CAVALEIROS DO NORTE!! Batalhão de Cavalaria 8423, última guarnição militar portuguesa nas terras uíjanas de Quitexe, Zalala, Aldeia Viçosa, Santa Isabel, Vista Alegre, Ponte do Dange, Songo e Carmona! Em Angola, anos de 1974 e 1975!

terça-feira, 31 de março de 2020

5 012 - O primeiro dia de férias militares na Luanda de há 45 anos!

A baía de Luanda vista da restinga, a ilha de praias, restaurantes e bares que tantos sonhos alimentaram
 aos Cavaleiros do Norte do BCAV. 8423 a toda a tropa portuguesa. Aqui, no dia 13 de Outubro de
2019, nas vésperas do regresso das férias de saudade e memória do furriel Viegas
Férias de há 45 anos. O furriel Viegas (segundo, à direita)
com o capitão  Domingues (da ZMN e familiar de Fátima)
 e a família Resende: Fátima e José Bernardino (com duas 
filhas) e Albano (ao centro)


Segunda-feira, 31 de Março de 1975! Saímos do Katekero (eu e o Cruz) para o mata-bicho na Portugália, ainda não eram 8 horas da manhã e fazia um calor intenso, quase sufocante. 
A leitura da imprensa do dia ocupou-nos o tempo de matabichar e fazer horas de espera para a chegada do conterrâneo Albano Resende (às 10). Depois, caminhámos pela marginal, embrulhados no bulício de uma baixa que estava longe dos incidentes entre os movimentos - que eram lá para a alta
O edifício onde era a mítica Portugália, na baixa de
Luanda e local de culto da tropa portuguesa, aqui em
imagem de 22 de Setembro de 2019
e para os bairros suburbanos. 
Passámos frente aos Correios e ocorreu-me a loucura de telefonar a minha mãe, que por aqui (onde agora escrevo, em Óis da Ribeira, município de Águeda) fazia o luto da morte de meu pai (um ano e pouco antes) e da minha jornada africana de Angola, na guerra colonial. 
Era dia de visita pascal na aldeia! Um segunda-feira, como era tradicional. O não acontece, nos tempos modernos.
Telefonar para a Europa, ao tempo, não era vulgar e muito menos fácil - era quase um atrevimento. Não era como agora, na era dos telemóveis, em que ligamos na hora e na hora falamos. Tínhamos de pedir a ligação à operadora de serviço e aguardar que tal acontecesse. O que poderia levar horas. No caso concreto, a «loucura» não foi bem sucedida, pois a chamada não apanhou a mãe em casa. Tinha ido beijar a cruz a casa de familiares. 
A vizinha Celeste Tavares, era dela o telefone, aproveitou para  pedi notícias de uma irmã radicada em Luanda e de quem fazia tempo não ter notícias - a Benedita (que faleceu em 2016). Naquele tempo, existiam 7 telefones na minha aldeia - público, um deles!
Luanda e o Pólo Norte (à esquerda), «templo»
dos bons gelados e de boas e namoradeiras conversas,
lá pelos anos 70 do século XX!

A possibilidade 
de novos incidentes

O diário «Liberdade e Terra», jornal afecto à FNLA, noticiava a visita do ministro Almeida Santos a Kinshasa, onde reuniu com Holden Roberto (presidente da mesma FNLA) e, depois, com Mobutu Sese Seko (presidente do Zaire). 
A situação político-militar evoluía: «Nas últimas 48 horas, houve violação do acordo entre os três movimentos de libertação e o Governo português, mas estas ocorrências não prejudicam o regresso à normalidade, ou à quase normalidade, embora se pressinta um estado latente de tensão», reportava José António Salvador, o enviado especial do Diário de Lisboa, que citamos.
Almeida Santos, entretanto chegado a Lisboa, ido de Kinshasa, comentava «a possibilidade de novos incidentes» e de estes «degenerarem numa guerra civil» angolana. Admitiu a possibilidade mas manifestou a convicção de «não esperar tal probabilidade» e, por outro lado, «a certeza da neutralidade portuguesa».
«Mas nem sempre a neutralidade é possível, mesmo quando a desejamos», disse Almeida Santos, sublinhando, da actualidade angolana, uma nota positiva: «O modo como, pela primeira vez, a ordem de recolher obrigatório foi prontamente acatada», revelando, assim, «uma escalada de civismo altamente positiva».
O restaurante Floresta, na baixa de Luanda e bem perto
da Sé e Coqueiros. Aqui almoçámos (eu, o Cruz e o civil
e amigo Albano Resende) a 31 de Março de 1975. Hoje

 se fazem 45 anos! Foto dos anos 70 (da net)

Almoço e cerveja
no Floresta !

