CAVALEIROS DO NORTE!! Batalhão de Cavalaria 8423, última guarnição militar portuguesa nas terras uíjanas de Quitexe, Zalala, Aldeia Viçosa, Santa Isabel, Vista Alegre, Ponte do Dange, Songo e Carmona! Em Angola, anos de 1974 e 1975!

quinta-feira, 7 de setembro de 2017

3 877 - O último domingo, véspera da viagem da CCS para Portugal

Alferes milicianos Cavaleiros do Norte à porta da Messe de Oficiais do Qui-
texe: José Leonel Hermida, António Manuel Garcia (falecido a 2/11/1979, de
acidente de viação), António A. Cruz, Jaime Ribeiro e Pedrosa de Oliveira

José Nunes, condutor da 2ª. CCVASV. 8423, a de Aldeia
Viçosa e organizador do encontro de 2011. Faz 65 anos
8 de Setembro de 2017, em Leiria

Domingo, 7 de Setembro de 1975. A CCS dos Cavaleiros do Norte est
ava na véspera do voo para Lisboa e concentrada nas degradadas instalações do extinto Batalhão de Intendência de Angola (BIA), no campo Militar do Grafanil.
As instruções eram lineares: não sair do Grafanil e, saindo, só com autorização própria. Foi caso dos furriéis milicianos 
Os furriéis Neto e Viegas, Cavaleiros
do Norte da CCS do BCAV. 8423
Neto e Viegas, que foram a Luanda, à avenida D. João II, para entregar o carro da FRAL (Ferragens Reunidas de Águeda), empresa da Família Neto - que ao tempo construía uma fábrica em Viana, cidade dos arredores, logo depois do Grafanil.
A fome do final desse último domingo e dia de An-
gola, sem cozinha no ex-BIA, foi morta com uma fornada de pastéis e garrafões de vinho branco, oferecidos por um civil que era familiar de um Ca-
valeiro do Norte. A memória deixou esquecer os seus nomes (do pasteleiro e do companheiro da nossa jornada angolana), mas os pastéis, sabo-
reados pela noite dentro, foram pitéu inesquecível. Entre farta conversas sobre o nosso futuro mais próximo e as graças (bem brejeiras) do papagaio do furriel Bento - provocado pelas intermináveis «bocas» dos homens da CCS.
Os Cavaleiros do Norte, divertidos e expectantes, ansiosos, estavam a poucas horas de voar para Lisboa, ao encontro das suas terras e dos seus cheiros, dos seus familiares e amigos. Iriam sair do Grafanil às 5 horas da manhã.
Refugiados de Angola no aeroporto de
Luanda em 1975 (foto da net)

Protesto no aeroporto,
sem «achar» familiares

A cidade de Luanda, pelo que nos foi dado a perceber na deslocação para entregar o carro à FRAL, estava calma, não se notando quaisquer incidentes. Isso mesmo observámos na última passagem pela baixa, pela Portugália, o Amazonas e o Baleizão, o Pólo Norte - antes do rápido almoço na Floresta, frango de churrasco e umas valentes bazookas.
Os únicos protestos conhecidos,  foram quando passámos pelo aeroporto, na última e falhada tentativa do furriel Viegas achar alguns familiares e amigos, nomeadamente os que residiam em Nova Lisboa - os irmãos Viegas (Manuel, Aníbal e José), a Famílias Neves Polido e Marques Miranda - e na Gabela (as famílias Tavares Neves, Anacleto Melo e Clemente Pinheiro).
Queixavam-se os refugiados da diminuição das viagens aéreas para Lisboa de evacuação para Lisboa. Muitos deles manifestavam-se ansiosos e desespera-
dos, contestando a redução de voos, que aparentemente se devia a «motivos operacionais». Eram, no geral, homens idosos, mulheres e crianças!
José Nunes (2017)

Nunes de Aldeia Viçosa,
65 anos em Leiria!

Nunes, condutor dos Cavaleiros do Norte da 2ª. CCAV. 8423, a de Aldeia Viçosa, festeja 25 anos a 8 de Setembro de 2017. Amanhã!
José Nunes é o seu nome completo e voltou a Portugal no dia 10 de Setembro de 1975, a Maceira Liz, arredores de Leiria. Lá con-
tinuou e lá vive, agora no Vale do Salgueiro, da freguesia da Maceira. Foi o or-
ganizador do encontro de 2011, a 24 de Setembro, com almoço no Casa-
rãoPara ele vai o nosso abraço de parabéns! E venham mais felizes anos!

Sem comentários:

Enviar um comentário