CAVALEIROS DO NORTE!! Batalhão de Cavalaria 8423, última guarnição militar portuguesa nas terras uíjanas de Quitexe, Zalala, Aldeia Viçosa, Santa Isabel, Vista Alegre, Ponte do Dange, Songo e Carmona! Em Angola, anos de 1974 e 1975!

terça-feira, 4 de maio de 2021

5 421 - O BCAV. 8423 no «IAO», o Uíge da FNLA e 500 mortos em Luanda!

A mítica Rua do Comércio, na cidade de Carmona, em imagem de 25 de Setembro de 2019. 
Este espaço público uíjano foi palco de várias escaramuças que obrigaram a musculadas
intervenções dos Cavaleiros do Norte do BCAV. 8423 nos difíceis tempos de Maio e Junho
 de 1975.  Ainda que muito incompreendidos pela comunidade civil europeia. E menos ainda 
pelos movimentos angolanos

Cavaleiros do Norte da 2ª. CCAV. 8423, todos milicianos 
 e nas piscinas de Carmona: alferes João Machado (atrás)
 e furriéis José Melo, António Guedes e Carlos Letras 



Os Cavaleiros do Norte do BCAV. 8423  continuavam, a 4 de Maio de 1974, há 47 anos,  os «exercícios da Instrução Operacional» na Mata do Soares, arredores do Campo Militar de Santa Margarida. 
Era um sábado e, de Lisboa, soube-se que um grupo de soldados se recusara a partir para Angola, para uma comissão militar no Enclave de Cabinda. Pertenciam à Co
mpanhia de Caçadores 45/20 e, na véspera, assumiram a palavra de ordem: «Nem mais um embarque».
Seriam 10, seriam 52?!
Parece que eram 10, segundo a Cova da Moura. E, na altura, o próprio general António Spínola estava na Base Aérea nº. 1, na Portela, por se tratar do primeiro embarque de tropas para Angola, depois do 25 de Abril. Vários deles, apresentaram-se pouco depois.

Combatentes da FNLA em Carmona. O movimento 
de Holden Roberto considerava-se «dono» do Uíge
 e não aceitava outros - o MPLA e a UNITA


Uíge, a bem ou a mal,
terá de ser terra da FNLA

Um ano depois, em 1975 e em Carmona e considerando que «o Uíge, a bem ou mal, terá de ser terra da FNLA», este movimento, e cito do livro «História da Unidade», não aceitava bem «qualquer outra opção política no seu solo». 
Obviamente, disso resultavam «permanentes quezílias entre movimentos, as quais dia a ia vão tendendo a aumentar, complicando, e de que maneira, a missão arbitral que era atribuída às Forças Armadas Portuguesas».
As ruas da cidade eram patrulhadas a toda a hora e respirava-se um ar tenso, de insegurança e de medos. A tropa portuguesa operacional tinha dias e dias de serviços continuados, sem descanso. Mesmo que insultada pela comunidade europeia. Principalmente por esta, havendo excepções.

Notícia do Diário de
Lisboa de 05/05/1975

500 cadáveres na
morgue de Luanda

Piores iam as coisas por Luanda, onde «centenas de refugiados estão abrigados em liceus e estabelecimentos de ensino superior, onde foram organizados centros de socorro»
O 4 de Maio de 1975 de há 46 anos foi um domingo e a Força Aérea Portuguesa, por sua vez, estava «a transportar para Luanda alimentos provenientes de outras regiões de Angola».
Até esse dia 4 de Maio de 1975, e cito o Diário de Lisboa do dia seguinte (imagem ao lado), «tinham entrado 500 cadáveres na morgue» da cidade de Luanda. Mas julgava-se, ainda segundo o mesmo jornal, que «o número total de vítimas dos últimos acontecimentos deve elevar-se a cerca de um milhar». 

O 1º. cabo Alberto Marques
em Angola (1974/1975)
Alberto Marques
na actualidade


Marques, 1º. cabo cripto,
69 anos em VN de Gaia !

O 1º. cabo  Marques, da 2ª. CCAV. 8423, a de Aldeia Viçosa, festeja 69 anos a 5 de Maio de 2020.
Alberto Joaquim de Oliveira Marques foi  Cavaleiro do Norte com a especialidade de operador-cripto, também passou também pela cidade de Carmona (agora Uíge) e regressou a Portugal no dia 10 de 

Setembro de 1975, no final da sua jornada angolana.
Fixou-se em Mafamude, freguesia do município de Vila Nova de Gaia. Por lá fez a vida e lá mora, agora na Urbano de Moura, para onde vai o nosso abraço de parabéns!

Dulce Pagaimo
O 1º. cabo Pagaimo com os
 furriéis  Viegas, à esquerda,
 e Neto, em finais de 2019


A viuvez de Pagaimo, 1º. cabo
do Pelotão de Morteiros 4281!

O 1º. cabo Celestino de Jesus Pagaimo, especialista de transmissões do Pelotão de Morteiros 4281, enviuvou a 4 de Maio de 2019, pelo falecimento da esposa: Maria Dulce Pagaimo, aos 62 anos!
Contemporâneo dos Cavaleiros do Norte no Quitexe, o 1º. cabo Pagaimo regressou a Portugal no Verão de 1975, quando terminou a sua jornada africana de Angola e do Uíge: Fez carreira profissional nas Brigadas de Trânsito da GNR e, já aposentado, vive em Moinho da Mata, Montemor-o-Velho!
A esposa, professora primária, já em 2011 teve extração de um rim, devido a problemas cancerosos, que em 2016 «passaram» para os pulmões. A situação de saúde agravou-se e passou os últimos anos de vida passou-os entre o Instituto Português de Oncologia (IPO), de Coimbra, e os cuidados paliativos.
Hoje, 2 anos depois, aqui fica o abraço solidário dos Cavaleiros do Norte», ao Pagaimo e seu filho Rúben, que 1º. sargento da GNR. RIP!!!


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