CAVALEIROS DO NORTE!! Batalhão de Cavalaria 8423, última guarnição militar portuguesa nas terras uíjanas de Quitexe, Zalala, Aldeia Viçosa, Santa Isabel, Vista Alegre, Ponte do Dange, Songo e Carmona! Em Angola, anos de 1974 e 1975!

terça-feira, 26 de março de 2024

7 398 - Os primeiros passos do (não) Exército Integrado de Angola, por terras do Uíge!


Cavaleiros do Norte da 2ª. CCAV. 8423, a de Aldeia Viçosa: furriéis milicianos António Artur Guedes, José Gomes, Carlos
Letras e Jesuíno Pinto (já falecido). Em baixo, os soldados Leonel Sebastião (mecânico) e Manuel Joaquim Oliveira
(cozinheiro), de cigarro na boca e todos em momento de boa disposição, no S. Martinho de 1974

Cavaleiros do Norte da CCS e 3ª. CCAV., todos furriéis milicianos:
António Fernandes, João Cardoso, José Querido, combatente
  da FNLA e Nelson Rocha. Em baixo, José Fernando Carvalho,
José Augusto Monteiro e Agostinho Belo
                                                                                  A noite de 26 para 27 de Março de 1975, há 49 anos, foi a de «estreia» dos patrulhamentos mistos na cidade de Carmona, envolvendo forças portuguesas, da FNLA (o ELNA), do MPLA (as FAPLA) e da UNITA (o ELNA).
O livro «História da Unidade» dá conta que «deste modo, ensaiando-se os primeiros passos de actividade operacional em Exército integrado com os movimentos emancipalistas, a seu pedido e porque se verificou um deteriorar da situação, nomeadamente nos distritos de Salazar e Luanda, iniciaram-se patrulhamentos mistos do Exército Português, ELNA, FAPLA e FALA».
Aqui já se contou que «esta actividade militar já havia sido experimentada em 15 de Março, aquando das comemorações do feriado da FNLA e exclusivamente em serviço de segurança dos locais aonde iriam celebrar-se as comemorações». Experiência uíjana que, de resto e continuando a citar o «HdU», se «mostrou proveitosa, que teve a maior receptividade por parte das forças militares dos movimentos e que, por parte dos nossos soldados foi bem compreendida e aceite, com certa expectativa inicial mas sem problemas de execução». 
Repetível, por isso.
E assim foi durante várias semanas, por Março fora e Abril de 1975 adentro, até à sangrenta e dramática primeira semana de Junho - a dos incidentes de Carmona. A experiência dos Cavaleiros do Norte, aliás, viria a ser «imitada» noutras cidades do território angolano.
«Tem-se verificado boa aceitação das medidas militares tomadas, o que tem sido a origem do clima de paz que se vive no distrito», sublinha o livro «História da Unidade». Por distrito (ou província como também às vezes era denominado), entenda-se o Uíge, de que Carmona era a capital.


Notícia do «Diário de Lisboa» de há 49 anos

Granadas no jardim do
Palácio do Governador!



As «coisas», há 49 anos, iam assim por Carmona e Uíge, mas não tão pacíficas por Luanda, onde os acordos entre o movimentos valiam o que valiam. 
Na verdade e na mesma noite em que a capital do Uíge «inaugurava» patrulhamentos mistos, «a situação voltou a piorar» na capital do Estado (futuro país).
«Duas granadas explodiram nos jardins do Palácio do Governador, não se tendo registado vítimas», reportava a imprensa, acrescentando que «soldados da FNLA ocuparam posições no como de alguns prédios» e que «ouviram-se também tiros de armas pesadas durante a noite, embora se de desconheçam os autores dos disparos».
A população dos bairros urbanos «continua(va) preocupada» pois, destacava a imprensa, «há elementos da FNLA que procedem a autenticas rusgas contra da vontade dos populares», apesar das directiva dos seus comandos, no sentido de não abandonarem os seus aquartelamentos».
O ministro Lopo do Nascimento «apresentou já um plano para normalizar totalmente a situação», na altura a ser apreciado pelo Alto Comissário (o general Silva Cardoso) e o Conselho de Defesa Nacional.
Ao mesmo tempo (e dia, o 26), o ELNA (da FNLA) convidava a população «a participar no funeral dos soldados que morreram durante os recontros que recentemente ocorreram nesta capital» - a cidade de Luanda - e o comandante Vassoura Timóteo ordenou «a todos os soldados que se mantenham nos respectivos aquartelamentos», frisando que «o mínimo gesto que se verificar contra os militantes e simpatizantes da FNLA, ou contra o ELNA, será considerado desafio aos inimigos do povo».
«A guerra é uma profissão. A morte é um destino. Liberdade e Terra», proclamou o comandante Vassoura Timóteo.
José A. Moura

Moura, clarim de Zalala,
72 anos em Sesimbra !


O soldado José de Azevedo Moura, Cavaleiro do Norteda 1ª. CCAV. 8423, festeja 72 anos a 26 de Março de 2024.
Clarim de especialidade militar, jornadeou por Zalala, Vista Alegre/Ponte do Dange, Songo e Carmona, antes de passar pelo Campo Militar do Grafanil e, a 9 de Setembro de 1975, regressar a Portugal.
Fixou-se em Casal de Loivos, freguesia de Casal de Corvos, no município da Sertã, de onde era natural.
Sabemos, por informação do furriel João Dias, que reside na Quinta do Conde, em Sesimbra. É para lá, e para ele, que vai o nosso abraço de parabéns!

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