O almoço do dia, com o furriel António Cruz e o Albano Resende, civil meu conterrâneo e vizinho, foi no restaurante Floresta, bem perto da Sé de Luanda e do Estádio dos Coqueiros,  numa rua que reencontrei em Outubro de 2019 (fechado). 
A refeição foi bem comida e melhor regada de fartos «canhangulos» - como por lá se chamava às canecas de cerveja, cada qual pr´aí com um litro da dita. Boas férias, bem começadas pela luandina capital de Angola! 
O final da tarde e a noite iam ter o saudoso Alberto Ferreira com «anfitrião». Antigo companheiro de escola, na Escola Industrial e Comercial de Águeda, por Luanda jornadeava ele, com cabo especialista da Força Aérea. 

segunda-feira, 30 de março de 2020

5 011 - Patrulhamentos mistos, há 45 anos, de Aldeia Viçosa a Úcua!

Aldeia Viçosa, a 24 de Setembro de 2019, por altura da passagem do furriel Viegas. O quartel dos
 Cavaleiros do Norte da 2ª. CCAV. 8423 vista da Estrada do Café e com bombas de gasolina à direita
A viagem do furriel Viegas, com o Nogueira do Liberato,
 pela Estrada do Café e a caminho de Vista Alegre, Aldeia
Viçosa, Quitexe e Carmona, actual cidade do Uíge. Aqui,
 junto da placa que indica Úcua e Uíge


Os Cavaleiros do Norte da 2ª. CCAV. 8423 continuavam em Aldeia Viçosa e, a 31 de Março de 1975, um dos seus grupos de combate integrou os patrulhamentos mistos feitos a Úcua, envolvendo forças do ECAV. 401 e dos movimentos.
Ao tempo, o contactos das NT com os movimentos eram diários, para além das reuniões dos Estados Maiores, às
Combatentes do ECAV. 401, que há 45 anos,
 fizeram  patrulhamentos a Úcua, com a 2ª.
CCAV. 8423. À direita, o furriel miliciano Sá
quartas-feiras. O livro «História da Unidade» reporta «uma boa aceitação das medidas militares tomadas» - os patrulhamentos eram uma delas - e que «tal tem sido a origem do clima de paz que se vive no distrito».
O modelo de acção desta equipa trabalho, de resto e segundo o registo do comandante Almeida e Brito, constituiu-se «um exemplo para terceiros, pelo que está a ser mesmo itinerante» e, acrescente-se, com «resultados a vários níveis, nomeadamente em Salazar e Quibaxe, para além de Úcua».
Isto e outras memórias me ocorreram quando, a 24 e 25 de Setembro de 2019, galguei a Estrada do Café, de Luanda a Carmona, fazendo ressurreição emocional da épica jornada africana do Uíge angolano.
A esposa e o filho
de José Louro (1974)
O 1º. cabo José
Adriano N. Louro

O dia de Louro, que
passou a ser pai !

O dia foi de festa do 1º. cabo José Adriano Nunes Louro, sapador da CCS dos Cavaleiros do Norte do BCAV. 8423: nasceu o seu filho Sérgio.
Casado, o Louro por cá deixara a esposa em estado de graças pré-maternais, de tal modo que, neste dia de há 46 anos e foi ai neste dia de há 46 anos. 
O Louro regressou a Portugal a 8 de Setembro de 1975, ao Casal do Pinheiro, freguesia de Casais, em Tomar. Foi lá que, a 23 de Julho de 2008, se suicidou, depois de saber que padecia de doença igual à de sua mulher, que falecera pouco tempo antes. Explicou atrágica decisão, em carta deixada à família e que nos foi contada pelo filho: «Para não sofrer, nem fazer sofrer a família»! RIP!!!
Fazenda Santa Isabel

Coelho e Cristiano de Santa Isabel,
68 anos em Tábua e Lisboa!

O 1º. cabo condutor Luís Martins Coelho e o soldado atirador Cristiano Manuel Jorge Fernandes, ambos da 3ª. CCAV. 8423, festejam 60 anos a 31 de Março de 2020.
Regressaram a Portugal no dia 11 de Setembro de 1975, o Coelho ao Outeiro da Castanheira, freguesia de Mouronho, em Tábua; o Cristiano a Lisboa (Calçada da Graça). 
Supomos que ainda lá viverão e para eles vai o nosso abraço de parabéns.
António Calçada e Maria
Conceição, 32 anos d´amor!
Calçada em 1974

Calçada da CCS, 32
anos de casamento !

