CAVALEIROS DO NORTE!! Batalhão de Cavalaria 8423, última guarnição militar portuguesa nas terras uíjanas de Quitexe, Zalala, Aldeia Viçosa, Santa Isabel, Vista Alegre, Ponte do Dange, Songo e Carmona! Em Angola, anos de 1974 e 1975!

quarta-feira, 27 de março de 2024

7 399 - Comandante Almeida Brito no Quitexe, com o capitão José Diogo Themudo!

A praça principal da cidade de Carmona - denominada Jardim Lisboa, no tempo colonial. À esquerda, 
 o edifício do Comando da Zona Militar Norte (ZMN)/Comando de Sector do Uíge (CSU). Em frente,
o Governo do Distrito e os CTT. À direita, a Câmara Municipal

O capitão José Paulo Fernandes, comandante
da 3ª. CCAV. 8423 (à direita) e o 1º. sargento
Francisco Marchã
Capitão José
Diogo Themudo


O comandante Carlos Almeida e Brito deslocou-se ao Quitexe no dia 27 de Março de 1975, com o capitão José Diogo Themudo, dias antes chegado a Carmona e 2º. comandante dos Cavaleiros do Norte.
O objectivo foi, precisamente, apresentar o capitão José Diogo da Mota e Silva Themudo, oficial de Cavalaria, que no dia 24 assumira o comando, também interino, dos Cavaleiros do Norte, no BC12 e em Carmona. 
A guarnição do Quitexe, a esse tempo, era exclusivamente formada pela 3ª. CCAV. 8423, do comando do capitão miliciano José Paulo de  Oliveira Fernandes e que da Fazenda Santa Isabel rodara a 10 de Dezembro de 1974.
A CCS  e um grupo de combate da 2ª. CCAV. 8423 tinham saído da vila quitexana e Aldeia Viçosa a 2 de Março de 1975 e a restante 2ª. CCAV. rodou até ao dia 11, na altura formando o grande (que era bem
pequenino...) corpo militar português na cidade capital do Uíge, aquartelado no BC12.
A Zona Militar Norte (ZMN) e o Comando do Sector do Uíge (CSU) estavam instalados no edifício da praça principal da cidade - onde, como se pode ver na foto, também estavam os CTT, o Tribunal Judicial e a Câmara Municipal -, mas eram, como de depreende, unidades de serviços administrativos militares.

O «Diário de Lisboa»
de há 49 anos!

Situação tensa em Luanda, 
50 fuzilamentos e ameaça 
de guerra civil !

Os Cavaleiros do Norte do BCAV. 8423, há 49 anos,  estavam em Carmona, no BC12, assim como no Quitexe e Vista Alegre/Ponte do Dange, onde tudo, apesar de tudo, decorria normalmente.
O mesmo não acontecia em Luanda, a capital de Angola e onde era latente «a ameaça de guerra civil» como de se podia ler na primeira página do «Diário de Lisboa» de 27 de Março de 1975.
«Continua tensa a situação», noticiava o jornal vespertino de Lisboa, acres-
centando que «ontem, Luanda viveu momentos dramáticos» e que «soldados da FNLA fuzilaram 50 guerrilheiros do MPLA, numa estrada próxima da capital, desarmados e quando regressavam de um centro de instrução militar». Por outro lado, «pioneiros do MPLA foram massacrados e dois deles enforcados».
«A matança foi feita com requintes de crueldade», noticiava o DL, numa altura em que, frisava o jornal, «a cidade do asfalto parece imune aos acontecimen-
tos, uma vez que as tropas da FNLA poupam os cidadãos brancos».
Os Cavaleiros do Norte do BCAV. 8423, lá pelas bandas do Uíge do norte de Angola, continuavam a controlar os acontecimentos, mas sempre atentos ao que de mau poderia acontecer. Nunca se sabia!

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