CAVALEIROS DO NORTE!! Batalhão de Cavalaria 8423, última guarnição militar portuguesa nas terras uíjanas de Quitexe, Zalala, Aldeia Viçosa, Santa Isabel, Vista Alegre, Ponte do Dange, Songo e Carmona! Em Angola, anos de 1974 e 1975!

quinta-feira, 4 de agosto de 2016

3 478 - Adeus definito a Carmona, os impedimentos da FNLA!


Grupo de civis da coluna que, hoje se passam 41 anos, saiu de Carmona 
para Luanda. Militares, reconhecem-se  NN, 1º. cabo Mendes (2ª. CCAV.),
1º. cabo Deus (3ª. CCAV) e soldado Santos e furriel miliciano António 
Artur Guedes (2ª. CCAV.). Alguém conhece o NN? E os civis?



Cavaleiros do Norte da 1ª. CCAV. 8423, 8 furriéis milicianos de
Zalala: Américo Rodrigues, Jorge Barata (falecido a 11
de Outubro de 1997, em Alcains e de doença), José Louro,
José António Nascimento, Eusébio Martins, Manuel Dinis Dias
 (falecido a 20 de Outubro de 2011, em Lisboa e de doença),
Victor Velez e Victor Costa



Carmona, capital do Uíge angolano, dia 4 de Agosto de 1975, uma segunda-feira: «Prevista a partida para as 4 horas, pode dizer-se que a partir das 2 horas tudo de pôs a postos para que o horário fosse cumprido e foi. Efectivamente, a esta  hora toda a máquina se moveu, mas a incompreensão dos civis gerou o primeiro problema com a FNLA que, bloqueando-os na cidade, não os quis deixar sair».
Furriéis miicianos de Santa Isabel, da 3ª. CCAV.
8423: Belo, Rabiço, Querido, Guedes (falecido a 16
de Abril de 1998, de doença) e António Fernandes
Assim, relata o Livro da Unidade, sobre os primeiros momentos de saída da 2ª. CCAV. 8423 e 3ª. CCAV. 8423. Acrescenta que «às 5,15 horas, resolveu-se o primeiro incidente e esta resolução iria dar azo ao segundo e mais grave incidente, pois que todos fugiram para o Negage, onde finalmente foram impedidos de partir, situação que iria atrasar em cerca de 8 horas a marcha da coluna» para Luanda.
Finalmente em marcha, a coluna «passou o controlo da FNLA do Candombe, com 210 viaturas e em cerca de meia hora de escoamento». Cerca da 7,30 horas, logo depois da saída de Carmona, «um acidente, devido ao cerrado nevoeiro, fez com que fossem abandonadas na estrada duas  viaturas médias e fosse rebocada, e abandonada no Negage, uma viatura pesada». Esta cidade, onde a Companhia de Paraquedistas aguardava a coluna saída de Carmona, «estava pejada de viaturas», que se queriam integrar na coluna e que a FNLA «em peso, proíbe a saída, excepção feita as viaturas privadas da coluna militar».
Manuel José Montez Barreiros, soldado atirador
da 3ª. CCAV. 8423. Faria hoje 64 anos mas
faleceu a 20 de Agosto de 1974, ainda em Angola e
de doença. Era de Aldeia de Além, em Alcanede.
RIP!!!
Realizadas conversações, entre o comando do BCAV. 8423 e os dirigentes da FNLA, o Livro da Unidade refere que «estas foram improfíquas». Acrescenta que «tentadas plataformas várias, estas bateram todas em falso» e que, por isso (dizemos nós), «começou  odisseia dos civis, sentindo-se abandonados e entregues à sorte do querer da FNLA, convencidos que as NT os abandonariam».
Não foi assim. Não podia ser. «Procurou-se uma última solução e efectivamente, após uma reunião às 16 horas, com Daniel Chipenda, obteve-se a permissão para o trânsito da quase totalidade dos civis».
«Foi o renascer da esperança para essa gente, foi o acreditar na missão das NT. Efectivamente, não fora tal determinação e todos ficariam; assim, só uma pequena parte de camionistas não conseguiu resolver o seu problema», relata o Livro da Unidade.
A partida do general Solva Cardoso, o Alto-Comissário, para Lisboa casou preocupações em Luanda - onde já estavam a CCS e a 1ª. CCAV. 8423 dos Cavaleiros do Norte. O jornal «O Comércio» ouviu dirigentes da FNLA e da UNITA, do Governo de Transição - e não do MPLA, por estar ausente de Angola.
José N´Dele, da UNITA, classificou de «imparcial, correcta e justa» a acção de Silva Cardoso, que considerou «a melhor e mais dignificante escolha de Portugal» para aquele cargo.  Que se o abandonar, como acabaria por abandonar, isso seria «muito prejudicial à causa de Angola e ao futuro das relações de Portugal e Angola».
N´Goma Kabangu, da FNLA, por sua vez, considerou Silva Cardoso «um homem exemplar e vertical». Afirmou que a FNLA «confia na actuação do Alto-Comissário e não vê razão para que este se retire antes de 11  de Novembro». O dia marcada para a declaração de independência.

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