CAVALEIROS DO NORTE!! Batalhão de Cavalaria 8423, última guarnição militar portuguesa nas terras uíjanas de Quitexe, Zalala, Aldeia Viçosa, Santa Isabel, Vista Alegre, Ponte do Dange, Songo e Carmona! Em Angola, anos de 1974 e 1975!

terça-feira, 24 de março de 2020

5 005 - Comandantes do Uíge: Almeida e Brito na ZMN, Themudo Barata no BCAV 8423!

O capitão de Cavalaria José Diogo Themudo, à di-
 reita e na varanda do BC12, com o alferes João Ma-
chado (à esquerda) e o capitão José Paulo Falcão
O tenente-coronel Carlos Al-
meida e Brito, comandante
do BCAV. 8423 



A 24 de Março de 1975, já lá vão 45 anos, o tenente-coronel Almeida e Brito assumiu o comando interino da ZMN. E o capitão Themudo o do Batalhão de Cavalaria 8423. Também interinamente e substituindo Almeida e Brito. 
O agora coronel aposentado José Diogo Themudo tinha chegado a Carmona dias antes, convidado pelo próprio comandante dos Cavaleiros do Norte a assumir as funções de 2º. comandante. Encontraram-se em Luanda, acidentalmente, e estando vaga a função, acabou por aceitá-la. Estava pela capital angolana sem atribuições, depois de a companhia para que fora mobilizado (em regime de rendição individual) ter regressado a Lisboa.
Um dia foi ao aeroporto para se despedir de um camarada de armas e foi lá que o tenente-coronel Almeida e Brito o achou. «Convidou-me para 2º. comandante do Batalhão e apesar de serem funções de major e eu ser apenas capitão, aceitei o convite. Resolvemos o problema no Quartel-General e fui para Carmona», historiou o agora coronel aposentado José Diogo Themudo.
Notícia do Diário de Lisboa sobre o recrutamento, pela
FNLA, de refugiados para as suas Forças Armadas

Incidentes em Luanda e
recrutamento da FNLA

Os tiroteios na área suburbana de Luanda continuaram a 23 de Março de 1975, envolvendo forças do MPLA e da FNLA - mesmo depois do acordo de sábado à noite (dia 21) e ante a propositada não intervenção das Forças Armadas Portuguesas. Por decisão do Comando de Sector de Luanda.
Ao mesmo tempo, a FNLA preparava o repatriamento de refugiados no Zaire, numa operação de três etapas, segundo noticiava a revista «Afrique-Asie»: 
1 - Uma primeira, já iniciada em Setembro de 1974, agrupando-os em quatro agrupamentos,  no Zaire (Nandulu, Kassai, Baixo Zaire e Shabi);
2 - Uma segunda, então em execução, instalando-os em 20 campos de alojamento ao longo da fronteira com Angola;
3 - Finalmente, uma terceira, envolvendo o transporte e instalação dos refugiados em Angola e em diferentes campos permanentes.
Samujel Abrigada

FNLA sem apoios
para os refugiados

A operação envolveria 400 000 refugiados (segundo a ONU), ou dois milhões (segundo a FNLA). E custaria qualquer coisa parecida com 20 milhões de dólares. 
O Zaire não financiaria a operação (por falta de tesouraria e depois de o FMI lhe ter recusado um empréstimo) e a revista «Afrique-Asie» noticiava que o ministro da Saúde do Governo Provisório (Samuel Abrigada, da FNLA) pediu, mas não teve, dinheiro de Igrejas Reformistas americanas.
Assim sendo, e ainda segundo a mesma revista, «certas empresas mineiras e fazendeiros do Norte de Angola estariam dispostos a financiar a operação». A FNLA, com esta medida, dizia a «Afrique-Asie», «mataria dois coelhos de uma só cajadada: poderia recrutar no Zaire um exército para ocupar o Norte de Angola e para apoiar os seus projectos de domínio no Governo de Luanda».
José Romão


Romão de Zalala, 68
anos em Setúbal !

O condutor-auto Romão, soldado da 1ª. CCAV. 8423, festeja 68 anos a 25 de Março de 2020.

Cavaleiro do Norte da Fazenda de Zalala, depois de Vista Alegre/Ponte do Dange, Songo e Carmona, regressou a Portugal em data desconhecida (o seu nome não consta da lista de embarque dos «zalalas», a 9 de Setembro de 1975, de Luanda para Lisboa), mas por informação do furriel João Dias (TRMS), sabemos que reside em Setúbal, para onde vai o nosso abraço de parabéns! 

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