Cavaleiros do Norte do Parque-Auto da CCS, no Quitexe: o furriel miliciano
Norberto Morais (ao centro) e os 1ºs cabos Serra Mendes (bate-chapas, à
esquerda), Rafael Serra Farinha (mecânico-auto, que amanhã festeja 65
anos) e, à direita, dois Teixeira´s: Domingos (estofador) e Agostinho (pintor)
O condutor Henrique Nunes Esgueira, Cavaleiro do Norte da CCS do BCAV. 8423, junto da placa de entrada da vila do Quitexe, há 47 anos! |
As escaramuças entre MPLA e UNITA, há 46 anos e nas vésperas de os Cavaleiros do Norte regressarem a Portugal, eram coincidentes com a presença de uma unidade sul-africana em território angolano. A (não) invasão (?).
O governo português veio explicar que a 12 de Agosto o governo sul-africano lhe comunicara a entrada de um pelotão de 30 homens para proteger a bombagem de água de Calueque, próxima da fronteira e para proteger os seus trabalhadores.
O governo português veio explicar que a 12 de Agosto o governo sul-africano lhe comunicara a entrada de um pelotão de 30 homens para proteger a bombagem de água de Calueque, próxima da fronteira e para proteger os seus trabalhadores.
A estação era considerada «vital para a população ovando daquela zona». Todavia, os relatos do MPLA iam noutro sentido: invasão do território pela fronteira da Santa Clara e ocupação das cidades de Pereira d´Eça e General Roçadas.
Uma nota do Ministério dos Negócios Estrangeiros português dava conta, a 5 de Setembro de 1975 e chamando a atenção da África do Sul, para «certas indicações de que, a partir do território da Namíbia, estavam ocorrendo no distrito do Cunene, no sul de Angola, infiltrações de mercenários e forças ainda não verdadeiramente identificadas».
A África do Sul respondeu e vincou a sua «política de não ingerência, de acordo com a qual não permite que mercenários, ou outras forças, operem a partir do seu território, ou de de território sob seu controlo».
Uma nota do Ministério dos Negócios Estrangeiros português dava conta, a 5 de Setembro de 1975 e chamando a atenção da África do Sul, para «certas indicações de que, a partir do território da Namíbia, estavam ocorrendo no distrito do Cunene, no sul de Angola, infiltrações de mercenários e forças ainda não verdadeiramente identificadas».
A África do Sul respondeu e vincou a sua «política de não ingerência, de acordo com a qual não permite que mercenários, ou outras forças, operem a partir do seu território, ou de de território sob seu controlo».
O almirante Leonel Cardoso, o último Alto Comissário de Portugal em Angola, no discurso de 10 de Novembro de 1975 |
O Alto-Comissário de
Portugal em Angola
Aos 5 dias dias de Setembro de 1975, uma 6ª.-feira, chegou a Luanda o novo Alto Comissário, que viria a ser o último: o almirante Leonel Cardoso.
Os Cavaleiros do Norte continuavam a riscar dias do calendário, expectantes quando ao dia 8, que seria (e foi) o do embarque para Lisboa. E já não no navio «Niassa», mas num avião dos Transportes Aéreos Militares (TAM).
Leonel Alexandre Gomes Cardoso chegou confiante e, numa entrevista ao jornal «O Comércio», de Luanda, disse ir fazer tudo o que fosse possível para «restabelecer a paz no território» e que, para tal e se necessário fosse, «as tropas portuguesas estariam à disposição, para intervir».
A chegada do almirante português coincidiu com um período frio das negociações entre o MPLA e a UNITA, depois de um recente encontro de Lisboa ter «aberto vias de colaboração». Na verdade, na véspera e segundo um comunicado do MPLA (movimento presidido pelo médico Agostinho Neto), as suas forças «rechaçaram o avanço de tropas da UNITA no Alto da Chipaca», no leste de Angola. E, por outro lado, «fizeram abortar uma tentativa daquele movimento para ocupar Cubal e Ganda, no sul».
Rafael S. Farinha |
Farinha, mecânico, 69 anos
na Serra da Luz de Odivelas!
O Farinha foi 1º. cabo mecânico-auto da CCS dos Cavaleiros do Norte, no Quitexe, e amanhã está em festa dos 69 anos. Dia 6 de Setembro de 2021.
Rafael Serra Farinha era (e é) residente na Serra da Luz, da então freguesia de Odivelas do concelho de Loures. Lá voltou a 8 de Setembro de 1975, no final da sua (e nossa) comissão militar em Angola, e por lá faz vida profissional, continuando ligado à mecânica-auto e ao comércio do ramo automóvel, com estabelecimento na Pontinha, no agora concelho de Odivelas.
Para lá e para ele vai o nosso abraço de parabéns!
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