O Calçada, soldado sapador da CCS do BCAV. 8423, subiu ao altar no dia 31 de Março de há 32 anos,  com juras de paixão a Conceição Gonçalves - ainda hoje seu amor de sempre!
O casal é poveiro e, diz ela, enlevadíssima e mimosa de carinhos, continua de mão dada, embora «com altos e baixos» na vida.
«Vamos vivendo!!!...», acrescenta Conceição que, com Caçlada, tem sido par animado e bem disposto dos encontros da CCS. Parabéns!

domingo, 29 de março de 2020

5 010 - As vésperas de férias angolanas e mais calma na capital Luanda!


Cavaleiros do Norte no Quitexe: o 1º. sargento Marchã (de pé e do lado direito) e os furriéis milicianos
Fernando Pires (dos Morteiros, atrás, à esquerda), Luís Costa (Morteiros), Graciano Silva, António Fer- 
nandes, José Carvalho e Nelson Rocha (fila de trás), João Cardoso, Grenha Lopes, António Flora (ta-
(pado  pelas mãos do Fernandes) e Viegas (2ª. fila), J. Abrantes (de cachimbo),  Armindo Reino (?,
tapado ela mão do Bento) e Bento (à frente do Viegas). À frente, Rabiço e Delmiro Ribeiro 


Os furriéis Cruz e Viegas na placa ajardinada central
da avenida do Quitexe, em 1974
Cruz e Viegas em 2017

Sábado de Aleluia de 1975, dia 29 de Março de 1975!!! 
Era tempo de Páscoa, mas as notícias das vésperas andavam grávidas de matanças pelos lados de Luanda. Era para lá que, na segunda-feira seguinte, os furriéis Cruz e Viegas têm viagem de férias programada, mas nem por um momento pensaram adiá-la. Foi mesmo antecipada para Domingo de Páscoa, valha a verdade. E lá fomos!
A jantarada de «despedida» foi no Escape, o restaurante de uma das esquinas da bem  movimentada Rua do Comércio - a dois passos da praça da ZMN, Câmara, Correios e Tribunal da cidade - e, ao tempo, a grande «coqueluche» gastronómica carmoniana, que, na nossa visita de 24 e 25 de Setembro de 2019, achámos encerrado. 
«S´aquela m... der para o torto, logo se vê...», comentou-se no grupo de comensais. Mas a convicção era a de que nada nos atemorizando, nada nos impediria das férias tão laboriosamente preparadas e que incluíam uma viagem para o centro/sul de Angola, por terras do Huambo (Nova Lisboa e Silva Porto) e as litorais Lobito e Benguela.
Diário de Lisboa de 29 de Março de 1975:
«A ordem regressa a Luanda», titulava
a 1ª. página
 de há 45 anos!

Notícias de Luanda
muito animadoras !

As notícias do dia, chegadas de Luanda, na verdade, até eram animadoras. 
O protocolo de cessar-fogo assinado na véspera estava a resultar e MPLA e FNLA libertaram os prisioneiros, embora não se soubesse se todos. O ambiente de tensão na cidade descomprimia-se, o que era bom, apesar de se manter o recolher obrigatório das 21 horas. As sedes do MPLA e da FNLA estavam fortemente guardadas, não fosse o diabo tecê-las. A do MPLA, na Vila. Alice, por exemplo, tinha à sua volta «um rigoroso dispositivo de segurança».
A UNITA, de seu lado, assumia uma atitude de (aparente) neutralidade, face aos acontecimento que, de armas na mão, vinham opondo MPLA e FNLA e rejeitando qualquer ligação a esta última (a de presidência de Holden Roberto). Jonas Savimbi, em Dar-es-Salan, rejeitou a ideia de uma guerra civil e embora se aproveitasse das divergências entre os dois movimentos (concorrentes), a verdade é que os exortou a «evitarem por todos os meios a luta fratricida».
Jonas Savimbi anunciou mesmo, a esse tempo de há 41 anos e citamos o Diário de Lisboa de 29 de Março de 1975, «um encontro entre os três presidentes, para tratar de assuntos políticos e nomeadamente das eleições». E. sobre estas, defendeu «um Governo de Coligação, em moldes idênticos aos actual, mesmo depois das eleições».
As declarações do presidente da UNITA não seriam de todo inocentes já que, de algum modo, se aproveitava das diferenças entre MPLA e FNLA para afirmar o seu movimento, insistindo nos perigos de uma guerra civil e considerando que «admitir tal hipótese, é inimigo de Angola».
Mal imaginariam todos os trágicos males que iriam acontecer à terra angolana que se preparava para a independência! 
Raúl Corte Real
R. Corte Real em 1974

Capitão Corte-Real, 74
anos em Lisboa !

