CAVALEIROS DO NORTE!! Batalhão de Cavalaria 8423, última guarnição militar portuguesa nas terras uíjanas de Quitexe, Zalala, Aldeia Viçosa, Santa Isabel, Vista Alegre, Ponte do Dange, Songo e Carmona! Em Angola, anos de 1974 e 1975!

quinta-feira, 13 de maio de 2021

5 430 - Cavaleiros do Norte, no Uíge, alvo de vexames e sentindo ameaças!


Cavaleiros do Norte da CCS, no Quitexe: 1º. cabo João Monteiro (Gasolinas),
 NN (quem é?), José Gomes Coelho (que faleceu há 14 anos, 13 de Maio de
2007), António Calçada e NN. Quem identifica os NN´s?

Furriéis milicianos no Quitexe de 1975:
Fernandes, Viegas e Belo (atrás e de pé), 
Ribeiro, Rabiço e Graciano


O dia 13 de Maio e de Fátima de 1975 não «produziu» o milagre da conciliação dos movimentos angolanos, quando se preparava uma cimeira angolana, envolvendo os três. Ao contrário, teve outra «nega», a somar 
à da FNLA e conhecida a 13 de Maio da 1975: a da UNITA. 
Já era conhecida a da FNLA de Holden Roberto e agora era o movimento de Jonas Savimbi que também não estava disponível para reunir com os dirigentes portugueses. O que levou o ministro Melo Antunes a rápida viagem a Luanda. 
«Crê-se que esta deslocação está ligada com a realização próxima de uma cimeira entre os 3 movimentos de libertação e que alguns meios já a indicam para Lusaka», lia-se no Diário de Lisboa desse dia de há 42 anos.
O dia foi também o da chegada a Lisboa de 400 refugiados de Angola, recebidos pelo Grupo de Apoio - pois ainda não funcionava o Instituto de Apoio aos Refugiados Nacionais (IARN).
O Grupo de Apoio era formado por apenas 7 pessoas e, tendo já recebido 2500 refugiados de Moçambique, o Diário de Lisboa admitia que «pode, de um momento para o outro, ficar sub-
merso, com a vinda de milhares de refugiados, se o clima continuar a agravar-se em Angola».
O BC12, a última unidade do BCAV. 8423,
visto de Carmona, na estrada para o Songo.
Ali esteve de 2 de Março a 4 de Agosto de
1975. Há precisamente 46 anos!


Calma em Luanda e vexames
e ameaças em Carmona !

O mesmo jornal noticiava que «a calma regressou a Nova Lisboa, onde se registaram incidentes entre FNLA e do MPLA, desconhecendo-se o número de vítimas». Em Luanda, por seu lado, «não houve novos incidentes», mas «assistia-se a uma fuga desordenada dos técnicos europeus, devido à instabilidade da situação e aos acontecimentos sangrentos das últimas semanas».
O Uíge, por onde jornadeavam os Cavaleiros do Norte do BCAV. 8423 - na altura, em Carmona e Songo -, continuava sem incidentes especialmente graves, mas, e citamos o livro «História da Unidade», «verifica-se uma enorme dificuldade em fazer vingar o papel de árbitro» que era atribuído ao BCAV. 8423.
«Procurando posição de isenção, foi a actuação das tropas orientada no cumprimento da sua missão. Contudo, viu sempre escolhos diversos a vencer, viu e sentiu ameaças, foi alvo de vexames mas sobretudo foi sempre apelidada de partidária e, consequentemente, viu as suas actividades mal aceites, ainda que não suscitem quaisquer dúvidas quanto à sua isenção», narra o HdU.            
José Gomes Coelho, sapador,
faleceu há 14 anos, a 13 de
Maio de 2007. RIP!!!

A morte do sapador
José Gomes Coelho

O soldado José Gomes Coelho, que pelos Cavaleiros do Norte jornadeou pelo Uíge, faleceu há precisamente 14 anos: a 13 de Maio de 2007.
Integrava o Pelotão de Sapadores, comandado pelo alferes miliciano Jaime Ribeiro, e, regressado a Portugal no dia 8 de Setembro de 1975, voltou à sua terra de Oldrões da Calçada, em Penafiel.
Trabalhou na Universidade do Porto, como carpinteiro, nas a doença antecipou-lhe a reforma por invalidez.
 «Teve um tumor cerebral. Nunca quis ser operado», disse-nos Ângela Coelho, uma das duas filhas. A viúva, Maria Elisa Sousa Ferreira, foi quem nos deu a notícia da morte, quando, em 2009, organizámos o encontro de Águeda.
Faleceu aos 55 anos e ainda conheceu dois netos.
 Hoje o evocamos com saudade. Até um destes dias, Coelho! RIP!!!

Sem comentários:

Enviar um comentário