CAVALEIROS DO NORTE!! Batalhão de Cavalaria 8423, última guarnição militar portuguesa nas terras uíjanas de Quitexe, Zalala, Aldeia Viçosa, Santa Isabel, Vista Alegre, Ponte do Dange, Songo e Carmona! Em Angola, anos de 1974 e 1975!

terça-feira, 19 de julho de 2022

5 868 - Acabou a prevenção simples no Uíge, mas com «as preocupações vindas do antecedente...»!


O BC12, em Carmona, e o bloco residencial onde se fixaram os furriéis da CCS dos Cavaleiros do Norte, nos últimos dias de Carmona


Furriéis da CCS e da 3ª. CCAV. 8423: Bento (atrás), Viegas,
Carvalho, Flora, Capitão e Rocha (de pé), Ribeiro, Reino e
Grenha Lopes, com o soldado Lages, do bar

Há 47 anos e pelas bandas da uíjana cidade de Carmona, aos dias 18 de Julho de 1975 e como ontem aqui lembrámos, terminou o período de prevenção simples que, desde 12 anterior, se viveu no BC12 e na guarnição dos Cavaleiros do Norte do BCAV 8423.
As razões tinham a ver com «as preocupações vividas do antecedente» e que, como bem sublinha o livro «História da Unidade, «continuaram a ser factores dominantes em Carmona, onde diariamente se verificaram factos que contrariavam a chamada neutralidade activa» e que «retiravam toda e qualquer espécie de neutralidade às NT».
Pior, um bocadinho, se assim se pode dizer: «Davam ainda ocasião a que se fosse permanente alvo da crítica das populações brancas, as quais se sentem marginalizadas e sem receberam quaisquer apoios ou segurança daqueles que ainda são, como afirmam, os lídimos representantes da autoridade portuguesa»
Foi nesse quadro que se pôs o «fica não fica» do batalhão e a tensão entre as comunidades civil e militar - sem esta, alguma vez, recuar no seu estatuto de garante da segurança pública. Era seu dever e foi seu sacerdócio.
Não era fácil, por tudo isso, o papel das NT, bem pelo contrário, permanentemente acusadas por todos - população civil branca e movimentos (nomeadamente o implantada FNLA) - de estarem ao serviço da outra parte.
Foi por estes dias que furriéis e sargentos da CCS abandonaram a messe do Bairro Montanha Pinto e se instalaram no bloco habitacional que se vê na foto (assinalado a amarelo), que ficava imediatamente antes do BC12 (a vermelho), à saída de Carmona, na estrada para o Songo.
!

Fazenda Santa Isabel, no dia da chegada da 3ª. CCAV.
8423 - a 11 de Junho de 1974. Há mais de 48 anos!
Botelho de Santa Isabel faria
70 mas morreu há 29 anos !

O Botelho foi Cavaleiro do Norte da 3ª. CCAV. 8423, a da Fazenda Santa Isabel, e faria 70 anos a 19 de Julho de 2022. Hoje meso. Porém, faleceu a 1 de Agosto de 1993.
Ricardo da Conceição Botelho, de seu nome completo e soldado especialista de transmissões da Companhia comandada pelo capitão miliciano José Paulo Fernandes, também passou pela vila do Quitexe e pela cidade Carmona e regressou a Portugal no dia 11 de Setembro de 1975. 
Regressou ao lugar de Afonseiro, na freguesia de Azinheira do Barros, no concelho do Montijo, onde já residia e onde se fixou. Faleceu há quase 29 anos, não sabemos o motivo, mas hoje, quando atingiria os 70 anos, o recordamos com saudade. RIP!!
Notícia do Diário de Lisboa de 18/07/1975 
sobre a visita de Daniel Chipenda a Carmona


Holden Roberto no Zaire,
não estava em Angola...

A FNLA, a 18 de Julho de 1975, divulgou um comunicado a «negar a presença do presidente Holden Roberto no interior de Angola».
«Todos os que quiserem reencontrar o dirigente da FNLA podem fazê-lo na sede do partido, em Kinshasa», frisava o comunicado, sublinhando também que «a FNLA rejeitará qualquer tentativa de apaziguamento da tensão em Luanda, pela intervenção de forças internacionais de manutenção da paz» e opor-se-á a «qualquer tentativa de intervenção de Portugal».
Curiosamente, mas em data que a memória já não consegue precisar, correu por Carmona o boato de que Holden Roberto estava na cidade. Nesta altura, ou noutra? 
Alguns Cavaleiros do Norte do BCAV. 8423 garantiam tê-lo visto. Alguns asseguravam mesmo, na altura, tê-lo visto a jantar no «Escape», restaurante muito reputado da cidade, na afamada e movimentada Rua do Comércio, e então ainda de funcionamento recente. Restaurante encerrado e degradado, ao que se via do exterior, quando por lá passámos a 24 e 25 de Setembro de 2019. Passados 44 anos da nossa jornada africana do Uíge angolano!

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