O capitão Raúl Corte Real comandou a CCAÇ. 4145 e comemora 74 anos a 29 de Março de 2020.
Os «caçadores» desta Companhia chegaram a Vista Alegre no dia 1 de Abril de 1973 e de lá saíram em  Novembro de 1974, sendo substituídos pela 1ª. CCAV. 8423, a dos Cavaleiros do Norte de Zalala e do capitão miliciano Davide Castro Dias.
«Pouco tempo estivemos com o vosso Batalhão, até porque, no último período, Vista Alegre ficou  integrar uma grande operação no Quanza Norte - a Operação Turbilhão - e eu fiquei a comandar a única ZI do Uíge», disse-nos Raul Corte Real, recordando a sua jornada angolana.
Sabemos que mora em Lisboa e para ele vai o nosso abraço de parabéns!

sábado, 28 de março de 2020

5 009 - O dia de um(a) maior Luz, de 91 anos e na Marinha Grande!


Os alferes milicianos Jaime Ribeiro e António Garcia  (falecido a 2 de Novembro de 1979), e os tenentes 
Acácio Carreira da  Luz (que hoje comemora 91 anos, na Marinha Grande) e João Elóy Borges da
Cunha Mora (falecido, de doença e em Lisboa, a 21  de Abril de 1993, com 67 anos)
O capitão Acácio Carreira da  Luz,
em imagem de hoje, dia em que, na
Marinha Grande, festeja 91 anos!

(foto whatsapp)
Capitão Luz: a serenidade
 e lucidez em pessoa, no
dia dos seus 91 anos!!!

(foto whatsapp)

O dia 28 de Março de 1975, pelo Uíge angolano, foi tempo de, já em Carmona, o então tenente Acácio Carreira da Luz festejar juvenis 46 anos. 
Quem diria que hoje mesmo, 45 anos depois e quando comemora 91!!!..., jovial e de fresca e viva memória, pegasse no whatsapp e nos surpreendesse com agradabilíssima conversa, connosco comungando o seu natal de 2020?!!!
Pois foi isso que aconteceu, num largo momento de farta comunhão de felicidade comum, evocando a jornada africana do Uíge angolano, a alegria dos encontros da CCS e o (seu) desejo de se voltar a achar com os Cavaleiros do Norte da CCS. 
Será em Junho, será em Setembro? O que (nos) deixará fazer a epidemia covidárica que nos muda e mata a vida, forçando a muda dos nossos rumos? 
«Não esqueço a bonita homenagem do ano passado, queria agradecer-vos pessoalmente o carinho  com que me mimam», disse o capitão Luz, este ano a fazer 91 anos, lucidíssimos e serenos, e num tempo de epedemia que impede, até, a (sua) confraternização familiar.
Farto abraço, carérrimo capitão Luz!!
Vamos encontrar-nos em futuro muito, muito próximo, seguramente!!!, semeando e multiplicando juventude e cumplicidade, com toda a certeza! 
Parabéns!!!  Grandes e felizes 91 anos!!!
O capitão José Diogo Themudo, 2º. comandan-
 te e comandante interino do BCAV. 8423.
 Agora,  coronel e cavaleiro na Grande Lisboa

Comandantes do BCAV. 8423
em Vista Alegre

O dia 28 de Março de 1975, o dos 46 anos do então tenente Luz, foi dia de o comandante Carlos Almeida e Brito visitar a 1ª. CCAV. 8423, a da Fazenda Zalala, mas ao tempo aquartelada em Vista Alegre.
Ao tempo, comandante interino da Zona Militar Norte (ZMN), o comandante do BCAV. 8423 (CAB) fazia-se acompanhar pelo também interino, mas dos Cavaleiros do Norte - o capitão José Diogo Themudo, que desde o dia 24 de Março era 2º. comandante do  BCAV. 8423. Na véspera, tinham estado no Quitexe, visitando a 3ª. CCAV. 8423, a de Santa Isabel.
A 1ª. CCAV. 8423 também tinha um destacamento em Ponte do Dange e era comandada pelo capitão miliciano Davide de Oliveira Castro Dias - a quem, e à guarnição, foi apresentado o capitão José Diogo da Mota e Silva Themudo.

