Os dias 17 a 23 de Novembro
na história dos Cavaleiros do Norte
do BCAV. 8423! |
Os furriéis milicianos Neto, Viegas e Monteiro na avenida do Quitexe e em 1974. Há 50 anos! |
DIA 17
A mobilização de 3
furriéis «Rangers»
Cavaleiros do Norte!
A mobilização de três (futuros) furriéis milicianos Rangers da CCS dos Cavaleiros do Norte foi há precisamente 51 anos: dia 17 de Novembro de 1973: o Monteiro, o Viegas e o Neto.
Ao tempo, estavam colocados no quartel-sede do Centro de Instrução de Operações Especiais (CIOE) de Lamego - já como monitores de instrução e depois do curso «Ranger» concluído a 29 de Setembro e, já agora, iniciado no Destacamento de Penude no dia 16 de Julho anterior.
A nota mobilizadora tinha o número 47 000 - Processo 33 007, da RSP/DSP/ME e foi, depois, reproduzida na Ordem de Serviço nº. 286, do CIOE, a 7 de Dezembro do mesmo ano. Foi quando dela soubemos, precisamente em Lamego, mas já na sede do CIOE, na cidade.
Um ano depois e já na jornada africana do Uíge, estávamos no Quitexe - onde foi tirada a foto de cima. Por esse tempo, soube-se que a 15 e 16 desse Novembro de há 50 anos, a aviação portuguesa atacou no Enclave de Cabinda, para, segundo o «Diário de Lisboa» do dia 18, «reprimir um motim no norte, perto da fronteira com o Congo» - chegando a violar o espaço aéreo deste país. Tratava-se da tentativa de libertação dos 22 militares detidos no forte, por antigos Tropas Especiais (TE) afectos à FLEC. Os TE «retiraram para território congolês», onde as autoridades locais «tomaram conta dos reféns portugueses e prenderam um mercenário francês».
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O comandante Almeida e Brito e o capitão José Paulo Falcão (em 1995) |
DIA 18
O BCAV. 8423 na reunião
do Comando de Sector do
Uíge - o CSU!
O capitão José Paulo Falcão era o oficial de operações e, há 50 anos e enquanto comandante em exercício do BCAV. 8423, deslocou-se a Carmona para reunião de «contactos operacionais» no Comando de Sector do Uíge (CSU).
José Paulo de Montenegro Mendonça Falcão faleceu a 4 de Dezembro de 2019, de doença prolongada e em Coimbra.
Há 50 anos, o comandante Carlos Almeida e Brito estava de férias em Portugal, tendo regressado ao Quitexe nas vésperas do Natal de 1974.
Os tempos angolanos desse tempo não eram os mais pacíficos e a imprensa local dava conta de que «os novos incidentes agravam a impressão de insegurança que reina entre a população branca da capital» - a cidade de Luanda.
Isso era um facto e tal testemunhavam, real e sentidamente, alguns amigos (civis) que lá moravam. Uma família amiga (os Resendes), por exemplo, mudou-se de um bairro da Estrada de Catete para a esperada segurança de um prédio localizado perto da praça de touros, na baixa de Luanda.
A tropa sentia-se presa entre dois fogos: acusada pela, população branca de «não assegurar proteção adequada» - o que não era verdade e muitos perigos nos criou - e pela negra, que se insurgia contra o que consideravam «uma repressão excessiva sobre as desordens». |
Eugénio Carmo 1º. cabo (A. Viçosa)
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DIA 19
Carmo de Aldeia Viçosa
faz 72 anos na Covilhã !
O 1º. cabo Eugénio Gonçalves do Carmo foi Cavaleiro do Norte da 2ª. CCAV. 8423 e festeja 72 anos a 19 de Novembro de 2024. Atirador de Cavalaria de especialidade militar e combatente da sub-unidade comandada pelo capitão miliciano José Manuel Cruz, a de Aldeia Viçosa, regressou a Portugal no dia 10 de Setembro de 1975, depois da sua jornada africana por terras uíjanas do norte de Angola.
Jornada que, para além de Aldeia Viçosa, ainda o levou por Carmona - a actual cidade do Uíge. Antes de, a 4 de Agosto de 1975, rodar para o Campo Militar do Grafanil e, daqui, para Lisboa e a Covilhã.
