CAVALEIROS DO NORTE!! Batalhão de Cavalaria 8423, última guarnição militar portuguesa nas terras uíjanas de Quitexe, Zalala, Aldeia Viçosa, Santa Isabel, Vista Alegre, Ponte do Dange, Songo e Carmona! Em Angola, anos de 1974 e 1975!

sábado, 24 de agosto de 2013

1 772 - Holden Roberto voltou a Carmona...

Aeroporto de Carmona, de onde, a 3 de Agosto de 1975, saíram os Cavaleiros 
do Norte. E onde, a 23 do mesmo mês, chegou Holden Roberto (FNLA)

Luanda, 23 de Agosto de 1975. Passam-se 2 anos da morte de meu pai e um sobre um das noites mais dramáticas da nossa jornada africana, na pista de aviação do Quitexe - onde o PELREC «sonambulou» medos e resistiu à tentação do ataque a uma coluna de infiltrados. Das vésperas, tinha aerograma de minha mãe - que me vinha lembrar o nosso luto e desejar-me a sorte que uma mãe viúva deseja a um filho que está na guerra, onde ele imagina todos os males e tragédias do mundo. Senti, na altura, um inexplicável conforto emocional.
Tenho encontro com o Albano Resende (com conterrâneo, civil), na Portugália, a meio da manhã, e para lá me dirijo, ido de Viana. Lá costumava «matar-o-bicho», com Rebelo Carvalheira, jornalista de A Província de Angola. É nele (jornal) que leio sobre a possibilidade de uma aliança da FNLA com a UNITA, para combater o MPLA. Os movimentos liderados por Agostinho Neto e Holden Roberto contariam, segundo o jornal, com «apoio tribal de mais de 40% da população total de Angola», pelo que cada um estava interessado na aliança com a UNITA, mas esta, e cito o PA, «limitar-se-á a uma aliança militar táctica».  
Carmona, de onde saíramos menos de 3 semanas antes, raramente era notícia, mas, em Portugal, o Diário de Lisboa desse dia, titulava que «Holden Roberto chegou a Carmona num avião da Air Zaire» - acompanhado de John Eduardo, que fôra 1º. ministro do Colégio Presidencial no Governo de Transição.
Dias antes, tinha sido fotografado na Barra do Dande e não foi dada explicação sobre a sua reentrada no território angolano - coincidente com o empurramento da FNLA, pelo MPLA, «para norte do rio Dande e do Lucala, quase até Samba Caju» - como se lê na notícia do DL.

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