CAVALEIROS DO NORTE!! Batalhão de Cavalaria 8423, última guarnição militar portuguesa nas terras uíjanas de Quitexe, Zalala, Aldeia Viçosa, Santa Isabel, Vista Alegre, Ponte do Dange, Songo e Carmona! Em Angola, anos de 1974 e 1975!

quinta-feira, 17 de agosto de 2023

7 265 - Lucala reconquistada pela FNLA a 17 de Agosto de 1975! Cavaleiros do Norte à espera de voltar para casa!

A equipa de rádio-montadores da CCS do BCAV. 8423: 1º. cabo Rodolfo Tomaz. furriel miliciano António
José Dias Cruz (que amanhã faz 72 anos), 1º. cabo António Pais e António Silva, na parada do Quitexe

O soldado José Rebelo, da messe de sargentos da CCS, aqui
em pose e com um grupo de pequenos angolanos. Era muito
próxima a relação da tropa com o povo angolano!


O dia 17 de Agosto de 1975 foi um domingo e dia de a FNLA e o seu Exército de Libertação Nacional de Angola (ELNA) reconquistarem a cidade de Lucala. 
Ao MPLA e às suas Forças Armadas Populares de Libertação de Angola (as FAPLA´s). Há 48 anos!
Não fez o mesmo ao Caxito, a principal «parede» de entrada na capital, a cidade de Luanda - que era o grande alvo das forças do presidente Holden Roberto e que continuavam «donas e senhoras» do Uíge que foi chão da jornada africana dos Cavaleiros do Norte do BCAV. 8423. 
Os Cavaleiros do Norte do BCAV. 8423 que continuavam no Campo Militar do Grafanil e no extinto BIA,  mal instalados, é verdade, mas continuando a contar e cortar dias no calendário, expectando o seu regresso a Portugal e aos seus chãos natais.
Um ano antes, a 17 de Agosto de 1974, um sábado de há 49 anos, o Comité Central do MPLA rejeitou, por unanimidade, o plano português de formar um Governo Provisório em Angola.
Um Governo «por dois anos», anunciava o «Zâmbia Daily Mail», jornal controlado pelo Governo zambiano.
O MPLA estava reunido em congresso, precisamente em Lusaka, e os seus dirigentes aprovaram uma moção através da qual se soube que «rejeitamos, por unanimidade, as manobras colonialistas de iminente formação de um Governo Provisório e os Portugueses serão responsáveis pelas consequências resultantes de tais decisões unilaterais».
O «Zambia Daily Mail», citado pelas Agências Reuters e ANI, frisava que o MPLA, reafirmava a decisão de «prosseguir a luta armada até ao fim». E assim foi.


A picada do Liberato (imagem da net)
Mina anti-carro
no Calambinga !


Os Cavaleiros do Norte, pelas bandas do Uíge e em 1974, continuavam as suas acções de rotina, em termos de segurança de bens e pessoas, nos centros urbanos e em favor da liberdade de todos os itinerários.
Uma das actividades diárias era proteger as brigadas de trabalho da Junta Autónoma de Estradas de Angola (JAEA), que andavam em arranjos na Estrada do Café (que liga Carmona a Luanda) e nas picadas para as Fazendas de Zalala e do Liberato.
«Foi assim, uma actividade que não brilhou no campo dos feitos militares, muito embora tenha havido uma acção de levantamento de uma mina anti-carro na picada do Rio Calambimba», reporta o livro «História da Unidade», de que nos socorremos.
O rio Calambinga, se a memória não falha, corria praticamente paralelo (a alguns poucos quilómetros) à picada para a Fazenda Zalala.

Furriéis Cavaleiros do Norte: Cruz (que amanhã
faz 72 anos), Viegas, Dias e Neto

Cruz, furriel rádio-montador, 
faz 72 anos na Póvoa de 
Santo Adrião!

O furriel miliciano António José Dias Cruz,  da CCS do BCAV. 8423, a subunidade do Quitexe, está amanhã em festa, dia 18 de Agosto de 2023: comemora 72 anos!
Cavaleiro do Norte da subunidade do Quitexe (e depois de Carmona, actual Uige) e rádio-montador de especialidade militar, pela idade e ainda lá pela jornada africana de Angola, chegou a ser promovido a 2º. sargento. Natural de Cardigos, no concelho de Mação, já na altura trabalhava e morava em Lisboa e lá regressou a 8 de Setembro de 1975.
Aposentado, fez carreira profissional na Câmara Municipal de Lisboa, como técnico de manutenção de piscinas (e outras coisas), vivendo agora na Póvoa de Santo Adrião. Para lá e para ele vai o nosso abraço de parabéns!

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