CAVALEIROS DO NORTE!! Batalhão de Cavalaria 8423, última guarnição militar portuguesa nas terras uíjanas de Quitexe, Zalala, Aldeia Viçosa, Santa Isabel, Vista Alegre, Ponte do Dange, Songo e Carmona! Em Angola, anos de 1974 e 1975!

segunda-feira, 17 de janeiro de 2022

5 685 - Incêndio na residência dos alferes e arrecadação de material de guerra do Quitexe!

O edifício da arrecadação de material de guerra do Quitexe sofreu um incêndio ao princípio
 da noite de há 47 anos e foi imediatamente evacuado. Na imagem, vê-se, à direita, o capitão
António Oliveira, comandante da CCS. Sentado, está o 1º. cabo Alfredo Coelho (Buraquinho)  

As labaredas eram bem visíveis. Temeu-se o rebentamento
do material de guerra, o que poderia ser uma... tragédia

A noite quitexana de há 47 anos - dia 17 de Janeiro de 1975 -poderia ter sido trágica, por causa de um incêndio que deflagrou no edifício residencial dos oficiais milicianos e a arrecadação de material de guerra do BCAV. 8423
Temeu-se o pior!
O edifício fica(va) à face da Estrada do Café (a que ainda hoje liga as cidades de Luanda a
Os 3 bombeiros que acorreram ao incêndio da
arrecadação de material de guerra do Quitexe
Carmona, agora Uíge) e incluía os quartos dos alferes milicianos Jaime Ribeiro e António Garcia, para além de alguns praças - incluindo os quarteleiros - e o alarme rapidamente reclamou os Cavaleiros do Norte para o combate às chamas. Solidários e corajosos, apesar dos poucos meios disponíveis!
O edifício tinha muito material de guerra em depósito e susceptível de estourar e provocar sabe-se lá o quê: destruição do edifício e limítrofes, porventura mortes! Muitas mortes!
Milhares de munições ligeiras (principalmente de G3) rebentaram, ainda assim - parece que ainda estamos a ouvir o seus estridentes silvos e os calafrios que provocaram -, mas felizmente sem provocarem qualquer dano humano.
«Houve avultados prejuízos materiais», reporta o livro «História da Unidade», do BCAV. 8423, dando conta da situação e sublinhando também que «não foi possível evitar a destruição total do imóvel, por falta de meios adequados para apagar o incêndio, inclusive água própria».
A memória, recuando estes 47 anos, reporta-nos a chegada do carro dos Bombeiros, uma pequena viatura com três homens (um deles, pelo menos, até de gravata...) e uma pequena bomba manual, que não dava para nada e suscitou, até, fartas risadas entre a guarnição. De pouco valeu, aliás, no combate às chamas - já controladas pela imediata intervenção dos militares.
O que mais se temeu foi o rebentamento do material de guerra (pesado) lá de-

positado, que era muito e naturalmente perigoso e que, obviamente, poderia provocar uma tragédia. Felizmente, foi retirado em tempo - por obra de militares, os que lá estavam e outros voluntários, cujo nome, lamentavelmente não sabemos mas aqui gostaríamos de sublinhar.  
O incêndio do Quitexe de há 47 anos. Repare-se no carro
 dos bombeiros e no tamanho dos tanques de água, com
bomba manual accionada por um militar do BCAV. 8423
 (quem o reconhece?). E 
no olhar sorridente  do alferes
miliciano António Garcia. O perigo já tinha passado!

Cimeira com acordo
entre as 4 partes

A Cimeira do Alvor terminara, assinada entre as 4 partes envol
vidas: Portugal, MPLA, FNLA e UNITA. E, há 47 anos, com mais pormenores a chegar ao Quitexe, através da imprensa escrita.
O «Diário de Luanda» publicou uma edição especial e o «A Província de Angola», na pena do jornalista Luís Rodrigues, interrogava-se sobre «o que dizer aos portugueses brancos residentes em Angola»
Perguntava e respondia: «Pois bem, que olhem para as qualidades intrínsecas de bondade, de gentileza natural, de compreensão pela vida familiar dos seus irmãos africanos». Quisesse dizer o que quisesse o «A Província de Angola» e o jornalista.
Agostinho Neto, depois da Cimeira do Alvor, viajou para o Porto num avião da Força Aérea Portuguesa, acompanhado de Paulo Jorge (dirigente do MPLA), para lá se encontrar com estudantes angolanos. E fez o mesmo em Coimbra.
Jonas Savimbi, da UNITA, comentava o acordo, com satisfação, sublinhando que reflectia «o espírito de fraternidade que presidiu aos trabalhos e a defesa dos interesses do nosso povo».

Fazenda Santa Isabel

Ferreira, 1º. cabo de Santa Isabel,
festeja 70 anos em Guimarães !

O 1º. cabo José Agostinho da Silva Ferreira, apontador de morteiros da 3ª. CCAV. 8423, festeja 70 anos a 17 de Janeiro de 2022. 
Ao tempo da nossa jornada africana nas saudosas terras do Uíge angolano, festejou 23 e já na vila do Quitexe, depois de rodar da Fazenda de Santa Isabel - o seu destino inicial. Ainda passou por Carmona, antes de regressar a Portugal, o que aconteceu no dia 11 de Setembro de 1975. 
Regressou ao lugar de Vila Chã, na freguesia de Santo Estevão de Briteiros, em Guimarães. Lá continua a viver e para lá vai o nosso abraço de parabéns!

Sem comentários:

Enviar um comentário