Cavaleiros do Norte de Santa Isabel: furriel Graciano Silva
e alferes Mário Simões (atrás) e furriéis Luís Capitão (fale-
cido a 05/01/2010, em Ourém e de doença) e José F. Carva-
lho. Há precisamente 45 anos e com o seu pelotão (o 3º. da
3ª. CCAV. 8423),  reforçaram a guarnição de Carmona 
Reforço dos Cavaleiros
e Licença de Normas

Há 45 anos, a «impossibilidade de garantir os serviços solicitados ao BCAV., que comportam também os da ZMN, também em extinção» implicou o seu reforço, a 28 de Março de 1975, com «mais um grupo de combate, este da 3ª. CCAV. 8423, por ser a subunidade que, de momento, tem a sua vida menos sobrecarregada».
Grupo de combate (o 3º. pelotão) que tinha estado na Fazenda Maria Amélia e era comandado (ver foto) pelo alferes Mário Simões e incluía os furriéis milicianos Graciano Silva, José Fernando Carvalho e Luís Capitão - este infelizmente já falecido, de doença, a 5 de Janeiro de 2010, em Vila Nova de Ourém.
Um ano antes, terminava a Licença de Normas dos futuros Cavaleiros do Norte, iniciada a 18 de Março de 1974, a qual, todavia, e segundo o Livro da Unidade, «acabou por ser aumentada, de tal modo que só a 22 de Abril se voltou a reencontra todo o pessoal do Batalhão, para dar efectivação à Instrução Operacional».
Nesse período, os quadros milicianos (alferes e furriéis) iam prestar serviços de ordem ao aquartelamento de Santa Margarida - em escala previamente estabelecida. Os praças foram dispensados dessa obrigação.
O Diário de Lisboa e a notícia do
 acordo para cessar os combates 

Acordo em Luanda
para o cessar-fogo

A reunião dos ministros Almeida Santos e Melo Antunes com o Colégio Presidencial do Governo Provisório de Angola, há 45 anos, resultou na assinatura de um protocolo entre os três movimentos de libertação, pelo qual MPLA, FNLA e UNITA «se obrigam a cessar as hostilidades e a libertar até ao meio dia de hoje todas as pessoas que prenderam durante os últimos dias».
A UNITA tinha sido neutral nos trágicos acontecimentos desses dias, mas assinou o acordo, que se negociava desde a véspera e se concluiu na madrugada de 28 de Março de 1975.
A FNLA era acusada de dispor de soldados zairenses. «Os soldados todos falavam francês e muitos deles nem conhecem qualquer dialecto angolanos. Certos meios progressistas de Luanda dizem que não sabem até que certo ponto muitos deles não terão pertencido a exércitos convencionais», referia José António Salvador, no Diário de Lisboa, acrescentando que «os soldados da FNLA continuaram as suas acções de intimidação, durante o dia de ontem», aparentemente, frisava, «com apoio de alguns pides».
Um grupo de 12 médicos do Exército Português, entretanto, apresentou um abaixo-assinado à Comissão do MFA/Angola «protestando energicamente con-
tra a actuação da FNLA», que chegou a qualificar como «bestialidade nazi».
«O que parece definir a FNLA é o seu nacionalismo exacerbado, intolerante, que usa o terror como arma», referia o comunicado dos médicos militares portugueses. A FNLA, de Holden Roberto, a antiga UPA.


sexta-feira, 27 de março de 2020

5 008 - Capitão Luz, Cavaleiro do Norte Maior, 91 anos de vida!!!

O capitão Acácio Carreira da Luz e sua «mais-que-tudo», D. Violontina, a 25 de Março de 2020, a 3
dias de comemorar mimosos e festivos, e bem vividos,  91 anos de vida! É o Cavaleiro do Norte
Maior do BCAV. 8423!!! 
«Memória para sempre», o verso do quadro
caricatura dos 90 anos do capitão Luz, em 2019

