CAVALEIROS DO NORTE!! Batalhão de Cavalaria 8423, última guarnição militar portuguesa nas terras uíjanas de Quitexe, Zalala, Aldeia Viçosa, Santa Isabel, Vista Alegre, Ponte do Dange, Songo e Carmona! Em Angola, anos de 1974 e 1975!

segunda-feira, 19 de outubro de 2020

5 219 - Patrulhamentos inopinados na Estrada do Café! Acções de banditismo no Uíge!



A entrada da vila do Quitexe, na Estrada do Café e do lado de Carmona, actual cidade
 do Uíge. Imagem do do dia 25 de Setembro de 2019, aquando da passagem do furriel
 Viegas pelas terras da nossa jornada africana de Angola

Cavaleiros do Norte da CCS: soldado Silva, 1º. cabo
Pais, furriel Cruz e 1º. cabo Rodolfo Tomás, que
hoje festeja 68 anos em Lousada !

Os Cavaleiros do Norte do BCAV. 8423, por Outubro de 1974, há 46 anos, aumentaram os «patrulhamentos inopinados» na Estrada do Café, pelo Uíge angolano fora.
O objectivo era, depois do ataque dos dia 14 anterior, entre as Fazendas Alegria II e Ana Maria e de que resultou a morre de dois civis europeus, e as pilhagens (a 18) no troço Quitexe-Aldeia Viçosa, «procurar contrariar acções de banditismo», nomeadamente aquando do «aparecimento de queixas». E não eram poucas!
O problema era que, frisa o livro «História da Unidade», 
«a presença das NT não é, e não pode ser, contínua» e também acontecia que «à aproximação das NT, a FNLA furta-se ao contacto e, consequentemente, não se evita a acção já realizada e a realizar, á posteriori».
Era esta, há precisamente 46 anos, a vida operacional diária dos Cavaleiros do Norte do BCAV. 8423: contrariar acções banditismo, desde o Pumbaloge (entre o Quitexe e Carmona)  a Úcua, para as bandas de Luanda. 
Nada apetecível e seguramente muito perigosa.
A FNLA, em comunicado divulgado em
Kinshasa, quis tranquilizar os portugueses
sobre o futuro (então) próximo de Angola,
em Outubro de 1975


FNLA tranquiliza
os portugueses !


Um ano depois, há precisamente 45 anos, em data de Outubro de 1975 cada vez mais próxima do 11 de Novembro (dia da proclamação da independência de Angola), a FNLA, a partir de Kinshasa, dirigiu «um apelo patriótico e amistoso» a todas as populações angolanas e portuguesas, no sentido de, como referia o Diário de Lisboa, «não se envolverem nos combates que opõem a FNLA aos grupos armados apoiados pelo social imperialismo». Ao MPLA, na sua versão.
Ao receio de serem apanhadas pelos dois fogos, na sequência do (anunciado) ataque a Luanda, a FNLA sublinhava que o seu Exército de Libertação Nacional de Angola - o ELNA - «dá combate as tropas do MPLA e não às populações civis, sejam elas angolanas ou portuguesas».
«Os portugueses que vivam em Angola - prosseguia o comunicado da FNLA tornado público em Kinshasa - são amigos e irmãos. Os dirigentes da FNLA jamais tiveram a intenção de perseguir as populações por motivo da sua opção política». 
«Angola precisa da energia de todos os seus habitantes, tanto negros como brancos, para constituir uma nação racialmente harmoniosa e economicamente próspera», concluía a FNLA.
Rodolfo Tomás

Rofolfo Tomás, 1º. cabo,
68 anos em Lousada !

O 1º. cabo Tomás, rádio-montador da CCS do BCAV. 8423, festeja 68 anos a 19 de Outubro de 2020. 
Cavaleiro do Norte do Quitexe, era homem de muitos ofícios, entre a arte de arranjar rádios, ou assistir projectores de cinema, ou carrear para o Quitexe o correio (das saudades) que nos chegava de Portugal. 
«Militar muito disciplinado, correcto e inexcedível no zelo e eficiência», é assim que o louvor do comandante do batalhão o define, sublinhando  também que foi «militar excepcionalmente educado e bom camarada», e que «granjeou a estima dos seus superiores e camaradas», razão que, também este, levou a que fosse «digno de ser enaltecido, em público louvor»
Regressou a Portugal no dia 8 de Setembro de 1975, à sua terra natal de Lousada, onde, agora já reformado, é locutor de rádio e estoico combatente de doença que o tem fragilizado. Parabéns!

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