O mecânico António Pereira, o condutor Francisco António e o mecânico António Simões no RC4 e em 2017 |
O tenente-coronel Almeida e Brito voltou a Carmona e à ZMN no dia 20 de Fevereiro de 1975, há 44 anos, para «ultimar os aspectos da rendição do BC12», o que, na prática, significava a preparação da rotação do BCAV. 8423 para aquela unidade daquela cidade uíjana de Angola.
A questão já vinha a ser murmurada há algum tempo, sem se conhecerem pormenores, mas tal não impedia que os garbosos Cavaleiros do Norte continuassem as suas tarefas operacionais - se bem que mais reduzidas. Ao tempo, por exemplo e já desde o dia 7 de Fevereiro, deixaram de ser feitas as escoltas na Estrada do Café, serviço que, de acordo com o livro «História da Unidade», era «assaz desgastante para o pessoal e viaturas» e que, por outro lado, «não conduzia a qualquer finalidade prática».
Daniel Chipenda |
A Revolta do Leste
e Daniel Chipenda
Actual, por esse tempo, era a questão Chipenda, cuja facção - denominada Revolta do Leste e dissidente do MPLA de Agostinho Neto - continuava a preocupar os agentes políticos angolanos.
A UNITA de Jonas Malheiro Savimbi e a FNLA de Holden Roberto, por exemplo, e citando o Diário de Lisboa desse dia, apelaram a Daniel Chipenda, via rádio e a partir de Luanda, para «abandonar a sua existência como grupo armado», já que tal, a manter-se, «poderia levar a uma luta fratricida». E sugeriram que se integrasse num daqueles dois movimentos.
Daniel Chipenda, que dias antes tinha entrado em Angola pela zona leste, es-
taria neste tempo em Kinshasa, a capital do Zaire - a actual República Demo-
crática do Congo, ao tempo presidido por Mobutu Sese Seko.
António Pereira |
Pereira, da CCS,
faleceu há um ano!
O soldado Pereira, mecânico-auto da CCS do BCV. 8423, faleceu há um ano, no dia 21 de Fevereiro de 2018, vítima de doença.
António Clara Pereira, de seu nome completo, foi Cavaleiro do Norte no Quitexe e em Carmona, tendo regressado a Portugal no dia 8 de Setembro de 1975 e fixando-se na sua natal Carregueira, da freguesia e concelho de Mação. De lá partiu para correr mundos e, profissionalmente, andou pelas mares das arábias, na prospecção de petróleo.
O encontro da CCS de 2017, no RC4, foi oportunidade para nos surpreender com a sua participação (a primeira, que viria a ser a última) e de o rever 42 anos depois do adeus a Angola e às terras uíjanas por onde jornadeámos entre 1975. Apareceu bem disposto e aparentando boa saúde, nada fazendo prever o desenlace que meses depois nos surpreenderia: faleceu a 21 de Fevereiro de 2018, vítima de doença - um letal tumor no estômago.
Hoje e aqui o recordamos com saudade!|
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