CAVALEIROS DO NORTE!! Batalhão de Cavalaria 8423, última guarnição militar portuguesa nas terras uíjanas de Quitexe, Zalala, Aldeia Viçosa, Santa Isabel, Vista Alegre, Ponte do Dange, Songo e Carmona! Em Angola, anos de 1974 e 1975!

terça-feira, 31 de dezembro de 2019

4 922 - A Corrida de S. Silvestre de 1974 na uíjana vila do Quitexe!

A Avenida do Quitexe, a 24 de Setembro de 2019. Aqui terminou a prova de S. Silvestre de 31 de Dezembro
de 1975. Há 45 anos!!! A meta esta instada frente à Messe de Oficiais, a casa dor de laranja onde está parado
 um jeep branco. Em primeiro plano, à direita a secretaria da CCS e a Casa dos Furriéis
Jorge Custódio Grácio, o Spínola,
 vencedor da S. Silvestre do Quitexe,
em 1974/75. Faleceu, vítima de 

acidente, em Carmona e a
  2 de Julho de 1975 
Celestino Pagaimo
o 2º classificado

Os Cavaleiros do Norte do BCAV. 8423 viveram entusiasmados e em festa (a possível...) a noite de passagem do ano de 1974 para 1975.
A guarnição do Quitexe, onde se aquartelavam a CCS e a 3ª. CCAV., disputou aguerrida Corrida de S. Silvestre, o «rancho» até foi foi melhorado e a malta fora das escalas de serviço procurou os melhores programas possíveis, dentro dos condicionalismos que se viviam numa guarnição militar.
A noite desse 31 de Dezembro de há 45 anos foi intensamente chuvosa, mas não suficientemente forte para atemorizar os atletas-militares que se prepararam para «a tradicional corrida de S. Silvestre no Quitexe» - corrida que, como sublinha o Livro da Unidade, procurava «marcar a passagem do ano de 1974/75 em convívio fraterno e de paz, tal como as famílias do Quitexe fizeram, tendo no seu seio as famílias de militares, aqui presentes, por impossibilidade de juntar todo o BCAV.»
O Pagaimo em Outubro de 2019, ladeado pelos
furriéis Viegas, à esquerda, e Neto

S. Silvestre de chuva imensa
com Spínola e Pagaimo na frente!

A noite desse 31 de Dezembro de há 45 anos, lá pelo norte de Angola, foi intensamente chuvosa, mas não suficientemente forte para atemorizar os atletas-militares que se prepararam para «a tradicional corrida de S. Silvestre no Quitexe» - corrida que, como sublinha o Livro da Unidade, procurava «marcar a passagem do ano de 1974/75 em convívio fraterno e de paz, tal como as famílias do Quitexe fizeram, tendo no seu seio as famílias de militares, aqui presentes, por impossibilidade de juntar todo o BCAV.».
A prova viria a ser ganha, e com todo o mérito, por Jorge Custódio Grácio, soldado atirador de Cavalaria da 3ª. CCAV. 8423, a da Fazenda Santa Isabel, e por lá (e depois pelo Quitexe) imortalizado como Spínola. O segundo lugar foi do 1º. cabo Celestino Pagaimo, do Pelotão de Morteiros 4281.
O Jorge Grácio (Spínola), tragicamente, viria a ser vítima mortal de um acidente de viação, na rotunda da cidade de Carmona - na qual embateu, sozinho, quando se transportava de motorizada. Faleceu a 2 de Julho de 1975 e o seu corpo veio para Portugal no avião que transportou a 3ª. CCAV. 8423, a 11 de Setembro do mesmo ano. Está sepultado na sua terra natal, o Casal das Raposas, Vieira de Leiria. Hoje, o recordamos com saudade. RIP!!!
O 1º. cabo Celestino de Jesus Pagaimo fez carreira militar nas Brigadas de Trânsito (BT) da GNR e, já aposentado, mora em Montemor-o-Velho.

O 1º. cabo Alfredo Coelho (o Buraquinho), que
 (não) venceu a S. Silvestre do Quitexe, de 1974
 para 1975. Na foto, com o maqueíro Joaquim
 Moreira (o Penafiel), um dos seus «cúmplices»
(com o 1º. cabo Gomes) da falsa corrida 

A (não) S. Silvestre
do Alfredo Buraquinho

A corrida da S. Silvestre teve partida à meia-noite, na estrada para Carmona, no ponto onde se cortava para a picada de Zalala. Seguiu para o Quitexe, pela Estrada do Café, e virava-se na no Bar do Rocha para a avenida. A meta estava instalada em frente à messe de oficiais.
Resolveu o 1º. cabo Alfredo Coelho (o Buraquinho) fazer das dele. E fazer o quê? Ele mesmo conta: «Como os enfermeiros tinham de acompanhar a corrida, na ambulância, combinei com o Gomes e Moreira (o Penafiel) que quando a corrida começasse, eu isolar-me-ia e entraria na ambulância, sem que fosse detectado. À frente e no mesmo percurso das viaturas militares que iam a fazer escolta e a iluminar a estrada até ao Quitexe».
Assim foi e ninguém deu por nada. As noites de África, como sabemos, são muito cerradas e a chuva «ajudou». Ao momento oportuno, o Buraquinho saltou da ambulância e começou a correr. «Íamos a passar próximo da casa do administrador, onde estava este e vários oficiais a verem a corrida, e, ao verem-me, entusiasmaram-me, gritando «força, Buraquinho, és o primeiro!!!...».
Era, mas não era e... fez-se justiça: «Cometi um erro, ao virar para a avenida, deveria ser na rua do Rocha e eu cortei antes», explicou ele, agora e lembrando que «cheguei à meta em primeiro, até fui vitoriado pelo capitão Oliveira, por eu ser da CCS, como ele, mas quando chegou o segundo classificado, este foi naturalmente o primeiro, o vencedor». Era o Grácio, mais conhecido por Spínola, da 3ª. CCAV. 8423 mas ao tempo já no Quitexe. 
«Denunciou a minha chegada forjada e, pronto, foi declarado vencedor, como tinha de ser», recorda o Alfredo Buraquinho, a sorrir-se desta sua «notável» proeza atlética de há precisamente 45 anos. 

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