CAVALEIROS DO NORTE!! Batalhão de Cavalaria 8423, última guarnição militar portuguesa nas terras uíjanas de Quitexe, Zalala, Aldeia Viçosa, Santa Isabel, Vista Alegre, Ponte do Dange, Songo e Carmona! Em Angola, anos de 1974 e 1975!

segunda-feira, 26 de abril de 2021

5 413 - O último adeus a Aldeia Viçosa! A doença do condutor Celestino, que hoje festeja 69 anos!


Os alferes milicianos João Machado e Carvalho de Sousa com o 1º. sargento Fernando Norte, chefe
 da secretaria da 2ª. CCAV. 8423, a do capitão miliciano José Manuel Cruz, que há precisamente
46 anos deixou o quartel de Aldeia Viçosa e rodou para Carmona 
Os furriéis milicianos Neto, Viegas e Monteiro, do PELREC
 da CCS do BCAV. 8423, já nos primeiros dias do Quitexe,
 há quase, quase... 47 anos!


 
A sexta-feira de há 47 anos, dia seguinte ao 25 de Abril de 1974, foi dia de dispensa dos (futuros) Cavaleiros do Norte do BCAV. 8423 para um fim de semana. Logo depois do almoço.
Rapidamente viajámos para Águeda, no SIMCA 1100 do Francisco Neto - que em Coimbra «apanhou» um manifestação de milhares 

O Diário de Lisboa de há 46 anos,
dia 26 de Abril de 1974, anunciando
a libertação dos presos da PIDE/DGS
de pessoas, entre a ponte do rio Mondego e a avenida Fernão de Magalhães, a  certo ponto o povo conseguindo mesmo 
levantar a viatura, quando nela descobriram militares. Nós, ali e quase envergonhados, ali transformados em heróis da revolução!!! Mal imaginávamos a popularidade ganha de um dia para outro!
Aqui, na aldeia e procurando minha mãe, achei-a a trabalhar na sacha de um campo.
«Estás cá, rapaz?!...».
Estava, claro que estava.
«O que é que se passou lá por Lisboa? Vocês sempre vão lá para fora?...», perguntou-me.
A euforia popular levara a que muita gente pensasse, crédula, que mais ninguém iria para a guerra colonial. Fora o que ela ouvira falar, nas vozes da rua - pois, ao tempo, muito pouca gente tinha televisão, poucos tinha rádio e não havia as modernidades comunicacionais de hoje.
«Segunda-feira, volto para o quartel. Vou na mesma para Angola...», respondi eu.
Ouviu-me em silêncio e sem retirar os olhos da sacha, continuou o trabalho e mandou-me ir ao cabeceiro da terra, buscar uma qualquer alfaia agrícola.

O comandante Almeida e Brito e
o capitão José Paulo Falcão (1995)



Adeus a Aldeia Viçosa
e visitas ao Songo !

Um ano depois, era a vez do adeus definitivo a Aldeia Viçosa - onde a 2ª. CCAV. 8423, a do capitão miliciano José Manuel Cruz, de lá saída a 11 de Março, ainda mantinha um pequeno grupo operacional, nesta data definitivamente se desactivando o quartel.
«Só a partir dessa data se completou a remodelação do executivo, que se julga ser a última até o terminar da comissão», anota o livro «História da Unidade».
O dia foi também tempo para o comandante Carlos Almeida e Brito visitar a 3ª. CCAV. 8423, que no dia 24 tinha rodado de Vista Alegre e Ponte do Dange para o Songo-
O tenente-coronel de Cavalaria fez-se acompanhar, nesta jornada uíjana, pelo capitão José Paulo Falcão, oficial adjunto do BCVA. 8423. E lá voltou dois dias depois, a 28 de Abril de 1975

Serra, Joaquim Celestino (que hoje faz 69
anos), furriel Morais e Gomes, Cavaleiros do
Norte do Parque-Auto da CCS


Celestino, condutor da CCS,
69 anos em Leça do Balio !


O condutor Joaquim Celestino Gonçalves da Silva, da CCS do BCAV. 8423, comemora 69 anos a 26 de Abril de 2021.
Cavaleiro do Norte do Quitexe, foi louvado porque «além de ter desempenhado os serviços da sua especialidade com a melhor eficiência, ainda se creditou como precioso auxiliar do pessoal encarregado da escrituração da secretaria do parque-auto». O louvor foi publicado na ordem de serviço nº. 181 e acrescenta que foi «militar muito disciplinado e correcto», o que o creditou como «merecedor de ser distinguido» por também «ser merecedor da estima de quem com ele privou».
Regressou a Portugal no dia 8 de Setembro de 1975, à sua casa de Perafita, em Matosinhos. Mora agora em Leça do Balio e atravessa delicado período de saúde.

A 18 de Outubro de 2019, queixando-se de dores nos joelhos, estava afinal afectado por uma bactéria que lhe atrofiou o sistema muscular e acabou por ficar 5 meses internado no Hospital Pedro Hispano, em Matosinhos. Depois, mais 3 meses no Hospital do Mar, em Gaia. Pelo meio, foi 13 ou 14 vezes intervencionado e, de momento em casa e dependente de cadeira de rodas, aguarda uma operação para colocação de uma prótese que lhe irá dar a desejada mobilidade.

«Estive suas vezes do lado de lá, mas actualmente estou muito esperançado», disse-nos hoje, na nossa conversa de parabéns pelos 69 anos que hoje assinala.
Desejamos-lhe evolução rápida e positiva. Grande e forte abraço de parabéns!

 

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