CAVALEIROS DO NORTE!! Batalhão de Cavalaria 8423, última guarnição militar portuguesa nas terras uíjanas de Quitexe, Zalala, Aldeia Viçosa, Santa Isabel, Vista Alegre, Ponte do Dange, Songo e Carmona! Em Angola, anos de 1974 e 1975!

segunda-feira, 1 de maio de 2017

3 748 - O 1º. de Maio de Portugal e mais de 100 mortos em Luanda!

Os alferes milicianos António Manuel Garcia (que hoje faria 65 anos mas fa-
 leceu a 02/11/1979, de acidente de viação) e José Alberto Almeida. 
Atrás, es-

tão os 1º.s sargentos João Barata e Joaquim do Aires. Todos da CCS

Cavaleiros do Norte de Aldeia Viçosa, todos
furriéis milicianos: Matos, Guedes e Melo (de
pé). Letras, Gomes e Cruz (que hoje faz
65 anos em Vieira do Minho

O dia 1 de Maio de 1974 foi intensamente vivido nas ruas de Portugal, com manifestações nas principais cidades e vilas do país. «O 1º. da Maio da libertação | Festa da Fraternidade do Povo Português», titulava o Diário de Lisboa.
Os Cavaleiros do Norte, aquartelados no RC4 e respectivo Destacamento, passaram o dia - foi uma quarta-feira... - muito tranquilamente, em serviços de ordem e muita expectativa quando ao futuro próximo. 
Já por esses dias se gritava «não mais nenhum soldado para a guerra», pelas ruas, praças e avenidas de Portugal inteiro. Mas o BCAV. 8423 tinha consciência de que teria de ir: havia combatentes a render.
Notícia do Diário de Lisboa sobre os incidentes de Luan-
da, de Abril para Maio de 1975. Mais de 100 mortos!

Mais de 100 mortos
em Luanda!

Um ano depois, em 1975 e já em Angola, no chão uíjano que foi chão da sua jornada africana, os Cavaleiros do Norte tiveram notícia dos incidentes de Luanda, que dois dias antes tinham «obrigado» os furriéis Cruz e Viegas a ficar em Luanda, depois do abortado voo do avião que os levaria a Carmona.
Ao princípio da noite desse 1 de Maio de 1975 (já estávamos em Carmona) e após 2 dias de lutas entre os movimentos de libertação rivais, as autoridades militares portuguesas lançaram apelos à ordem. Julgava-se, nessa altura, que os combates «causaram mais de uma centena de mortos e feridos».
Pouco depois, reportava o Diário de Lisboa de 2 de Maio, «a FNLA pediu aos seus partidários que cessem imediatamente todas as hostilidade»«ordenou às suas tropas que regressem aos respectivos aquartelamentos». O presidente do MPLA, Agostinho Neto, aconselhou os militantes do seu partido «a evitarem qualquer acção ofensiva».
O recolher obrigatório continuava durante a noite e a imprensa dava conta que «a cidade continua a viver num clima de tensão, embora o tiroteio tenha praticamente terminado durante a tarde».
Fôra dessa cidade que, menos de um dia antes, tinham saído os furriéis milicianos Cruz e Viegas.
António M. Garcia

Os 65 anos do
alferes Garcia

O alferes miliciano Garcia faria hoje 65 anos! Faleceu a 2 de Novembro de 1979, num acidente de viação, ao serviço da Polícia Judiciária.
António Manuel Garcia era natural de Pombal de Ansiães, em Carrazeda de Ansiães. Cursou Operações Especiais (Rangers) em Lamego, no segundo turno de 1973, com os também alferes Sousa (1ª. CCAV. 8423), Machado (2ª. CCAV.) e Rodrigues (3ª. CCAV.) e os furriéis milicianos Monteiro, Viegas e Neto (CCS), Pinto (1ª. CCAV.) e Letras (2ª. CCAV.).
Comandou o PELREC e afirmou-se como militar corajoso. 
O louvor publicado na Ordem de Serviço nº. 162 refere que «como comandante do PELREC, sempre manifestou o maior desembaraço e competência, possuindo alto espírito de sacrifício em todos os momentos difíceis em que foi necessária a sua acção, salientando-se a sua colaboração sempre pronta e esforçada à actividade operacional desenvolvida na cidade de Carmona, aquando dos graves incidentes aí verificados».
«Possuidor de boas qualidades morais,. humanas e militares, o alferes Garcia constituiu sempre um todo coeso com os soldados que comandava, com o que muito contribuiu para que na sua Companhia se mantivesse perfeita disciplina e respeito pela hierarquia, muito facilitando a missão do comando que directamente servia, isto sem que deixasse de merecer o respeito dos seus subordinados, o que o torna merecedor do presente louvor», sublinha o documento.
Hoje, no dia em que faria 65 anos, o recordamos com saudade. RIP!
António O. Cruz

Furriel Cruz, 65
anos em Vila Verde

O furriel miliciano António Oliveira Cruz, da 2ª. CCAV. 8423, nasceu há 65 anos - dia 1 de Maio de 1952. Mas só foi registada no dia 4 seguinte.
Natural do lugar de Figueiró, na freguesia de Mosteiro, do con-
celho de Vila Verde, lá regressou a 10 de Setembro de 1975 - depois da jornada africana de Angola. Foi atirador de Cavalaria, cursado na Escola Prática de Santarém, e dele falaremos mais em pormenor no dia 4 de Maio. Até lá e para lá, para Vieira do Minho, vão os nossos parabéns!

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