CAVALEIROS DO NORTE!! Batalhão de Cavalaria 8423, última guarnição militar portuguesa nas terras uíjanas de Quitexe, Zalala, Aldeia Viçosa, Santa Isabel, Vista Alegre, Ponte do Dange, Songo e Carmona! Em Angola, anos de 1974 e 1975!

sábado, 23 de março de 2024

7 395 - Novas NEP´s em Carmona para evitar quezílias com a comunidade civil!

Quatro furriéis Cavaleiros do Norte, ainda 1º.s  cabos milicianos e no RC4,
em Santa Margarida e há 50 anos: António Carlos Letras, José Louro,
Victor Costa (atrás e de pé) e João António Brejo (sentado)

O alferes miliciano João Machado na entrada de
Duque de Bragança, numa excursão da 2ª. CCAV.
8423 às famosas quedas de água desta vila

A mudança dos Cavaleiros do Norte da Companhia de Comando e Serviços (a CCS, do Quitexe) e da 2ª. CCAV. 8423 (a de Aldeia Viçosa) do BCAV. 8423 para Carmona, iniciada a 2 de Março de 1975, «levou à necessidade de promulgação de novas NEP, ou alteração das mesmas», como revela o livro «História da Unidade».
«A situação de Carmona levou à necessidade de execução de um serviço de PM nas ruas da cidade», acrescenta este documento de história dos Cavaleiros do Norte.
O objectivo era, ainda segundo o «HdU», «garantir a melhor apresentação do pessoal militar, sobretudo com vista a procurar, através deste meio, prever a resolução das muitas quezílias existentes entre a população civil e as NT, devido à animosidade que aquela tem a estas».
Animosidade que era bem visível e bem sentida pela guarnição, que vulgarmente era ofendida na sua honra nas ruas, bares e restaurantes ou cinemas da cidade - havendo, da parte dos comandos militares, o aconselhamento rigoroso para que não reagíssemos a quaisquer provocações. 
E foram muitas, exageradamente muitas e muito pouco simpáticas!
A comunidade civil, insatisfeita com a evolução política do processo de independência de Angola, atirava culpas para cima da tropa, que acusava de não defender os seus interesses - fosse eles quais fossem. Era lamentavelmente muito vulgar que nos apontassem os dedos e, por exemplo, nos chamasse, cobardes e traidores. E isso nunca fomos! Como os trágicos primeiros dias de Junho desse ano de 1975 viriam a mostrar! Se tal fosse preciso! Se antes e depois a acção primária da guarnição não fosse operacionalizar a segurança da cidade, de pessoas e de bens! E de todos os equipamentos básicos: hospital, água electricidade, bens alimentares, comunicações e transportes! Tudo!
Notícia do «Diário de Lisboa» de 23/03/1975,
sobre os incidentes entre MPLA e FNLA

Tiroteio em Luanda
e tropa sem intervir!


A madrugada de 23 de Março de 1975, um domingo, foi tempo de «tiroteio em Luanda, entre as forças do MPLA e da FNLA». Os recontros já se tinham iniciado no dia 21 (a sexta-feira anterior) «em bairros suburbanos, provocando já 11 mortos, entre os quais se encontra(va)m dois civis».
Os dois movimentos tinham chegado a acordo, ao fim da tarde de véspera (sábado, dia 22), «no sentido de fazer recolher as suas tropas aos respectivos aquartelamentos», mas, reportava o Diário de Lisboa desse dia 23 de há 42 anos, «recomeçaram esta manhã, particularmente nos Bairros Cazenga, Marçal, Sambizanga e Vila Alice». Além disso, «houve intenso tiroteio em toda a zona suburbana, a partir da avenida do Brasil».
A tropa portuguesa não interveio, explicando o tenente-coronel Heitor Almendra, comandante do Sector de Luanda, que «os incidentes são uma questão entre os movimentos, recusando-se a intervir», o que, na opinião do DL, «poderá fazer perigar o cumprimento do Acordo do Alvor, em que Portugal também é parte interessada».
O Conselho de Defesa, presidido pelo Alto Comissário Silva Cardoso, general português, reuniu na tarde desse domingo, para se «ocupar da crise».

Porfírio Malheiro
no BC12 e em 1975


Malheiro do Quitexe,69
anos em Santo Tirso !


O 1º. cabo Porfírio Tomaz Malheiro de Jesus, da CCS, festeja 69 anos no dia 24 de Março de 2024. Voluntário, era o benjamim dos Cavaleiros do Norte do BCAV. 8423.
Especialista de reparação e manutenção de material e, zelosamente, cumpriu a sua jornada angolana do norte uíjano de Angola na oficina-auto comandada pelo alferes miliciano António Albano Cruz. Por coincidência, são ambos naturais do concelho de Santo Tirso - ele, o Malheiro, do lugar de Foral. Agora, a residir na João da Deus, da cidade tirsense.
O Porfírio Malheiro lá regressou a 8 de Setembro de 1975 e por lá fez (e faz) vida,  profissionalmente como motorista de transportes internacionais. Hoje, festeja 66 anos e para ele «viaja» o nosso abraço de parabéns!



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