CAVALEIROS DO NORTE!! Batalhão de Cavalaria 8423, última guarnição militar portuguesa nas terras uíjanas de Quitexe, Zalala, Aldeia Viçosa, Santa Isabel, Vista Alegre, Ponte do Dange, Songo e Carmona! Em Angola, anos de 1974 e 1975!

sexta-feira, 9 de agosto de 2013

1 757 - UNITA e FNLA para fora de Luanda


Capa do Diário de Lisboa de 9 de Agosto de 1975

Luanda, a 9 de Agosto de 1975, acordou com «violento tiroteio de armas ligeiras e pesadas, à medida que se generalizava uma ofensiva desencadeada pelo MPLA, com intenção de desalojar os últimos militares e políticos da FNLA, que se encontravam instalados no luxuoso Bairro do Saneamento, por detrás do Palácio do Governo».
O bairro era, recordo da leitura do Diário de Lisboa desse dia, que cito, «o último reduto da FNLA na cidade», com o Forte de S. Pedro da Barra. Na véspera, para Lisboa, partira Paulo Jorge, do MPLA, para «manifestar desagrado pela presença da FNLA no Governo de Transição» - aliás, «um Governo inoperante», como era reconhecido pelo Alto-Comissário Interino, general Ferreira de Macedo - a substituir Silva Cardoso, chamado a Lisboa.
O mesmo dia 9 de Agosto, há precisamente 38 anos, era tempo para «a retirada total das forças da UNITA, que se dirigiram para o Lobito e Nova Lisboa». Em Luanda, ficaram apenas os seus dirigentes políticos. 
Ao tempo, e leio agora no Livro da Unidade, os Cavaleiros do Norte, estacionados no Grafanil, estavam como «unidade de reserva da RMA», depois de «um curto período de repouso, o arranjo de viaturas e ocupar de novas instalações».
Um das suas raras intervenções terá sido no Bairro do Saneamento, onde «acudiu» a uma companhia portuguesa, recém-chegada de Lisboa e entalada entre fogos do MPLA e da FNLA. Uma estreia marcante para estes homens. De tal forma, que completo o batalhão, quiseram de imediato regressar a Portugal. Mas por lá ficaram, julgo que até à independência.

1 comentário:

  1. Só tu Camarada Viegas, consegues ter arquivos que nos faz recordar factos que já estavam apagados eu e outros Furriéis fomos apanhados no meio dessa morteirada toda e que não foi pouca, até a casa de 1 piso que tínhamos alugado não sei a quem, para sair do Grafanil, ficou sem telhado. Também nos tocou a nós, histórias dessa casa passadas de noite que davam para encher as páginas de um jornal diário. De manhã lá estava o"gasolinas" para nos levar para o Grafanil, recordo que quando saímos havia equipas de televisão, não sei de que Países a filmar, porque aquilo ainda cheirava a queimado. Nesse mesmo dia fomos destacados para protecção ao dito Bairro, só mortos, pessoas presas em galinheiros, uma confusão que nem queiras saber, mas recordo que dormi na casa que pertencia ao Sabimb, e que nos tocou para "nem sei se era para guardar ou defender" coisa sabia nós estavamos lá e não entrava mais ninguém, estava cheia de buracos das bazucadas, o certo é que o frigorífico estava intacto e cheio de coisas boas, cerveja, marisco, carne e não sei que mais de manhã estava vazio. Até as camas foram feitas com lençóis limpinhos.

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