O capitão Acácio Carreira da Luz, chefe da secretaria do Comando do BCAV. 8423, festeja 91 anos a 28 de Março de 2020. Bonitérrima idade!!!
Tenente, ao tempo da jornada africana do Uíge angolano, foi louvado porque «confirmando o conceito em que era já do antecedente tido, demonstrou qualidades militares e cívicas que o cotaram como precioso e desejado auxiliar do Comando que serviu».
Tenente, a esse tempo, foi louvado porque «confirmando o conceito em que
A caricatura do militar Luz
quando festejou 90 anos!
era já do antecedente tido, demonstrou 
qualidades militares e cívicas que o cotaram como precioso e desejado auxiliar do Comando que serviu».
Além dos serviços de pessoal a cargo, o tenente/capitão Luz «chamou a si a orientação de todo o serviço de justiça do Batalhão, com o que se tornou um precioso auxiliar do seus camaradas que, pela inexperiência, viram em tal serviço complexidade e melindre», sublinha o louvor.
Louvado também porque foi militar «disciplinado, de lealdade e correcção inexcedíveis, de elevadas qualidades militares, de total dedicação pelo servo, dotado de excelente educação e civismo (...), demonstrando ser um excelente oficial, que de igual modo o tornaram considerado elos camaradas e estimado pelos subordinados».
A CCS, no encontro de 2019, homenageou-o de forma singela, simbolicamente, com um quadro, em forma de caricatura, renomeando-o o «nosso» Cavaleiro Maior, e que lhe foi entregue na sua casa da Marinha Grande, onde os «embaixadores» Neto e Viegas foram recebidos por ele e por D. Violontina, seu amor de sempre e Amazona do Norte Maior! 
«Não sei  que dizer, hoje é um dia muito bonito da minha vida...», disse o capitão Acácio Luz, emocionado, a contemplar o quadro caricaturado com que foi homenageado pelos Cavaleiros do Norte do BCAV. 8423!
Missão cumprida!!!

Amanhã, dia 28 de Março de 2020, o capitão Acácio Carreira da Luz festeja 91 anos e aqui, com amor e camaradagem lhe deixamos o abraço colectivo do povo da CCS dos Cavaleiros do Norte do BCAV 8423.
Parabéns!!! Muitos, muitos parabéns!
C. Almeida e Brito,
«cmdt» do BCAV. 8423

Almeida e Brito e José Themudo,
comandantes na vila do Quitexe!

O tenente-coronel Carlos Almeida e Brito, comandante do BCAV. 8423 mas ao tempo a comandar interinamente a Zona Militar Norte (ZMN), deslocou-se ao Quitexe no dia 27 de Março de 1975, há 45 anos.
O objectivo foi apresentar o capitão José Diogo da Mota e Silva Themudo, oficial de Cavalaria, que no dia 24 assumira o comando, também interino, dos Cavaleiros do Norte, no BC12, em Carmona. A guarnição do Quitexe, a esse tempo, era formada pela 3ª. CCAV. 8423, do comando do capitão miliciano José Paulo de  Oliveira Fernandes e que da Fazenda Santa Isabel rodara a 10 de Dezembro de 1974.



quinta-feira, 26 de março de 2020

5 007 - Patrulhamentos mistos em Carmona e granadas no jardim do Governador!

Carmona, parada do BC12 - há 45 anos. Forças integradas de Angola a caminho da instrução
ministrada pelos especialistas instrutores, alferes e furriéis milicianos dos Cavaleiros do 
Norte da CCS do BCAV. 8423 

Cavaleiros do Norte ainda no Quitexe, em 1974, todos
furriéis milicianos: Flora, Costa (Morteiros), Belo,
Bento e Abrantes (adido à CCS)

O dia 26 para 27 de Março de 1975, em Carmona, foi o do início dos patrulhamentos mistos, envolvendo forças do Exército Português, da FNLA, do MPLA e da UNITA.
A medida ensaiava a formação do (seria e não foi) futuro Exército Unificado e, ao tempo, já vários instrutores dos Cavaleiros do Norte da CCS lhes ministravam formação militar - nas suas diversas especialidades.
A experiência «mista», aliás, «já havia sido experimentada em 15 de Março, aquando das comemorações do feriado
da FNLA» e, como aqui já dissemos, acontecera «exclusivamente em serviço de segurança dos locais das ditas comemorações». 
A experiência nem sempre correu bem, devido às rivalidades entre os combatentes dos 3 movimentos - que muitas vezes, e por nada, se envolviam em escaramuças que, muitas vezes,  só não tiveram consequências trágicas por prontas e determinadas intervenções dos Cavaleiros do Norte em funções operacionais. Os elementos dos três movimentos não se entendiam e não distinguiam as suas novas funções das que até aí assumiam.
O Diário de Lisboa de 26 de Março
de 1975 noticiou a explosão no
Palácio do Governador Geral

de Angoça

Granadas no jardim
do Palácio do Governo

O jardim do Palácio do Governador Geral, em Luanda, foi alvo da explosão de duas granadas, na noite anterior e sem provocar feridos.
Soldados da FNLA, de acordo com o Diário de Lisboa, tinham horas antes ocupado «posições no cimo de alguns prédios» e, de resto, «ouviram-se tiros de armas pesadas, durante a noite, embora se desconheçam os autores dos disparos»
Havia civis com armas e o Alto Comissário Silva Cardoso, em comunicado, fez saber que «as forças portuguesas e as forças mistas actuarão severamente contra todos os civis portadores de armas de guerra», frisando que «a sua presença vem sendo constantemente notada nos últimos incidentes».
José A. Moura,
clarim de Zalala

Moura, clarim de Zalala,
66 anos em Alijó!

