Comandante Bundula, capitães José Manuel Cruz e José Paulo Fernandes e alferes João Machado |
Comandante Bundula estava acompanhado pela esposa |
A FNLA realizou um comício em Aldeia Viçosa, a 2 de Fevereiro de 1975. Há 47 anos!
Era domingo e os militantes do movimento de Holden Roberto foram chegando à vila, nalguns casos em viaturas militares.
A FNLA já lá tinha aberto a sua Delegação, a 26 de Janeiro, e, agora, os seus quadros políticos procuravam sensibilizar os povos para a sua causa. A zona de acção do BCAV. 8423 era principalmente afecta à FNLA de Holden Roberto, com pequenas faixas do MPLA de Agostinho Neto e pouca ou nenhuma gente da UNITA de Jonas Malheiro Savimbi.
O movimento de Neto também quis organizar um comício nesse dia, para o qual, segundo o livro «História da Unidade», «não houve entendimento», o que provocou «incidentes entre MPLA e FNLA, todavia rapidamente sanados pelas NT». Na verdade, a intervenção portuguesa sanava quaisquer problemas.
Comandante Bundula
«comiciou» pela FNLA
O comandante Bundula foi a autoridade máxima da FNLA deste comício de Aldeia Viçosa e o alferes João Machado (da 2ª. CCAV. 8423) recorda deste dia, e para além dos incidentes verificados e resolvidos, as danças tribais executadas por jovens angolanas semi-nuas (à moda da dança...), o que atraiu muita gente.
«Dançavam e cantavam palavras de ordem, ao mesmo tempo fazendo coro com os militantes do movimento», recordou o alferes João Machado, lembrado também do refrão, que lhe ficou na memó-
ria: «Lá-lá-lá... / efe-ene-ele-á» (..) «efe-ene-ele-á... / Lá-lá-lá...». Por aí fora!
As jovens, muito ao jeito africano, saracoteavam o corpo e encenavam poses eróticas, que deslumbraram a assistência, particularmente a branca - e nomeadamente os Cavaleiros do Norte da 2ª. CAV. 8423, todos curiosos por ver o que era um comício (que nunca tinham visto) e, ao pormenor, espreitar os corpos cor de ébano que bailavam na sua frente e lhes inspiravam desejos.
Aquilo ia dando
para o... torto!
A guarnição portuguesa de Aldeia Viçosa era comandada pelo capitão miliciano José Manuel Cruz e, neste domingo de comício, teve apoio (à segurança) de pelo menos um grupo de combate da 1ª. CAV. 8423, a de Zalala - que ao tempo estava aquartelada em Vista Alegre e Ponte do Dange.
As escaramuças estiveram iminentes e o «zalaliano» furriel Manuel Moreira Pinto (de Operações Especiais, os Rangers) recorda que «aquilo ia dando para o torto», apesar de as NT rapidamente terem sanado os incidentes.
«Eles não se entendiam, só à pancada, e nós é que íamos comendo por tabela...», acrescentou o «Ranger» Pinto, recordando esse dia de há 43 anos.
Quem também se recorda deste comício é o furriel João Dias (TRMS de Zalala): «Eu estava lá e recordo-o perfeitamente. Tinha ido de Vista Alegre a co-
mandar duas viaturas militares que transportaram simpatizantes da FNLA para o comício», disse o agora inspector aposentado da PJ, a residir em Tomar.
O comício de há 43 anos foi «sem significado para a história do BCAV.», mas dele hoje, aqui e de novo, se faz memória para que a memória não morra sobre a jornada africana dos Cavaleiros do Norte em Angola e em terras do Uíge.
Silvério e Lourenço,
1ºs. cabos de 70 anos!
Os 1ºs. cabos Cardoso, da CCS, e Lourenço, da 1ª. CCAV. 8423, estão em festa no dia 3 de Fevereiro de 2018. Chegam aos bonitos 70 anos de idade!
Silvério Teixeira Cardoso foi Cavaleiro do Norte sapador e jornadeou pelo Quitexe e Carmona. Regressou a Portugal no dia 8 de Setembro de 1975, ao lugar de Feira da Lomba, da freguesia de Carva, no concelho de Ribeira de Pena. Actualmente, mora em Alfornelos, na Amadora.
Ângelo Pereira Lourenço foi operador-cripto da companhia de Zalala e Vista Alegre/Ponte do Dange e regressou a Portugal no dia 9 de Se-
tembro de 1975, à Rua de Nampula, em Odivelas. Ainda mora em Odivelas e, já aposentado, fez vida como profissional do Sindicato dos Taxistas, em Lisboa.
Era domingo e os militantes do movimento de Holden Roberto foram chegando à vila, nalguns casos em viaturas militares.
A FNLA já lá tinha aberto a sua Delegação, a 26 de Janeiro, e, agora, os seus quadros políticos procuravam sensibilizar os povos para a sua causa. A zona de acção do BCAV. 8423 era principalmente afecta à FNLA de Holden Roberto, com pequenas faixas do MPLA de Agostinho Neto e pouca ou nenhuma gente da UNITA de Jonas Malheiro Savimbi.
