CAVALEIROS DO NORTE!! Batalhão de Cavalaria 8423, última guarnição militar portuguesa nas terras uíjanas de Quitexe, Zalala, Aldeia Viçosa, Santa Isabel, Vista Alegre, Ponte do Dange, Songo e Carmona! Em Angola, anos de 1974 e 1975!

quarta-feira, 10 de agosto de 2016

3 484 - Violentas confrontações e fome em Luanda e Angola sem Governo!

Jesuíno Pinto, Freitas Ferreira, José Gomes e António Artur Guedes: um
quarteto de furriéis milicianos em recente encontro da 2ª. CCAV. 8423,
a de Aldeia Viçosa, do capitão José Manuel Cruz
Monteiro (da CCS) e Peixoto (adido), dois
furriéis milicianos Cavaleiros do Norte na messe de
 sargentos do Bairro Montanha Pinto, em Carmona

As «violentas confrontações de sábado», dia 9 de Agosto de 1975, «na zona que se estende por detrás do Palácio do Governo», na cidade de Luanda, levaram a que fossem evacuados os elementos da FNLA que, supostamente e segundo denúncia do MPLA, «haviam transformada a zona num campo armado». Zona que era mais conhecida por Bairro do Saneamento e onde moravam alguns ministros do Governo de Transição.
Mário Matos, João Aldeagas (que amanhá faz
64 anos) e António Chitas, três futuros furriéis
 milicianos Cavaleiros do Norte, aqui  em Santa Margarida
Terá sido para esta acção militar que o BCAV. 8423 foi reclamado, enquanto unidade de reserva de Angola, e porque uma Companhia de Intervenção recém-chegada de Lisboa e, ao jeito do tempo, muito revolucionária e operacionalmente pouco preparada, ali foi «apanhada» entre fogos, no Bairro do Saneamento - justamente na área envolvente do Palácio do Governador. Não conseguimos confirmar este facto - em termos de data. Nós (o PELREC) não participámos na operação.
Ao tempo do dia seguinte, um domingo, ainda se desconheciam «os motivos que levaram à evacuação dos soldados do ELNA/FNLA», mas sabia-se, segundo o Diário de Lisboa, que «a operação tinha sido procedida de especulações sobre a eventualidade de as autoridades portuguesas tentarem tirar da capital as forças dos três movimentos de libertação e declararem Luanda como zona desmilitarizada».
Grave era também,  como já aqui referimos em dias anteriores, o problema dos abastecimentos: «Paira sobre Luanda o espectro da fome. Começam a rarear os combustíveis e a comida», noticiava o Diário de Lisboa.
Notícia do Diário de Lisboa sobre a
situação política angolana, há 41 anos!
O Governo, por sua vez, não funcionava. O ministro Vasco Vieira de Almeida (que tinha sido intimado a regressar a Lisboa) comentou que «há semanas que não vejo alguns dos meus colegas de gabinete» e que o seu próprio ministério (da Economia), com um Secretário de Estado de cada um dos movimentos, também «não está a funcionar». E que não sabia se «a acção que envolveu a evacuação de Luanda dos ministros da FNLA, por tropas portuguesas, significaria a queda do Governo de Transição».
Estávamos a 3 meses do 11 de Novembro, a data anunciada para a proclamação da independência.

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