CAVALEIROS DO NORTE!! Batalhão de Cavalaria 8423, última guarnição militar portuguesa nas terras uíjanas de Quitexe, Zalala, Aldeia Viçosa, Santa Isabel, Vista Alegre, Ponte do Dange, Songo e Carmona! Em Angola, anos de 1974 e 1975!

quinta-feira, 29 de outubro de 2020

5 229 - Apresentação de 6 combatentes da FNLA! A rádio dos «mercenários» em Carmona!


O furriel miliciano Viegas, da CCS, na entrada da vila do Quitexe, em imagem de 24 de
Setembro de 2019, aquando da sua passagem pelas terras da jornada africana dos Cavaleiros
 do Norte do BCAV. 8423

Avenida do Quitexe, ou Rua de Baixo, na saída
saída para Camabatela, a 24 de Setembro de 2019

Há 46 anos e pelas bandas do Uíge angolano por onde jornadeavam os Cavaleiros do Norte do BCAV. 8423, o acontecimento de «maior relevo» do dia 29 de Outubro de 1974, foi a apresentação, no Quitexe, de «um grupo de 6 elemento armados da FNLA, dizendo pertencerem ao «quartel» Aldeia e comandados pelo sub-comandante João Alves».
A apresentação não foi surpresa de maior para a guarnição (e muito menos para os oficiais do Comando do BCAV.) e foi feita por volta das 17,30 horas da tarde, já com a noite angolana a entrar. 
«Contactaram, neste Comando, o Comandante do BCAV. e a autoridade administrativa local, com vista ao esclarecimento de actividades na Serra do Quibinda», reporta o livro «História da Unidade», precisando que os apresentados, e quanto a tais actividades, «julgavam ser das NT mas que facilmente se concluíram ser de elementos estranhos, que procuram, certamente, criar um clima de desconfiança local, entre a FNLA e as NT».
O Tribunal Militar do Uíge, que foi sede
da Zona Militar Norte (ZMN) e Comando 
do Sector do Uíge (CSU)

Rádio dos mercenários,
a FNLA, em Carmona !

A 29 de Outubro de 1975, há 45 anos, a
 informação não era tão rápida, como hoje, e a leitura dos jornais vespertinos era a melhor forma de ter alguma actualização sobre o que se passava em Angola.
Aparecerem, finalmente, notícias de Carmona: 
«A rádio dos mercenários, localizada em Carmona, capital da província do Uíge, para esconder as pesada derrotas sofridas na frente do Caxito, anuncia que os mercenários retiraram porque tinham de poupar o povo, que já não tinha comida em Luanda, nem água»
Por mercenários entenda-se, na linguagem do MPLA, as forças da FNLA e quem a apoiava.
«Foi a UPA/FNLA que enviou água para Luanda, em aviões da Cruz Vermelha, para que o povo não morresse de sede», escrevia do Diário de Lisboa, por despacho do Diário de Luanda, dando voz à rádio que emitia a partir de Carmona.
Ao tempo, estava-se a 13/14 dias da independência e não havia forma de achar notícias de Carmona. Apareceram na edição do Diário de Lisboa desse dia.
«Na Frente Norte, há a registar o recuo da formas mercenárias do ELNA e zona de confrontações no triângulo Barra do Dande-Caxito-Libongos. Dada a contra-ofensiva desencadeada pela forças populares, as forças mercenárias abandonaram as suas posições naquela zona, tendo-se retirado para posições próxima do Ambrizete. Inclusive, as forças que possuíam no Ambriz foram igualmente concentradas naquela região», reportava o jornal, comummente conhecido como afecto às posições do MPLA.
Esta retirada, porém, poderia significar «o reagrupamento de efectivos», dado que, e continuo a citar o DL, «as forças mercenárias sofreram pesadas perdas em homens e material de guerra». Ontem mesmo, adiantava o jornal, «após violentos combates na 1ª. Região Militar (do MPLA), as forças mercenárias deixaram no terreno dois blindados zairenses e os seus ocupantes».
As linhas de confrontação situavam-se na zona de Santa Eulália e havia já, notava o DL, «unidades das forças regulares localizadas em Camabatela» - que fica(va) muito perto do Quitexe.
Horácio Carneiro

Carneiro de Zalala, 68
anos na Póvoa do Lanhoso!

O soldado Horácio do Sacramento Lopes Carneiro, atirador de Cavalaria da 1ª. CCAV. 8423, a de Zalala, festeja 68 anos a 30 de Outubro de 2020.
Integrou o 2º. Grupo de Combate, comandado pelo alferes miliciano Carlos Sampaio (e com os furriéis Plácido Queirós, Eusébio Martins e Mota Viana - depois João Rito) e é natural de Pousadela, lugar da freguesia de Monsul, na Póvoa do Lanhoso. Lá regressou no dia 9 de Setembro e seguiu vida como emigrante, por terras da Suíça.
Agora já aposentado, mora na sua terra natal e e para lá, e para ele, vão os nossos parabéns!

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