CAVALEIROS DO NORTE!! Batalhão de Cavalaria 8423, última guarnição militar portuguesa nas terras uíjanas de Quitexe, Zalala, Aldeia Viçosa, Santa Isabel, Vista Alegre, Ponte do Dange, Songo e Carmona! Em Angola, anos de 1974 e 1975!

domingo, 28 de agosto de 2016

3 502 - Invasão sul-africana a Angola, evacuação de refugiados!

Cavaleiros do Norte, equipa de futebol dos Sapadores. De pé, Irineu 
(clarim), Afonso Henriques, NN (impedido do comandante?), Sousa (o 
Gordo) e Américo. Em baixo, Amaral (que hoje faz 64 anos), Calçada, 
Grácio, NN e Coelho (que faleceu, de doença, a  13 de Maio de 2007, 
em Penafiel). Quem ajuda a identificar os NN?



Cavaleiros do Norte no convívio de Custóias, a 4
de Junho de 2016: Caixarias, Amaral (que hoje
 faz 64 anos), Serra, César (do BCAV 1917) e 

Francisco Brogueira Dias
Agosto de 1975, dia 28, uma quinta feira: o Batalhão de Cavalaria 8423 - os Cavaleiros do Norte!!! - continua a jornadear pelo Grafanil e Luanda, mas forças sul-africanas, depois de na antevéspera terem passado Santa Clara e Namacunde, em direcção a Chieve, «ameaçaram ontem invadir a cidade de Pereira d´Eça, capital do Cunene, distrito controlado pelo MPLA».
 Alberto Ferreira, 1º. cabo Tomás, NN
(o Lajes?) e Mendes: Cavaleiros
do Norte no Quitexe, em 1974!
A denúncia era deste movimento, em comunicado, recordando que «interpretando correctamente esta realidade dos factos, sempre definiu o imperialismo como inimigo principal do nosso povo» e acrescentando que «o que acontece neste momento na fronteira sul, não difere, na essência, do que vem acontecendo na fronteira norte, nas províncias do Zaire e do Uíge», neste caso fazendo alusão às «ingerências da República do Zaire nos assuntos internos de Angola»O documento do movimento de Agostinho Neto conclui com «uma chamada de atenção acusações às autoridades políticas e militares portuguesas, para as responsabilidades que ainda lhes cabem na condução política do país» e, finalmente, protestou junto da África do Sul, por «esta  violação e agressão», dela exigindo «a retirada imediata de quaisquer efectivos militares que se encontrem abusivamente em território angolano».
A evacuação de refugiados para Lisboa continuava e o aeroporto de Luanda era um verdadeiro acampamento de milhares de pessoas, por todo o lado que podiam, à espera de chamada para um voo. Por lá andei algumas vezes, à procura de familiares, amigos e conterrâneos de quem as famílias, por cá, desconheciam o paradeiro. Sem quaisquer notícias deles.
Notícia do Diário de Lisboa de 28 de Agosto
de 1975, sobre a ameaça de invasão militar
sul africana a Angola
Releio um aerograma de minha mãe, datado de 24 de Agosto: «Veio  cá casa a (...) a perguntar se tu aí não podias saber da irmã e da família dela, que há uns dois meses que não escrevem. Vê lá se isso está ao teu alcance, pois as pessoas andam todas com o coração nas mãos, sem saber dos deles»
Pelas últimas semanas de Agosto de 1975, vários destes pedidos recebi dela, de outras gentes que estavam por Angola, mas nada podia fazer além do que fazia: procurá-los pessoalmente (se estivessem por perto) ou através de um programa da Emissora Oficial de Angola, várias vezes diariamente repetido, através do qual se procuravam pessoas. 

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