O soldado clarim Moura, da 1ª. CCAV. 8423, a dos Cavaleiros do Norte de Zalala, festeja 68 anos a 26 de Março de 2020.
José de Azevedo Moura, de seu nome completo, foi por lá, por terras uíjanas, e além da sua função de especialidade, impedido da messe de oficiais e muito popular entre a guarnição. 
Natural de Casal de Loivos, concelho de Alijó, em Trás-os-Montes, lá voltou a 10 de Setembro de 1975, no final da sua jornada africana. Nada mais dele sabemos, mas, para onde quer que esteja, vai o nosso abraço de parabéns!

quarta-feira, 25 de março de 2020

5 006 - Cavaleiros do Norte da CCS do BCAV. 8423 encontram-se a 6 de Junho de 2020

Os Cavaleiros do Norte da CCS vão este a,o confraternizar em Braga, com chancela organizativa
do furriel miliciano Manuel Machado. Será no dia 6 de Junho, um sábado, e na Abadia do Este
O furriel Manuel Machado, organizador do encontro
 de 2020,  e o alferes António Albano Cruz,
ambos milicianos da CCS do BCAV.8423
Os Cavaleiros do Norte da CCS do BCAV. 8423 vão reunir-se a 6 de Junho de 2020, em Braga. O organizador é o furriel miliciano Manuel Machado e tudo aponta para que a confraternização anual vá decorrer no restaurante Abadia de Este.
«A malta que se vá preparando, pois o local e magnífico e não podemos deixar morrer o que sentimos de Angola, as muitas saudades das suas gentes, com quem nos cruzámos num período épico e histórico e muito especial das nossas vidas», disse Manuel Machado, certamente recordado dos duros tempos de há 45 anos,  tempos muito, muito difíceis e delicados para os Cavaleiros do Norte, semanas e meses seguidos praticamente sem folgas (ai folgas!...) e enfrentando, no dia a dia, uma cada vez mais crescente e evidente animosidade da comunidade civil branca - muito hostil, na verdade, à tropa portuguesa.
O furriel Machado recebeu a «opa» de organizador do Joaquim Moreira, em 2019 e em Rans, Penafiel, e quem com ele quiser ir fazendo contactos , poderá fazê-lo pelo telemóvel 936408336, ou pelo endereço electrónico manuelafonsomachado@gmail.com
O alferes António Garcia, de Operações Especiais
(Rangers) na porta d´armas do BC12, em Carmona,
a actual cidade do Uíge

Calma em Carmona
e pelo Uíge fora

Os Cavaleiros do Norte, há 45 anos, continuavam a sua jornada em ambiente de relativa calma, embora carregados de serviços, nomeadamente os militares operacionais  - que, pela natureza da sua especialização, estavam encarrega-
dos da segurança de pessoas e bens, fossem civis ou fossem militares, para além da das várias instalações da Forças Armadas e serviços púbicos da cidade de Carmona.
Era muito curto o número de efectivos disponíveis, apenas os operacionais da CCS e da 2ª. CCAV. 8423 (a de Aldeia Viçosa), para tanta exigência de segurança, só na cidade.
A guarnição instalada no quartel do extinto BC12 desmultiplicava-se, por isso, em tarefas para «garantir os serviços solicitados ao BCAV., os quais comporta(va)m também as necessidades da Zona Militar Norte» - a ZMN, ao tempo já em fase «também em extinção».
Notícia do Diário de Lisboa de 25 de Março de 1975 sobre
 a situação em Angola: «Mais de 20 mortos nos combates
 entre as forças o MPLA e da FNLA», em Luanda. «A calma

 regressa a Luanda», antetitulava o jornal vespertino

Incidentes em
Luanda 
com 20 mortos

A 25 de Março de 1975, uma terça-feira, as autoridades militares portuguesas em Angola faziam o balanço dos incidentes entre o MPLA e a FNLA, de dois dias antes: 18 mortos entre os militantes deste movimento, o de Holden Roberto, «enquanto nenhum há a registar entre as forças do MPLA», reportava o Diário de Lisboa, porém, sublinhando que «no momento, é difícil determinar o número de vítimas». Sem esquecer os 2 civis.
Os incidentes entre as FAPLA (Forças Armadas Populares de Libertação de Angola, o braço armado do MPLA) e o ELNA (Exército de Libertação Nacional de Angola), idem, da FNLA) tinham recomeçado na madrugada do dia 23, o domingo - depois de escaramuças a 21 (a 6ª.-feira anterior), «nalgumas zonas dos subúrbios e afectaram seriamente a vida da população» da cidade de Luanda.
Havia mesmo, segundo o Diário de Lisboa, «certas áreas interditas à normal circulação de pessoas e viaturas», como era o caso do Bairro Cazenga, «onde durante toda a tarde e noite de ontem se ouviram constantes disparos de armas automáticas e rebentamento de granadas». Ontem, que - recuemos no tempo... - foi o dia 24 de Março de 1975, uma segunda-feira.
O Alto-Comissário Silva Cardoso, à di-
reita, com o almirante Rosa Coutinho

