CAVALEIROS DO NORTE!! Batalhão de Cavalaria 8423, última guarnição militar portuguesa nas terras uíjanas de Quitexe, Zalala, Aldeia Viçosa, Santa Isabel, Vista Alegre, Ponte do Dange, Songo e Carmona! Em Angola, anos de 1974 e 1975!

segunda-feira, 10 de janeiro de 2022

5 678 - O primeiro dia da Cimeira do Alvor; o que iria acontecer, ou não, a Angola!


Futebol no Quitexe, em 1974. De pé, os 1ºs. cabos Fernando Grácio (que faz amanhã 68
anos, em Leiria), José Gomes e Miguel, soldado  Botelho, furriel Miguel  (paraquedista),
Gaiteiro e 1º. cabo Soares. Em baixo, Miguel condutor (?), furriéis Mosteias (falecido a 5
de Fevereiro de 2013, de doença e em Santiago de Cacém) e António Lopes (enfermeiro),
1º. cabo Delmar (enfermeiro dos Morteiros), furriel Monteiro e 1º. cabo Domingos Teixeira

Cavaleiros do Norte da CCS e do PELREC. De pé, 1º. cabo
 Hipólito, furriel Monteiro, e 1ºs cabos Almeida e Vicente
 (já falecidos). Em baixo, alferes Garcia e o soldado Leal
(falecidos), furriel Neto e Aurélio (Barbeiro)

Capa da «Notícia»


O general Costa Gomes presidiu à sessão de abertura da Cimeira do Alvor, que há 47 anos se realizou entre o Governo de Portugal e os três movimentos de libertação de Angola: o MPLA de Agostinho Neto, a FNLA de Holden Roberto e a UNITA de Jonas Savimbi.
A delegação portuguesa era presidida pelo major Melo Antunes e, entre outros, incluía Mário Soares (Ministro dos Negócios Estrangeiros), António Almeida Santos (Ministro da Coordenação Inter-Territorial) e António Rosa Coutinho (o Alto-Comissário de Portugal em Angola).
«A Cimeira que iria definir os termos da negociação da independência de Angola polarizou todas as atenções já que previamente, na de Mombaça, parecia, 
pela primeira vez, ter-se conseguido uma comunhão de interesses de todos os movimentos», lê-se no «História da Unidade», o livro de memórias dos Cavaleiros do Norte do BCAV. 8423. 
Notícia do «Diário de Lisboa»
de 11 de Janeiro de 1975

O que vai acontecer?, o
que não vai acontecer?

Os presidentes dos três movimentos angolanos de libertação (e suas respectivas comitivas) ainda não tinham chegado a Portugal, mas, em Dakar e ao jornal «Le Soleil», Jonas Savimbi, da UNITA, declarou que «os três movimentos, em Mombaça, não tinham estabelecido uma plataforma comum de negociação com Portugal, subsistindo numerosos pontos de divergência».
Os Cavaleiros do Norte do BCAV. 8423 estavam expectantes quanto à Cimeira, por lá muito comentada. 
O que vai acontecer?, o que não vai acontecer? As opiniões eram diversas e veemente expostas, em calorosas discussões que, na messe de sargentos, principalmente envolviam os furriéis Machado, Mosteias e Cândido Pires, Viegas, Farinhas, Bento e Neto - entre outros. 
O Diário de Lisboa do dia seguinte dar-nos-ia conta do «optimismo das primeiras declarações» dos participantes, quer em palavras quer em documentos oficiais, como amanhã lembraremos.
Novidade eram os ensaios que vários Cavaleiros do Norte de todas as quatro  subunidades andavam a fazer, preparando a sua participação num espectáculo que se programava para Carmona, no âmbito das actividades de acção psico-
lógica do Comando do Sector do Uíge.
O Grácio e o Viegas, há
9 anos e em Leiria

Grácio, 1º. cabo da CCS, 
68 anos em... Amor!

O 1º. cabo Fernando Martinho Grácio, sapador da CCS dos Cavaleiros do Norte festeja 68 anos a 11 de Janeiro de 2022. Amanhã e em Amor, freguesia de Leiria.
Voluntário no serviço militar e dois anos mais novo que a esmagadora maioria dos combatentes do BCAV. 8423, exerceu funções de quarteleiro do depósito de géneros da CCS, no Quitexe, e por lá se notabilizou, também (ver foto de cima), como guarda-redes da equia de futebol da Companhia.
Regressou a Portugal no dia 8 de Setembro de 1975, a Casal de Colares, da freguesia de Amor, nos arredores de Leiria. Ainda lá vive e, profissionalmente, foi (é) pintor de construção civil e, por gosto, trabalha na horticultura do quintal da casa - onde há 9 anos o achámos em tarefas agrárias, com a mulher.
Para lá, e para ele, vai o nosso abraço de parabéns!

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