CAVALEIROS DO NORTE!! Batalhão de Cavalaria 8423, última guarnição militar portuguesa nas terras uíjanas de Quitexe, Zalala, Aldeia Viçosa, Santa Isabel, Vista Alegre, Ponte do Dange, Songo e Carmona! Em Angola, anos de 1974 e 1975!

sexta-feira, 1 de setembro de 2017

3 871 - Cavaleiros do Norte a uma semana da viagem para Portugal!

Cavaleiros do Norte no Quitexe: José Costa (?), furriel José Pires, alferes
 José Leonel Hermida e 1ºs. cabos Luís Oliveira e José Mendes. Em baixo,
Humberto Mora Zambujo (que hoje festeja 65 anos, em Sines), Couto Soares
 e 1ºs. cabos Jorge Salgueiro (?) e Jorge Silva (1ª. CCAV. 8423)


O capitão José Manuel Cruz, comandante da 2ª. CCAV.
8423 (a de Aldeia Viçosa) e o alferes António A. Cruz
com as esposas e uma amiga numa praia de Luanda

Dia 1 de Setembro de 1975. Os Cava-
leiros do Norte estavam a uma semana da partida de Luanda para Lisboa, por via marítima, e apressavam-se a fazer malas com as memórias e haveres da sua jornada africana de Angola. Nunca mais chegava o dia 8!!!
Era uma segunda-feira e, depois de um fim de semana que levou alguns deles até às praias da capital, à ilha e ao Mus-
súlo, Luanda continuava expectante 
Notícia do Diário de Lisboa de 1 de Setembro
de 1975 sobre a situação em Angola
quanto ao iminente  ataque da FNLA, a partir do Caxito. Porém, a cidade continuava estranha-
mente calma - uma calma apenas quebrada pelo recolher obrigatório que quase todos os dias (ou noites) condicionava a movida nocturna - que, todavia, continuava activa e muito viva.
O jornal «Comércio de Luanda» desse dia da há 42 anos, citando «boas fon-
tes»,  deu conta que o 1º. ministro do Colégio Presidencial, Lopo do Nasci-
mento, na véspera regressado de Lisboa, poderia «assumir as funções de Alto Comissário Adjunto», assessorando o almirante Leonel Cardoso, o novo Alto Comissário. Seria a terceira figura da hierarquia angolana - depois do Alto Comissário e do comandante chefe adjunto, o general Heitor Almendra.
O «Comércio de Luanda», no entanto, cautelosamente também adiantava que a notícia levantava «algumas dúvidas em certos círculos ligados às autoridades portuguesas em Angola».
O porto de Luanda (net) em 975

Trabalhadores em greve
no porto de Luanda

A greve dos trabalhadores dos portos continuava, exigindo estes, através da Federação dos Sindicatos do Mar, «subsídio de guerra de 100% do vencimento, protecção militar, subsídio de viagem superior a 60 dias seguro de vida no valor de 1000 contos», como ontem aqui recordámos.
O Ministério dos Transportes e Comunicações, aceitando a exigência de pro-
tecção militar, respondeu «não ao subsídio de guerra, talvez ao subsídio de viagem e nunca ao seguro de vida». Aos argumentos já aqui historiados, o MCT interrogou sobre o seguro de vida, que já era de 500 contos: «Porquê 1000 contos? Quanto recebe a viúva de um soldado? Em quanto está segura a vida daqueles que lutam pela paz, pela liberdade e pela independência?».
«Os trabalhadores compreenderão que a luta por migalhas não é o caminho que levara à sua total libertação, bem como à do povo irmão de Angola», considerou o MCT, frisando que o Governo «apela para a consciência política dos dirigentes sindicais, no sentido de as lutas económicas serem politicamente perspectivadas».
Humberto Zambujo

Zambujo, telegrafista,
65 anos em Sines !

O Zambujo, soldado radiotelegrafista da CCS dos Cavaleiros do Norte, aquartelda na vila do Quitexe, está hoje em festa, dia 1 de Setembro de 2017: comemora 65 anos.
Humberto Mora Zambujo é natural e mora em Sines. Na jornada angolana e para além da «rádio», foi um animador do jornal do Batalhão de Cavalaria 8423: escrevia e desenhava. Actualmente, é administrador e pro-
prietário de uma empresa de gestão de recursos humanos na sua terra natal, para onde vai o nosso abraço de parabéns!

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