CAVALEIROS DO NORTE!! Batalhão de Cavalaria 8423, última guarnição militar portuguesa nas terras uíjanas de Quitexe, Zalala, Aldeia Viçosa, Santa Isabel, Vista Alegre, Ponte do Dange, Songo e Carmona! Em Angola, anos de 1974 e 1975!

domingo, 23 de janeiro de 2022

5 691 - Comandante em Aldeia Viçosa! Um recuo em Angola será um recuo para Portugal!


Cavaleiros do Norte da 2ª. CCAV. 8423, a de Aldeia Viçosa. Reconhecemos, em cima, e do lado direito, o condutor Aniano e o mecânico Martins, de cabeça para baixo. Em baixo e da esquerda ara a direita, o condutor Samuel, Grave, Antunes, furriel Amorim Martins, Oliveira, 1º. cabo Martinho, furriel Abel Mourato (que amanhã faria 71 anos e faleceu a 2 de Junho de 2020) e Barbosa. Quem ajuda a identificar os restantes?


O capitão José Manuel Cruz, o comandante Almeida e
Brito e os alferes milicianos João Machado e Jorge Capela


Aos idos tempos de há 47 anos, aos 23 dias de Janeiro de 1975 e lá pelas terras uíjanas do  norte de Angola,  continuava a murmurar-se mais uma rotação dos Cavaleiros do Norte do BCAV. 8423, em resultado das negociações da Cimeira do Alvor, sobre a independência de Angola e dias antes concluídas.
A visita do (então) tenente-coronel Carlos Almeida e Brito, comandante da unidade, a Aldeia Viçosa e à 2ª. CCAV 8423,  comandada pelo capitão miliciano José Manuel Cruz, não surpreendeu minimamente, por se enquadrar nesse âmbito e na «necessidade de estabelecimento de contactos operacionais».
O encontro foi, aliás, um de outros dessa época: à 1ª. CCAV. 8423, a do capitão Davide Castro Dias r ao tempo em Vista Alegre (no dia 5 de Janeiro), ao Comando de Sector do Uíge, em Carmona (a 3, 7 e 28) e ao BC12, também em Carmona (no dia 18). Já aqui reportados.
Ao tempo, a actividade operacional dos Cavaleiros do Norte - como por aqui também já tem sido recordado -, era «muito limitada, por falta de meios humanos», e, por outro lado, «quase somente conduzida ao longo do «alcatrão», em constantes patrulhamentos, apeados e auto, através dos quais se garante a nossa presença e a liberdade de itinerário».
Assim historia o livro «História da Unidade» - o BCAV. 8423.
Notícia do Diário de Lisboa


Um recuo em Angola será
um recuo para Portugal

O médico Agostinho Neto, presidente do MPLA e que por Portugal ficou após  Cimeira do Alvor, falou nesse dia na Associação Portuguesa de Escritores, em Lisboa, afirmando «ser necessário que os povo de Angola e de Portugal se unam» e isto porque, em sua opinião, «porque unidos haveremos de trilhar o com caminho da liberdade, obstando a que se reinstale qualquer outro poder neocolonialista».
«Um recuo para Portugal será um recuo para Angola e um recuo em Angola será um recuo para Portugal», afirmou Agostinho Neto, frisando também crer que «depois da independência, vai haver mais negros em Portugal e mais brancos em Angola».
Abel Mourato

Mourato, furriel de Aldeia
Viçosa, faleceu há 2 anos !

O furriel miliciano Abel Maria Ribeiro Mourato faria 71 anos a 24 de Janeiro de 2022. Amanhã. Infelizmente, faleceu a 2 de Junho de 2020!
Vagomestre e especialidade militar e Cavaleiro do Norte da 2ª. CCAV. 8423, a de Aldeia Viçosa, regressou a Portugal e a Portalegre (a cidade de nascimento e residência, ao tempo) no dia 10 de Setembro de 1975. 
Profissionalmente, fez na Autoridade Tributária (as Finanças) - e, já aposentado, morava em Vila Viçosa. Antes do seu passamento,  queixava-se frequentemente de dores na cervical e de artroses, o que o fez entrar em ciclo depressivo. A 27 de Maio de 2020, já internado, foram-lhe diagnosticados problemas de tensão alta, dificuldades de oxigenação e uma embolia pulmonar.
Casado em segundas núpcias com Manuela, era pai de Marta, de 19 anos. E de Nuno Miguel, de 42 e do seu primeiro casamento.
O Mourato foi um bom companheiro da jornada africana que nos levou ao Uíge nortenho de Angola. Hoje, com emoção, o recordamos com imensa e eterna saudade.
Até um destes dias, grande e bom amigo Mourato! RIP!!!

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