CAVALEIROS DO NORTE!! Batalhão de Cavalaria 8423, última guarnição militar portuguesa nas terras uíjanas de Quitexe, Zalala, Aldeia Viçosa, Santa Isabel, Vista Alegre, Ponte do Dange, Songo e Carmona! Em Angola, anos de 1974 e 1975!

quarta-feira, 8 de abril de 2020

5 020 - Os incidentes de Luanda e Salazar de ressaca até Carmona!

Cavaleiros do Norte de Zalala, todos milicianos: furriéis José Louro, Américo Rodrigues (falecido a 30 de
Agosto de 2018), José Nascimento, Jorge António Eanes Barata (que hoje faria 68 anos mas faleceu em
1997, de  doença e em Alcains) e Jorge Barreto e os alferes Mário Jorge Simões e Lains dos Santos
A Estrada do Café, à saída de Carmona para Quitexe.
Há 45 anos, era «palco» de muitos patrulhamentos dos
Cavaleiros do Norte do bcav. 8423

Os patrulhamentos mistos pelas terras uíjanas do norte angolano continuaram a 8 de Abril de 1975, há 45 anos, mas cada vez mais azedados pelo mau relacionamento entre os militares da FNLA e do MPLA. Nomeadamente quando eram nocturnos, mas sempre com inquestionada autoridade das forças portuguesas.
Os Cavaleiros do Norte, chegados a Carmona no dia 2 de Março - pouco mais de um mês antes... - mas já bem melhor adaptados às novas exigências operacionais - as urbanas... -  tiveram paciência de Job e coragem (que foi precisa, precisa muitas vezes..., repetidas vezes e vezes delicadas...), para controlar a animosidade que levedava entre os homens (armados, não esqueçamos...) dos dois movimentos - que, como nós, sabiam dos graves incidentes que, em Luanda, tinham provocado mais de 200 mortos e um número incontável de feridos nos combates entre FNLA e MPLA.
E não só em Luanda.
«Os incidentes de Luanda e Salazar vieram de ressaca até Carmona», reporta o livro «História da Unidade», dos Cavaleiros do Norte do BCAV. 8423, fazendo memória desses delicados tempos da história angolana, no período de imediatamente antes da independência.
Ressaca que, directamente, os Cavaleiros do Norte sentiam na pele e na alma, tendo de diariamente lidar com homens de tendências ideológicas e preparação militar diferentes, mas que tinham o mesmo objectivo: a independência de Angola. E um outro, bem grave e delicado: anular o movimento rival, nem que fosse pela força das armas. Lia-se isso nos seus olhos e adivinhava-se-lhes a vontade de fazer sangue.
Notícia do Diário de Lisboa
de 8 de Abril de 1975

Avião sul-africano
alvejado em Luanda

A paz fictícia que ao tempo se vivia por terras de Angola desencadeou reacções por todo o mundo - e não só entre os dirigentes e países da OUA ou da ONU.
Os Estados Maiores das Forças Armadas dos três movimentos de libertação reuniram-se em Luanda, nessa manhã de 8 de Abril de há 42 anos, no palácio do Governador, com o objectivo de «analisarem questões militares, nomeadamente as que se referem à constituição das forças integradas», que seria, assim se pensava e acreditava, «o embrião do futuro Exército de Angola».
Assim se pensava e até «já se encontra(va) decidido o futuro orçamento». As Forças Militares Mistas que operavam em Carmona (e outros pontos do território) seriam, mas não foram, a base desse Exército Nacional Angolano.
Os furriéis Cruz e Viegas andavam de férias por Luanda, indiferentes e sem saber destas evoluções, e só a 8 de Abril de 1975 souberam que, na véspera e à noite, se registou mais um tiroteio no Bairro Popular, à estrada de Catete.
Alguns tiros atingiram um Boeing 747, avião da companhia aérea sul-africana que fazia a carreira Joanesburgo-Londres, com escala em Salisbúria e Luanda. O avião aterrou normalmente, com «orifícios abertos na fuselagem, que deram origem a uma despressurização na cabine», mas não tendo atingido nenhum dos 287 passageiros. Após visita técnica, regressou a Joanesburgo e foi substituído por outro Boeing 747 na viagem para Londres.
O Jorge Barata futebolista, defesa central. É o
quinto de pé e da esquerda para a direita

Furriel Barata faria 68 anos,
mas faleceu em 1997

O furriel miliciano Jorge António Eanes Barata faria hoje 68 anos. Faleceu a 11 de Outubro de 1997, vítima de doença súbita.
Atirador de Cavalaria de especialidade militar,  integrou a 1ª. CCAV. 8423, a da fazenda de Zalala, depois Vista Alegre e
Jorge Barata
Ponte do Dange, Songo e Carmona, e regressou a Portugal e a Alcains a 9 de Setembro desse ano. 
Contabilista de profissão, foi, também futebolista do Desportivo de Castelo Branco (um excelente defesa-central) e do Alcains, no clube da sua terra natal e como A10 de Outubro de 1997, já noite fora e depois do treino de futebol, jantou, sentiu-se mal, seguiu de ambulância para o hospital e faleceu no dia seguinte, às 7 horas da manhã. Deixou viúva Graciosa Dias e dois filhos, o Vitor (então com 17 anos) e a Eduarda (com 12). Hoje o recordamos com saudade, RIP!!!

António Lucas e esposa no encontro de 2016

António Lucas de Zalala, 68
anos em Castanheira do Ribatejo !

O soldado mecânico-auto António Filipe Louro Lucas foi Cavaleiro do Norte da 1ª. CCAV. 8423, a da Fazenda de Zalala, e hoje festeja 68 anos em Castanheira do Ribatejo.
Regressou a Portugal a 9 de Setembro de 1975, ao mseu natal lugar das Cardosas, freguesia do município de Arruda dos Vinhos, onde então residia. Mora agora em Castanheira do Ribatejo, freguesia do concelho de Vila Franca de Xira, para onde vai o nosso abraço de parabéns!

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