CAVALEIROS DO NORTE!! Batalhão de Cavalaria 8423, última guarnição militar portuguesa nas terras uíjanas de Quitexe, Zalala, Aldeia Viçosa, Santa Isabel, Vista Alegre, Ponte do Dange, Songo e Carmona! Em Angola, anos de 1974 e 1975!

sábado, 21 de dezembro de 2024

Cavaleiros do Norte à espera do Natal de 1974 e histórico acordo entre MPLA e UNITA!

Cavaleiros do Norte em momento de pose africana: 1ºs. cabos Alfredo Coelho (Buraquinho) e Victor Florindo,
da CCS, do Quitexe, e Eduardo Pedro Tomé, soldado condutor (por lá conhecido como o Sintra, ou o
Mercedes, que amanhã festeja 72 anos), e Victor Vicente, 1º. cabo apontador de morteiros, ambos da
2ª. CCAV. 8423, a dos Cavaleiros do Norte de Aldeia Viçosa
Quitexe, na véspera de Natal de 1974: os furriéis milicianos Cândido Pires (em
primeiro plano), Agostinho Belo (óculos), Viegas e José Carlos Fonseca (bigode)


Os Cavaleiros do Norte do BCAV. 8423 continuavam, há exactamente 50 anos, a sua missão por terras do Uíge angolano e muito expectantes quanto ao dia de Natal que se aproximava - o seu primeiro Natal fora dos chãos e lares de família.
O dia-a-dia era preenchido com serviços de ordem e os continuados patrulhamentos em toda a Zona de Acçâo (ZA), particularmente na Estrada do Café - por onde passava grande parte da actividade económica da região. Era o caso do transporte do café para os frades armazéns e porto de Luanda - o de escoamento de muitos produtos de exportação.
O descolonização de Angola continuava e, dia a dia, iam riscando dias no calendário e, sem quaisquer reservas, a cumprir a sua nobre missão de dar ensejo ao processo de descolonização de Angola.
O Alto Comissário Rosa Coutinho, ladeado pelos
presidentes Agostinho Neto (do MPLA, à esquerda)
e Jonas Savimbi (da UNITA)


Acordo do Luso foi
«histórico e vital!»

O Alto Comissário Português em Angola, o almirante António Alva Rosa Coutinho, considerou a esse mesmo tempo, «histórico e vital» o acordo há 50 anos celebrado, na cidade do Luso, em Angola, entre os presidentes Agostinho Neto (do MPLA) e Jonas Savimbi (da UNITA).
O oficial português sublinhou, porém, que «só ficarei descansado quando vir reunidos no território de Angola, os presidentes dos três movimentos».
Os dois e a FNLA de Holden Roberto.
«O que se está a tratar não é tanto do estabelecimento de uma frente comum, como do processo de independência de Angola», disse Rosa Coutinho, que falava em Lisboa, chegado de Luanda em vésperas do Natal de 1974 e para «conversações com as autoridades
 centrais».
Ainda voltaria a Angola antes do Natal desse ano de 1974 - já lá vão 50 anos!!!!... - e, nas declarações à imprensa lisboeta, disse também que estava «confiante na realização da cimeira dos três movimentos ainda antes do final do ano». Como hoje se sabe, tal não viria a acontecer, mas a esse momento existia essa esperança.
Quanto à formação do Governo de Transição de Angola, que então muito se expectava, o Alto Comissário manifestou-se, todavia, menos confiante: «Sou optimista mas não tanto», disse Rosa Coutinho, sobre a possibilidade de antes do final de Janeiro de 1975, se formar o dito Governo.

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