holden Roberto.


A primeira página do Diário de
Luanda de 24 de Outubro de
1975. Há 46 anos
Angola, 24/10/1975, a
17 dias da independência!

Um ano depois, os Cavaleiros do Norte do BCAV. 8423 já esavam em Portugal e, a 17 dias da independência, Angola estava a ferro e fogo.
O MPLA e as suas Forças Armadas Populares de Libertação de Angola (FAPLA´s) controlava a maior parte do território e decretou a mobilização popular de «todos os homens entre os 18 e os 35 anos».
«Angola está sujeita a uma invasão estrangeira, a soldo do imperialismo e que se processa em várias frentes», referia o comunicado do Comissariado Político do Estado Maior das FAPLA, lido aos microfones da Emissora Oficial de Angola por José Van Dunnen, explicando que «não se trata de enviar recrutas em instrução para a frente de combate, pois os efectivo das FAPLA são suficientes para as necessidades imediatas, mas para constituir uma força militar mais ampla, face à invasão do território».
A imprensa do dia noticiava que, na Frente Sul, «a situação mantém-se grave (...), pressionada pelas forças invasoras, constituídas por mercenários recrutados na África do Sul, pelo traidor Daniel Chipenda, e por forças regulares da-
quele país». Já tinham atingido Chíbia (antiga vila General João de Almeida) e aproximavam-se de Sá da Bandeira.


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