CAVALEIROS DO NORTE!! Batalhão de Cavalaria 8423, última guarnição militar portuguesa nas terras uíjanas de Quitexe, Zalala, Aldeia Viçosa, Santa Isabel, Vista Alegre, Ponte do Dange, Songo e Carmona! Em Angola, anos de 1974 e 1975!

domingo, 30 de maio de 2021

5 447 - A chegada a Luanda dos Cavaleiros do Norte da CCS do BCAV. 8423!

A baía de Luanda, vista da fortaleza, quando, em Setembro e Outubro de 2019,
 por lá passou o furriel Viegas, da CCS, «matando» saudades da jornada africana
de Angola. Com passagem por Ponte do Dange, Vista Alegre, Quitexe e Carmona

O tenente Mora, os furriéis milicianos Neto, Viegas
e Monteiro e o 1º. cabo Miguel Miguel na avenida
do Quitexe e em 1974



A CCS do BCAV. 8423 voou de Lisboa para Luanda na noite de 29 para 30 de Maio de 1974, há 47 anos, num avião dos Transportes Aéreos Militares (TAM) que se fez «passear» sobre a capital, mostrando-nos o caleidoscópio de luzes que surpreendeu os nossos olhos. 
O suspense da primeira viagem de avião logo passou, muitos de nós logo adormeceram e a memória, 47 anos depois, resgata-nos o momento de passagem pelo céu de Bissau, assim informou o piloto do Boeing militar que nos levava a terras africanas de Angola.
«Ali é Bissau!...», disse o comandante do avião, levando os nossos olhos a olhar pela pequena janela e espreitar a capital da Guiné. Mal imaginaria eu, a esse tempo, que anos depois lá iria, em serviço profissional. 
O voo, por contingências da proibição de aeronaves portuguesas voarem sobre países africanos que não apoiavam a nossa política ultramarina, foi feito todo sobre o Atlântico e já o céu se avermelhada ao nosso olhar quando fomos «avisados» de faltar uma hora para aterrarmos no aeroporto de Luanda.  
Lá chegámos! 
Lá chegámos e do ar e ansiosos, expectantes, descobrindo a enorme e cosmopolita metrópole luandina, a sua baía e também os musseques periféricos. 
 O calor húmido de Luanda «obrigou-nos» a despir o blusão verde da farda de saída (a nº. 2), com quer viajávamos e correr à procura do que matasse a nossa sede. Sorte minha, que levava angolares (o escudo angolano), trocado com o pai de um vizinho, civil, que estava em Angola, e logo provámos a célebre Cuca, uma das mais populares cervejas angolanas. 
Outra das primeiras imagens retidas desse dia foi a do aparecimento, já no Campo Militar do Grafanil, de um 1º. sargento de pasta e muitos angolares para trocar por escudos de Lisboa, com ganhos cujo valor não recordo, mas eram surpreendentes para nós. 
Por serem elevados! 
O comandante Almeida e Brito, o capitão José Paulo Falcão e o alferes José Leonel Hermida já estavam em Angola há vários dias e foram nossos «anfitriões». E já sabiam o nosso destino: «o Quitexe, terra promissora de Angola, capital do café e vila-mártir de 1961», como sublinha o livro «História da Unidade».

Cavaleiros do Norte do Parque-Auto da CCS do BCAV. 8423,  
A. Pais,  Joaquim Breda e Domingos Teixeira (tronco nu), 
alferes António Cruz, 1º. cabo Agostinho Teixeira, condutor
 Miguel Ferreira, NN e 1º. cabo Porfírio Malheiro 

Do aeroporto de Luanda
para o Campo Militar do  Grafanil !

A viagem de berliets, desde o aeroporto para o Grafanil, deixou-os esventrar e conhecer a enorme cidade, embora em rápidos olhares sobre as ruas, as avenidas e, depois, a enorme Estrada de Catete, cheia de gente a passear-se pelo chão de terra vermelha, cheia de pressa, indiferente ao olhar curioso dos jovens combatentes que tinham acabado de desembarcar. 
Era gente de todas as cores, brancos, mestiços e negros, mulheres bambaleando o corpo e carregando os filhos nas costas, de cigarro entalado nos lábios, gente que fazia história da Angola que descobríamos. Para onde íamos!  Gente que espreitávamos com olhares de preguiça me curiosidade, olhando as ancas roliças e nuas das garotas angolanas, mulheres negras como nunca tínhamos visto!
A Angola de 30 de Maio de 1974 era assim, mesmo para quem ia para a guerra. Há 47 anos!
J. Teodósio em 1974
JT em 2018

Teodósio de Aldeia Viçosa,
69 anos em Almeirim !

O 1º. cabo João Francisco RibasTeodósio, da 2ª. CCAV. 8423, comemora 69 anos a 1 de Junho de 2021.
Cavaleiro do Norte da Companhia de Aldeia Viçosa e depois de Carmona, tinha a especialidade militar de mecânico-auto e regressou a Portugal no dia 10 de Setembro de 1975, concluída a sua comissão angolana, por terras do norte uíjano.
Regressou à sua casa da Rua da Fé, em Almeirim, e mora agora no bairro da Boa Esperança, também em Almeirim, para onde vai o nosso abraço de parabéns!

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