CAVALEIROS DO NORTE!! Batalhão de Cavalaria 8423, última guarnição militar portuguesa nas terras uíjanas de Quitexe, Zalala, Aldeia Viçosa, Santa Isabel, Vista Alegre, Ponte do Dange, Songo e Carmona! Em Angola, anos de 1974 e 1975!

terça-feira, 8 de agosto de 2023

7 256 - Cavaleiros como «unidade de reserva» e muito expectantes quanto ao regresso a Portugal!


Cavaleiros do Norte do BCAV. 8423 no Quitexe: Miguel (condutor?), furriel Morais, 
alferes Cruz e 1º. sargento Aires, 1ºs. cabos Malhei
ro (entre o
 
Miguel e o Morais), Teixeira, estofador (entre Morais e Cruz) e
  Cuba (atrás do Teixeira, de óculos). Atrás e do lado direito
estão os atiradores Ferreira e 1º. cabo Almeida

O Campo Militar do Grafanil trasnsformado em Escola Superior
de Guerra das Forças Armadas de Angola - as FAA. Imagem de 
Setembro de 2019, quando por lá passou o furriel Viegas


Os Cavaleiros do Norte do BCAV. 8423, no dia  8 de Agosto de há 48 anos, continuavam aquartelados no extinto Batalhão de Intendência de Angola (BIA), no Campo Militar do Grafanil, muito mal instalados, na verdade, e muito expectantes sobre o seu futuro mais próximo.
A expectativa maior era a de saber o dia do regresso a Portugal e aos seus chãos natais, aos abraços de familiares e amigos. 
O dito adeus a uma guerra que, tragicamente, se levedava entre sangue de irmãos contra irmãos (angolanos).
A epopeica rotação de Carmona já lá ia e, dois dias depois da chegada ao Campoo militar do Grafanil e após «um curto período de repouso e o arranjo de viaturas (...), logo o BCAV. foi chamado a actuar, dado quer ficará em Luanda a cumprir missões de unidade de reserva da RMA».
José Borges Martins, de Zalala,
aqui no Quitexe, em 1975 e com
 um grupo 
de crianças locais

As província do Uíge 
e do Zaire ocupadas por
forças da FNLA !

As notícias da «nossa» já então muito saudosa Carmona e chaosdo Uíge eram poucas. 
Muito poucas!!!
E há tão pouquinho tempo de lá tínhamos saído!!! Menos de uma semana.
Iko Carreira, dirigente do MPLA e ao tempo, declarou que o Uíge e o Zaire, províncias do norte angolano, tinham sido «militarmente ocupadas por forças da FNLA» - o não era propriamente uma novidade. 
Desmentiu, no entanto, que a FNLA tivesse entrado em Luanda, sequer que para lá avançasse.
«A tomada eventual da capital por forças da FNLA, por soldados da FNLA, como anunciado por certa imprensa, não se registará porque vamos opôr ao invasor a resistência 
popular generalizada», disse Iko Carrreira, sublinhando o inverso.
«Cerca de 3000 militantes da FNLA foram neutralizados e evacuados de Luanda, por forças do MPLA». Tinham sido, segundo afirmou, «introduzidos a capital com o objectivo de ocuparem o poder pela força».

A picada de Zalala, com 3 «zalala´s»: o Santos
e os furriéis milicianos Barreto e Nascimento


Comandante Almeida
e Brito em Zalala !


Um ano antes, o comandante Almeida e Brito deslocou-se a Zalala, onde estava aquartelada a 1ª. CCAV. 8423, comandada pelo capitão miliciano Davide Castro Dias.
O mês de Agosto de 1974 decorria «com inúmeras visitas a povos e fazendas, em apoio às vidas de todos estes», no seguimento de «directivas superiores, que impõem a não realização de acções ofensivas».
A esse tempo, os Cavaleiros do Norte continuam a proteger os trabalhos de requalificação do itinerário (picada) do Quitexe para Zalala, que estavam a ser realizados pela Junta de Autónoma de Estradas de Angola (JAEA).
Os trabalhadores da JAEA, na prática, trabalhavam «sob a proteção de escoltas militares». Como, por exemplo, acontecia na estrada do Café. entre Vista Alegre e Ponte do Dange. Ou na picada para o Liberato.


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