CAVALEIROS DO NORTE!! Batalhão de Cavalaria 8423, última guarnição militar portuguesa nas terras uíjanas de Quitexe, Zalala, Aldeia Viçosa, Santa Isabel, Vista Alegre, Ponte do Dange, Songo e Carmona! Em Angola, anos de 1974 e 1975!

segunda-feira, 2 de outubro de 2023

7 313 - - Um exército de brancos e as ligações à UNITA! Patrulhamentos das NT para a liberdade de itinerários !

 


 

Os alferes milicianos Carlos Sampaio (da 1ª. CCAV. 8423, a de Zalala e de oficial
  de dia no Quitexe) e 
António Garcia e o furriel Viegas, ambos da CCS e
 momentos antes da saída do PELREC para 
mais um patrulhamento por
 estradas e picadas do Uíge. Em oOutubro de 1974!


Cavaleiros do Norte do PELREC: 1º. cabo Almeida (falecido a 7/02/2009,
de doença e em Penamacor), Messejana (f. a 27/112009, em Lisboa e de
 doença), Neves, 1º. cabo Soares (f. em 04/2018), Florêncio e Ezequiel.
 Em baixo, 1º. cabo Vicente 
(f. a 21/01/1997, de doença e em Vila Moreira,
Alcanede), furriel 
Viegas, Francisco e Leal (f. a 18/06/2007, de doença e
 em Caixaria, Pombal)


A nova situação política angolana levou a alterações na vida operacional dos Cavaleiros do Norte, nomeadamente a partir do mês de Outubro de 1974.
Há 49 anos!
Aos dias e noites desse tempo e segundo o livro «História da Unidade», acentuou-se a «intensa actividade de patrulhamentos, nomeadamente orientados para a obtenção de liberdade de itinerários». 
Actividade que, de resto, já se vinha a realizar, mas agora com muito mais assiduidade e, por consequência, com maior sacrifício dos militares.
O dia 2 de Outubro de 1974, há 49 anos, foi o da abertura da delegação do MPLA em Kinshasa (Zaire), depois de negociações conduzidas pelo presidente Agostinho Neto e Daniel Chipenda, vice-presidente da direcção provisória. Tal acontecia no «âmbito da ajuda concreta e da solidariedade do Zaire para com os movimentos de libertação, em geral, e para com a luta do povo angolano pela independência, em particular»O Zaire de Mobutu Sese Seko, que se sabia ser grande apoiante da FNLA.
Paralelamente, o PCDA, a FUA e a FRA - partido criados após o 25 de Abril, por colonos portugueses - organizaram «um campo de treinos, com a finalidade de formarem um exército particular», segundo noticiava o Diário de Lisboa. Era disso que o MPLA os acusava, sublinhando estarem os três partidos «a organizar um exército, para impedirem que sejam satisfeitas as legítimas aspirações do povo angolano».
Cavaleiros do Norte da secretaria da CCS: furriéis
 milicianos José Monteiro e Francisco Dias e 1ºs.
cabos Miguel Teixeira, Vasco Vieira (Vasquinho)
e, em baixo, Fernando Pires


Um exército de brancos...,
as ligações à UNITA !

O presidente Agostinho Neto afirmava mesmo que os três partidos «têm ligações à UNITA», que era, ao tempo, o único movimento de libertação ainda não reconhecido pela OUA - a Organização de Unidade Africana.
O suposto exército incluiria angolanos brancos e estaria a ser treinado por militares sul-africanos «em três campos recentemente criados no território», - o que, na opinião de Neto, se encandeava no «jogo muito perigoso» que o então já retirado António Spínola vinha a fazer, nomeadamente «cultivando e escutando fantoches e dirigentes de partidos políticos que não representam o povo» - referindo-se, naturalmente, ao PCDA, à FUA e à FRA. 
O general António de Spínola, na sua versão (a de Neto), estaria a «apoiar activamente os grupos de colonos portugueses em Angola» e, mais, de «estar disposto a a aceitar ali um Governo minoritário».
Soube-se também que a revista «Notícia» foi multada, por causa de notícia sobre uma reunião de oficiais portugueses - que já motivara multas aos jornais «A Província de Angola» e «O Comércio», ambos de Luanda. Foi divulgado que os oficiais consideravam que «só os movimentos de libertação devam ser reconhecidos como representantes do povo angolano», o que Rosa Coutinho desmentiu, referindo ser «falsa e uma interpretação errada da reunião realizada a 20 de Setembro em Luanda, com a participação de 500 oficiais».

Fazenda Santa Isabel
Ramalho de Santa Isabel,
71 anos em Torres Vedras!


O soldado Ramalho Gomes, Cavaleiro do Norte da 3ª. CCAV. 8423, a da Fazenda Santa Isabel, está hoje em festa: comemora 71 anos!
Duarte Francisco Ferreira Ramalho Gomes, de seu nome completo, foi especialista de transmissões e, às «ordens» do furriel João Cardoso, também passou pelo Quitexe e por Carmona. Regressou a Portugal e ao Casal da Portela, em Dois Portos, concelho de Torres Vedras, a 11 de Setembro de 1975 - no final d sua jornada africana do norte uíjano de Angola.
Sabemos que ainda por lá vive, no Casal da Portela do Ramalho, onde durante muitos anos foi empresário do sector da suinicultura. 
Para lá e para ele vai o nosso abraço de parabéns!

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