Actualmente e já aposentado, mora no lugar de Peneiro, da freguesia de Sobral de S. Miguel, na Covilhã, e para lá, e para ele, vai o nosso abraço de parabéns!
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Combatentes da CCAÇ. 4145/72: António Dias, furriéis Freitas e Cerqueira, capitão Raul Corte Real, 1º. sargento Sobreiro e furriel Ramos |
DIA 20
O adeus a Vista Alegre
da CCAÇ. 4245/72, do
capitão Corte Real !
A CCAÇ. 4145/72, a do capitão miliciano Raúl Corte Real, começou a sair de Vista Alegre a 20 de Novembro de 1974. Lá tinha chegado a 1 de Abril de 1973, depois de uns dias de «estágio» no Campo Militar do Grafanil - nos últimos dias de Março de 1973.
O mesmo dia 20 de Novembro de 1974 foi tempo de lá se apresentarem os «caçadores» da 4145/74, que, afinal, nem o lugar aqueceram em Vista Alegre (e muito menos no Destacamento da Ponte do Dange), tendo logo voltado a Luanda - onde, provavelmente, terão integrado as Forças Militares Mistas. Nada sobre isso sabemos.
A 4145/74 era, recordemos, comandada pelo capitão Gabriel Gomes, oficial que tinha estado «implicado» no Golpe das Caldas (da Raínha), em 16 de Março de 1974.
A CCAÇ. 4145/72, a única da intervenção da zona, já agora e recordando esses tempos de há 50 anos, era comandada pelo capitão Raul Alberto Sousa Corte Real e tinha sido formada no Regimento de Infantaria nº. 1 (RI 1), na cidade da Amadora.
Era uma das subunidades do BCAV. 8423 e regressou a Portugal em Dezembro de 1974. |
Furriel C. Viegas |
DIA 21
Viegas foi furriel do
PELREC e faz 72 anos
em Águeda !
O furriel miliciano Viegas foi combatente do PELREC da CCS do BCAV. 8423 e festeja 72 anos a 21 de Novembro de 2024.
Cavaleiro do Norte do Quitexe e especialista de Operações Especiais (Rangers), concluiu o curso no Centro de Instrução de Operacionais (CIOE), em Lamego, e lá ficou como instrutor - tal qual o Monteiro e o Neto.
Mobilizado para Angola, o trio apresentou-se no RC4, em Santa Margarida e a 24 de Dezembro de 1973, véspera da Natal, de lá «arrancando» ao fim da tarde para os seus natais de família.
Jornadeou o trio pelo Quitexe e por Carmona, no BC12, e regressaram a Portugal a 8 de Setembro de 1975, no final da sua jornada africana por terras do Uíge angolano. O Viegas fixou-se em Óis da Ribeira, a sua terra natal do concelho de Águeda, e trabalhou nas áreas administrativa, jornalística e bancária. Já aposentado, mora na mesma localidade e hoje fica ele com os parabéns em casa. É (sou) o editor deste blogue!Almeida e Brito.
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Combatentes de Zalala: Fernando Coelho, Rogério Raposo, José Aires e 1º. cabo Carlos Ferreira |
Camião atascado
no adeus a Zalala!
A 21 de Novembro de 1974, uma quinta-feira da há 50 anos, «começou a processar-se» a rotação da 1ª. CCAV. 8423, que era comandada pelo capitão miliciano Castro Dias.
O dia foi-nos recordado pelo 1º. cabo Carlos Alberto Ferreira (agora em Moçambique), que lá foi mecânico de armamento ligeiro e guarda do depósito de armamento:
«O primeiro camião civil a sair, antes da Companhia, foi com toda a minha tralha, armamento, munições, ferramentas, panelas, etc., numa noite de tem-pestade. Penso que apenas eu ia armado, o motorista era civil e um soldado africano ia à boleia para Luanda, de férias, e que desertou com arma e tudo».
