Aeroporto internacional de Luanda, 22 de Setembro de 2019: Mário Ribeiro, engenheiro Eugénio Silva, da Carmona de 1975, furriel Viegas, condutor Nogueira do Liberato e um familiar de Eugénio |
O furriel Viegas, civil a 28 de Setembro de 2019, com o engº. Eugénio Silva, um dos refugiados dos trágicos primeiros 6 dias de Junho de 1975, no BC 12 e em Carmona, actual cidade de Uíge |
A alvorada africana do dia 22 de Setembro de 2019, há 2 anos, aproximou-nos do aeroporto internacional de Luanda e logo espreitámos a Luanda que deixámos a 8 de Setembro de 1975, olhando a baía, a restinga, a enorme metrópole que foi nosso chão da jornada africana.
Parecia que nas vésperas por lá tínhamos passado e tinha, já..., passado 44 anos!
O caminho era para o Uíge, por onde, em 1974/75, fizermos a nossa jornada angolana de África e esperavam-me o Mário Ribeiro e o João Nogueira - que iriam ser companheiros de um tempo de 18 dias a galgar o chão angolano e a reencontrar sítios onde, com orgulho, com garbo, muitos militares portugueses arriscaram a vida para garantir o processo de descolonização.
«Furriel Viegas?!...», perguntou-me, ao lado, um angolano, o que vim a saber ser o engenheiro Eugénio Silva, que fez vida na prospecção de petróleos e que nos trágicos primeiros 6 dias de Junho de 1975 morava em Carmona, a actual cidade do Uíge, e foi um dos milhares de cidadãos uíjanos que a tropa portuguesa recolheu nas ruas da cidade e refugiou no quartel, salvando-os da matança que foram os dramáticos combates que regaram a cidade de sangue e de mortes.
«Acolheram várias famílias no quartel, incluindo a minha, famílias que não se sentiam em segurança, após os conflitos iniciados na madrugada de 1 de Junho de 1975. Todas foram servidas pelas tropas, com as três refeições diárias! No nosso caso, estivemos lá 14 dias, mas, antes de nós, muitas famílias por lá passaram e já estavam em Luanda! Todas foram muito bem tratadas!», contou e repetiu Eugénio Silva, angolano de Camabatela, ao tempo morador em Carmona.
Não poderia haver mais emotiva chegada. Que se repetiria dias depois, no sábado de 28 de Setembro, quando fomos anfitrionados por Eugénio Silva.
A Luanda de ontem,
a Luanda de hoje!
a Luanda de hoje!
Luanda, a cosmopolita Luanda que conheci há 45 anos, tem a sua baía ainda mais bela, com a imensa restinga cheia de gente, jovens a bombalearem o corpo, passeando-os meios despidos nas areias e águas da praia e a viverem os prazeres de um domingo bem encalorado, olhando a baía e o mar; e homens de negócios, famílias inteiras, gente despida de qualquer preconceito, sem importar o estatuto social ou a cor de pele, ou a etnia, toda a gente nivelada em todos os sentidos.
Procuro, mas já não acho a mítica Portugália, a Paris Versailles, o Amazonas, nem os Florestas e o Pólo Norte - locais de culto da tropa colonial. Estão ocupadas com outros serviços, ou foram demolidos (o Pólo Norte), numa cidade em bulício permanente e que se agigantou para os lados de Viana (onde prosperam muitos empresários portugueses), para o Kilamba e Talatona - cidades satélites, modernas, onde se respira confiança e segurança. E para a Corimba, a Praia do Bispo, por aí fora, até quase à Barra do Quanza ou ao Cacuaco.
Resiste o Mutamba, são coloniais os edifícios dos Correios e da Polícia, o Porto de Luanda continua aberto ao mundo, o Estádio dos Coqueiros (onde treinavam os zambianos do Green Eagles, para a «champions» africana, com o 1º. de Agosto, passando os angolanos) e fui espreitar a Fortaleza - histórico palco das bravas lutas com os invasores holandeses e mandada construir por Paulo Dias de Novais, a primeira estrutura militar defensiva construída em Angola, nos idos anos de 1575.
ova Lisboa) viria a encontrar a de Norton de Matos - num jardim ao lado da praça principal, a que chamam Jardim da Cultura e debaixo dos olhos do Palácio do Governador Provincial.
Procuro, mas já não acho a mítica Portugália, a Paris Versailles, o Amazonas, nem os Florestas e o Pólo Norte - locais de culto da tropa colonial. Estão ocupadas com outros serviços, ou foram demolidos (o Pólo Norte), numa cidade em bulício permanente e que se agigantou para os lados de Viana (onde prosperam muitos empresários portugueses), para o Kilamba e Talatona - cidades satélites, modernas, onde se respira confiança e segurança. E para a Corimba, a Praia do Bispo, por aí fora, até quase à Barra do Quanza ou ao Cacuaco.
Resiste o Mutamba, são coloniais os edifícios dos Correios e da Polícia, o Porto de Luanda continua aberto ao mundo, o Estádio dos Coqueiros (onde treinavam os zambianos do Green Eagles, para a «champions» africana, com o 1º. de Agosto, passando os angolanos) e fui espreitar a Fortaleza - histórico palco das bravas lutas com os invasores holandeses e mandada construir por Paulo Dias de Novais, a primeira estrutura militar defensiva construída em Angola, nos idos anos de 1575.
ova Lisboa) viria a encontrar a de Norton de Matos - num jardim ao lado da praça principal, a que chamam Jardim da Cultura e debaixo dos olhos do Palácio do Governador Provincial.
anos em Santo Tirso !
O 1º. cabo Mário Novais de Carvalho Araújo, operador-cripto de especialidade e militar da 2ª. CCAV. 8423, festeja 70 anos a 23 de Setembro de 2021.
Cavaleiro do Norte do BCAV. 8423 e do comando do capitão miliciano José Manuel Cruz, em Aldeia Viçosa - e depois em Carmona, no BC 12 -, residia na avenida de S. Rosendo, em Santo Tirso, e lá voltou a 10 de Setembro de 1975, no final da sua comissão militar por terras do Uíge, no norte de Angola. Lá continua a viver, agora na Sampaio de Carvalho, e para lá e para ele vai o nosso abraço de parabéns!
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