O capitão Domigues e furriel Viegas, com os irmãos Albano e José Bernardino Resende, com a esposa Fátima e as filhas deste casal |
Sábado, dia 6 de Setembro de 1975.
Cavaleiros do Norte estão a dois dias da operação aérea de regresso a Portugal e, cada qual por seus meios, fazem despedidas de quem lhes é mais próximo, familiares, amigos e conterrâneos que vivem por Luanda bairros periféricos.
O blogger, à boleia do conterrâneo Albano Resende, percorre a cidade de Luanda de lés a lés, para abraços de despedida e conforto para os que por lá vão ficar, alguns com as famílias: os irmãos Resende (José Bernardino, esposa Fátima e filhas, Manuel Maria e Albano), Cândida (marido e filho), Zé Martinho (esposa Emília e filhos), Neca Reis (o Taipeiro, esposa e filha) Mário e Benedita (e filha Fernanda, genro e netos), Clemente (esposa e filha), João Lopes. De Nova Lisboa e Gabela, não chegavam notícias dos irmãos Cecília (marido Rafael filhos Idalina, Fátima, Saudade e Valter e mãe Isolina, minha madrinha de baptismo) e Mário Neves (esposa e 4 filhos), do Anacleto e família, e o chegar do dia da nossa partida apertava-nos a alma.
Percorremos o aeroporto, onde se concentravam milhares de civis à espera de boleia para Lisboa, nas não achámos ninguém dos «nossos». Prometeu o Albano que, nos dias seguintes continuaria a passar por lá e fomos à Emissora Oficial e Angola, para saber de algum recado das nossas mensagens para saber dessa gente. Nada soubemos, até ao dia da partida!
A missão que
ninguém queria
O novo Alto Comissário chegara na véspera a Luanda e a imprensa deu conta das suas intenções.
O blogger, à boleia do conterrâneo Albano Resende, percorre a cidade de Luanda de lés a lés, para abraços de despedida e conforto para os que por lá vão ficar, alguns com as famílias: os irmãos Resende (José Bernardino, esposa Fátima e filhas, Manuel Maria e Albano), Cândida (marido e filho), Zé Martinho (esposa Emília e filhos), Neca Reis (o Taipeiro, esposa e filha) Mário e Benedita (e filha Fernanda, genro e netos), Clemente (esposa e filha), João Lopes. De Nova Lisboa e Gabela, não chegavam notícias dos irmãos Cecília (marido Rafael filhos Idalina, Fátima, Saudade e Valter e mãe Isolina, minha madrinha de baptismo) e Mário Neves (esposa e 4 filhos), do Anacleto e família, e o chegar do dia da nossa partida apertava-nos a alma.
Percorremos o aeroporto, onde se concentravam milhares de civis à espera de boleia para Lisboa, nas não achámos ninguém dos «nossos». Prometeu o Albano que, nos dias seguintes continuaria a passar por lá e fomos à Emissora Oficial e Angola, para saber de algum recado das nossas mensagens para saber dessa gente. Nada soubemos, até ao dia da partida!
A missão que
ninguém queria
O novo Alto Comissário chegara na véspera a Luanda e a imprensa deu conta das suas intenções.
«A construção de um país não pode ser obra de uma dúzia de dirigentes mas sim de um povo», disse o almirante Leonel Cardoso, depois de se lamentar: «Parti de Lisboa sem o conforto da presença no aeroporto de qualquer responsável político ou militar, ou seus representantes, a levar-me uma palavra de despedia de simpatia e de encorajamento».
O novo Alto Comissário Português em Angola acrescentou que «não será este facto, talvez único de embarque de dezenas de pessoas a qual alguma vez coube a honra de governar Angola, que fará esmorecer a sede em que venho animado e me levou a aceitar a missão que ninguém queria».
Sul-africanos com
tropa do Calueque
A imprensa de há 46 anos dava conta, também, de que a África do Sul «admitiu ontem, pela primeira vez, que as suas tropas tinham entrado em Angola».
O Diário de Lisboa de 6 de Setembro de 1975, que citamos, acrescentava que tal afirmação estava «num texto enviado a Portugal e ontem divulgado em Pretória», na sequência de uma nota do Ministério dos Negócios Estrangeiros Português.
O documento referia que «as tropas sul-africanas foram enviadas para território angolano para protegerem a estação de tratamento de água do Calueque», junto à fronteira com a Namíbia, e sublinhava «a satisfação» do Governo da África do Sul por Portugal «chamar a si» a protecção daquele centro. As tropas sul-africanas continuavam lá, no entanto, referindo Pretória que «retirarão logo que seja possível».
O novo Alto Comissário Português em Angola acrescentou que «não será este facto, talvez único de embarque de dezenas de pessoas a qual alguma vez coube a honra de governar Angola, que fará esmorecer a sede em que venho animado e me levou a aceitar a missão que ninguém queria».
Tropas sul-africanos em Angola, em 1975 (foto da net) |
Sul-africanos com
tropa do Calueque
A imprensa de há 46 anos dava conta, também, de que a África do Sul «admitiu ontem, pela primeira vez, que as suas tropas tinham entrado em Angola».
O Diário de Lisboa de 6 de Setembro de 1975, que citamos, acrescentava que tal afirmação estava «num texto enviado a Portugal e ontem divulgado em Pretória», na sequência de uma nota do Ministério dos Negócios Estrangeiros Português.
O documento referia que «as tropas sul-africanas foram enviadas para território angolano para protegerem a estação de tratamento de água do Calueque», junto à fronteira com a Namíbia, e sublinhava «a satisfação» do Governo da África do Sul por Portugal «chamar a si» a protecção daquele centro. As tropas sul-africanas continuavam lá, no entanto, referindo Pretória que «retirarão logo que seja possível».
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