«Ainda não tínhamos saído da fazenda e o camião enterrou-se, devido à chuva intensa. Pedimos ajuda via rádio, veio o furriel Dias, sempre ele, com macacos e pás, apenas o via a ele, no meio da lama e da escuridão, tendo após mais ou menos 2 horas desatolado o carro», recordou-nos Carlos Ferreira, acrescentando que «cheguei cerca das 3 horas da madrugada a Vista Alegre, sem saber onde descarregar o material».
Mais acidente menos incidente, estava em marcha o adeus definitivo das Forças Armadas Portuguesas à mítica Fazenda Zalala! «Ocupada» desde 1961!
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Os condutores Delfim Serra, da CCS, e Henrique Ramos, da 3ª. CCAV. 8423 |
DIA 22
Ramos, condutor de Santa
Isabel, faz 72 anos em
S. Pedro da Cova !
O soldado Henrique Ferreira Ramos foi condutor-auto da 3ª. CCAV. 8423 e festeja 72 anos a 22 de Novembro de 2022.
Amanhã e em S. Pedro da Cova.
Combatente da Fazenda Santa Isabel, também passou pela vila do Quitexe e pela cidade de Carmona (actual Uíge) e regressou a Portugal no dia 11 de Setembro de 1975, à sua casa dos Silveirinhos, em S. Pedro da Cova, concelho de Gondomar.
Por lá, principalmente por lá, fez a sua vida familiar e profissional - boa parte dela também dedicando-se à arbitragem do futebol, enquanto filiado na Associação de Futebol do Porto. Também esteve algum tempo emigrado na Bélgica e descansa agora de uma vida inteira de trabalho. Ocupando a sua reforma também com regulares noites de fado, cantando, entre outros espaços, todas as semanas no restaurante «Sabores à Guitarra», em Santo Ildefonso,na ciade do Porto.
Para S. Pedro da Cova, e para ele, vai o nosso abraço de parabéns!
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José L. Esteves |
Esteves, 1º. cabo da CCS, festeja 72 anos em Viseu !
O 1º. cabo José Lopes Esteves foi escriturário da secretaria do Comando do BCAV. 8423, na uíjana vila do Quitexe, e está hoje em festa: nasceu há 72 anos!
Cavaleiro do Norte da CCS, também passou pelo BC12, em Carmona, e regressou a Portugal e a Viseu (a sua terra natal) no dia 8 de Setembro de 1975 - no final da sua (e nossa) jornada africana do nortenho Uíge angolano.
Ja em Portugal e pelas terras beiraltinas do interior-centro do país, fez carreira profissional na área comercial do sector automóvel e já está aposentado.
O seu aniversário natalício tem uma curiosidade muito particular: nasceu a 22 de Novembro, é verdade, mas apenas foi registado seis dias depois - a 28 de Novembro de 1952. É, assim e por isso, um absoluto privilegiado: faz anos duas vezes por ano.
Parabéns para ele e um grande abraço!
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O 1ºs. cabos José Maria Almeida (cozinheiro da CCS) e Celestino Pagaimo e soldado Valdemar (os 2 dos morteiros). Ao meio, 1ºs. cabos Luciano B. Gomes e Joaquim Beda. Em baixo, 1ºs. cabos Ezequiel Silvestre e V. Vieira (Sacristão) |
DIA 23MPLA disponível para
um integrar um Governo de Transição!Aos 23 dias de Novembro de 1974, um sábado de há 50 anos, soube-se, pela imprensa de Luanda e no Quitexe, que o MPLA do presidente Agostinho Neto considerava «ter chegado o momento de declarar, solenemente, que está aberto a todos as funções que possam contribuir para a resolução dos principais problemas que afectam a vida nacional».
Por outras palavras, o MPLA admitia fazer parte de um Governo de Transição de Angola.
O anúncio foi feito por Lúcio Lara, o chefe da delegação em Luanda do movimento de Agostinho Neto, em conferência de imprensa.
«Isto quer dizer que o MPLA está pronto a participar num Governo deste ou daquele tipo, depois de trocar as necessárias impressões com os outros movimentos de libertação, para que seja possível eencontrarem-se, em conjunto, as fórmulas que se impõem para a continuidade política, económica e social de Angola», disse Lúcio Lara.ntrarem-se, em conjunto, as fórmulas que se impõem para a continuidade política, económica e social de Angola», disse Lúcio Lara.