CAVALEIROS DO NORTE!! Batalhão de Cavalaria 8423, última guarnição militar portuguesa nas terras uíjanas de Quitexe, Zalala, Aldeia Viçosa, Santa Isabel, Vista Alegre, Ponte do Dange, Songo e Carmona! Em Angola, anos de 1974 e 1975!

domingo, 29 de dezembro de 2019

4 920 - Os movimentos de libertação na zona de acção do BCAV. 8423

A entrada de Vista Alegre, na Estrada do Café e do lado de Luanda (para Carmona). Aqui esteve
aquartelada a 1ª. CCAV. 8423, a de Zalala, entre 21 de Novembro de 1974 e 6 de Junho de 1975,
quando rodou para o Songo. Imagem de 24/09/2019
Combatentes e militantes da FNLA e do MPLA em Vista
Alegre, em data imprecisa de 1974/75 ainda no tempo do
aquartelamento local da 1ª. CCAV. 8423 


Os movimentos de libertação de Angola, pelos tempos de há 45 anos e no solo uíjano do norte, por onde jornadeavam os Cavaleiros do Norte do BCAV. 8423, continuavam, com mais ou menos facilidade, a sua instalação no território.
E continuavam, nalguns casos, ocupando antigas instalações militares dos portugueses, noutros criando 
A Casa dos Furriéis no Quitexe em 1974/75
delegações políticas - que, na prática, acabavam por ser mini-aquartelamentos, bem o sabíamos. 
«Abandonados que foram alguns locais, começou a verificar-se uma aproximação dos movimentos, nomeadamente aos povos já há tempo fixados, na sua maioria com incidência da FNLA, mas também, em alguns casos, do MPLA», lê-se no livro «História da Unidade», o BCAV. 8423.
«Adivinha-se uma reserva latente entre os dois movimentos, já que na área predomina a FNLA. No entanto, não se tem verificado actos que possam preocupar as suas actividades», sublinha(va) o HdU, acrescentando que tais actividades «começaram também a entrar junto das populações europeias, que continuam pensando com reservas sobre o seu futuro, mas aceitando de bom grado, pelo menos aparente, a presença efectiva daqueles movimentos». Da UNITA, nem se falava. Era um movimento de libertação ausente do norte angolano.
Convívio de civis com militares, no balcão da messe de sargen-
tos do Quitexe, onde se vê o furriel miliciano Ribeiro (de gar-
 rafa na mão), o 1º. sargento Luzia (de costas), o sar. Dias e o
o 1º. sargento Joaquim Aires. Todos os outros são furriéis: An-
tónio Lopes (de óculos e cigarro na mão), Viegas, Bento (de bi-
gode) e Flora. Depois, Rocha (de bigode), Carvalho (bigode e

boina), Gre
nha Lopes e Luís Capitão. Em baixo, Armindo Reino

O governo Provisório
e os movimentos

O Governo Provisório de Angola, também  há 45 anos, «refuta(ou) energicamente as acusações feitas em Kinshasa (...) sobre o caso dos 2000 refugiados catangueses que desde 1963 se encontram em Angola e recusaram regressar ao Zaire, apesar da amnistia concedida pelo presidente Mobutu».
Os ditos refugiados estavam maioritariamente «instalados no distrito da Lunda, constituíram família, vivendo ordeiramente», segundo relatava o Diário de Lisboa, citando um comunicado do Governo Provisório, acrescentando que «foi livremente que tomaram a decisão de não voltar ao Zaire e preferindo continuar a trabalhar em Angola».
Estes acontecimentos chegavam ao Uíge - ao Quitexe, a Aldeia Viçosa, Vista Alegre e Ponte do Dange? Não chegavam oficialmente e deles (e de outros) apenas tínhamos conhecimento através da imprensa, em particular pelo jornal «A Província de Angola», diário que se publicava em Luanda - o actual Jornal de Angola -, que regularmente chegava ao Quitexe.

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