O movimento de Neto também quis organizar um comício nesse dia, para o qual, segundo o livro «História da Unidade», «não houve entendimento», o que provocou «incidentes entre MPLA e FNLA, todavia rapidamente sanados pelas NT». Na verdade, a intervenção portuguesa sanava quaisquer problemas.
Os furriéis Pinto e Aldeagas, à direita, ladeando o alferes Pedro Rosa |
Comandante Bundula
«comiciou» pela FNLA
O comandante Bundula foi a autoridade máxima da FNLA deste comício de Aldeia Viçosa e o alferes João Machado (da 2ª. CCAV. 8423) recorda deste dia, e para além dos incidentes verificados e resolvidos, as danças tribais executadas por jovens angolanas semi-nuas (à moda da dança...), o que atraiu muita gente.
«Dançavam e cantavam palavras de ordem, ao mesmo tempo fazendo coro com os militantes do movimento», recordou o alferes João Machado, lembrado também do refrão, que lhe ficou na memó-
ria: «Lá-lá-lá... / efe-ene-ele-á» (..) «efe-ene-ele-á... / Lá-lá-lá...». Por aí fora!
As jovens, muito ao jeito africano, saracoteavam o corpo e encenavam poses eróticas, que deslumbraram a assistência, particularmente a branca - e nomeadamente os Cavaleiros do Norte da 2ª. CAV. 8423, todos curiosos por ver o que era um comício (que nunca tinham visto) e, ao pormenor, espreitar os corpos cor de ébano que bailavam na sua frente e lhes inspiravam desejos.
O furriel João Dias, da 1ª. CCAV. 8423, comandou duas viaturas militares que levaram populares de Vista Alegre ao comício de Aldeia Viçosa |
Aquilo ia dando
para o... torto!
A guarnição portuguesa de Aldeia Viçosa era comandada pelo capitão miliciano José Manuel Cruz e, neste domingo de comício, teve apoio (à segurança) de pelo menos um grupo de combate da 1ª. CAV. 8423, a de Zalala - que ao tempo estava aquartelada em Vista Alegre e Ponte do Dange.
As escaramuças estiveram iminentes e o «zalaliano» furriel Manuel Moreira Pinto (de Operações Especiais, os Rangers) recorda que «aquilo ia dando para o torto», apesar de as NT rapidamente terem sanado os incidentes.
«Eles não se entendiam, só à pancada, e nós é que íamos comendo por tabela...», acrescentou o «Ranger» Pinto, recordando esse dia de há 43 anos.
Quem também se recorda deste comício é o furriel João Dias (TRMS de Zalala): «Eu estava lá e recordo-o perfeitamente. Tinha ido de Vista Alegre a co-
mandar duas viaturas militares que transportaram simpatizantes da FNLA para o comício», disse o agora inspector aposentado da PJ, a residir em Tomar.
O comício de há 43 anos foi «sem significado para a história do BCAV.», mas dele hoje, aqui e de novo, se faz memória para que a memória não morra sobre a jornada africana dos Cavaleiros do Norte em Angola e em terras do Uíge.
Ângelo Lourenço, 1º. cabo cripto de Zalala |
Silvério e Lourenço,
1ºs. cabos de 70 anos!
Os 1ºs. cabos Cardoso, da CCS, e Lourenço, da 1ª. CCAV. 8423, estão em festa no dia 3 de Fevereiro de 2018. Chegam aos bonitos 70 anos de idade!
Silvério Teixeira Cardoso foi Cavaleiro do Norte sapador e jornadeou pelo Quitexe e Carmona. Regressou a Portugal no dia 8 de Setembro de 1975, ao lugar de Feira da Lomba, da freguesia de Carva, no concelho de Ribeira de Pena. Actualmente, mora em Alfornelos, na Amadora.
Ângelo Pereira Lourenço foi operador-cripto da companhia de Zalala e Vista Alegre/Ponte do Dange e regressou a Portugal no dia 9 de Se-
tembro de 1975, à Rua de Nampula, em Odivelas. Ainda mora em Odivelas e, já aposentado, fez vida como profissional do Sindicato dos Taxistas, em Lisboa.
Parabéns para ambos!
Mendes, 1º. cabo da CCS,
faria 70 anos. Faleceu em 2010!
O 1º. cabo Carlos Alberto de Jesus Mendes, da CCS do BCAV. 8423, faria 70 anos a 3 de Fevereiro de 2022. Faleceu 21 de Abril de 2010. Há 12 anos!
O Mendes era bate-chapas de especialidade militar e morava na Rua Maria Pia, em Lisboa. Lá regressou a 8 de Setembro de 1975, no final da sua (e nossa) jornada angolana do Uíge. O que sabemos dele é muito pouco: apenas que morava na Presidente Arriaga, na capital e que terá sido sepultado no cemitério dos Prazeres. Hoje o recordamos com saudade. RIP!!!
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