Morte de 2 crianças
no bairro Cazenga

O bairro suburbano do Calemba também não escapou aos combates e, segundo o Diário de Lisboa, «foi palco de novos incidentes», os que, à data, «há 48 horas vem envolvendo forças das FAPLA (do MPLA) e do ELNA (da FNLA».
A chamada «cidade do asfalto», essa parecia longe de tais guerras. «A calma não tem sido perturbada. A vida de decorre serenamente, embora se note apreensão no rosto das pessoas», reportava ao Diário de Lisboa, acrescentando, porém, que, no Cazenga, «algumas pessoas foram atingidas pelas balas e duas crianças morreram devido ao tiroteio».
As Forças Armadas Portuguesas intervieram ao final da tarde do dia 23, após reunião do Conselho Nacional de Defesa (CND), e foi reposta a calma. Patrulhas mistas - formadas por militares portugueses e dos movimentos de libertação - colaboraram na «manutenção da ordem»
O CND, presidido pelo Alto-Comissário Silva Cardoso, general português, e os Estados Maiores do MPLA e da FNLA «ordenaram o regresso aos quartéis das tropas dos dois movimentos de libertação» - os dos presidentes, respectivamente, Agostinho Neto e o de Holden Roberto.
A Fazends Samta Isabel, onde se aquartelou
a 3<º. CCAV. 8423 dos Cavaleiros do Norte

Gonçalves de Santa Isabel,
67 anos no Barreiro !

Francisco Gestrudes Gonçalves foi 1º. cabo condutor auto-rodas da 3ª. CCAV. 8423 e festeja 68 anos no dia 25 de Março de 2020.
Cavaleiro do Norte da Fazenda Santa Isabel e do capitão José Paulo Fernandes, regressou a Portugal no dia 11 de Setembro de 1975 e fixou-se na Rua Voz do Operário, na cidade do Barreiro. A vida levou-o para a freguesia de Verderena (na Rua Cândido de Oliveira) também no Barreiro, onde vive e para onde vai o nosso abraço de parabéns! 

terça-feira, 24 de março de 2020

5 005 - Comandantes do Uíge: Almeida e Brito na ZMN, Themudo Barata no BCAV 8423!

O capitão de Cavalaria José Diogo Themudo, à di-
 reita e na varanda do BC12, com o alferes João Ma-
chado (à esquerda) e o capitão José Paulo Falcão
O tenente-coronel Carlos Al-
meida e Brito, comandante
do BCAV. 8423 



A 24 de Março de 1975, já lá vão 45 anos, o tenente-coronel Almeida e Brito assumiu o comando interino da ZMN. E o capitão Themudo o do Batalhão de Cavalaria 8423. Também interinamente e substituindo Almeida e Brito. 
O agora coronel aposentado José Diogo Themudo tinha chegado a Carmona dias antes, convidado pelo próprio comandante dos Cavaleiros do Norte a assumir as funções de 2º. comandante. Encontraram-se em Luanda, acidentalmente, e estando vaga a função, acabou por aceitá-la. Estava pela capital angolana sem atribuições, depois de a companhia para que fora mobilizado (em regime de rendição individual) ter regressado a Lisboa.
Um dia foi ao aeroporto para se despedir de um camarada de armas e foi lá que o tenente-coronel Almeida e Brito o achou. «Convidou-me para 2º. comandante do Batalhão e apesar de serem funções de major e eu ser apenas capitão, aceitei o convite. Resolvemos o problema no Quartel-General e fui para Carmona», historiou o agora coronel aposentado José Diogo Themudo.
Notícia do Diário de Lisboa sobre o recrutamento, pela
FNLA, de refugiados para as suas Forças Armadas

Incidentes em Luanda e
recrutamento da FNLA

Os tiroteios na área suburbana de Luanda continuaram a 23 de Março de 1975, envolvendo forças do MPLA e da FNLA - mesmo depois do acordo de sábado à noite (dia 21) e ante a propositada não intervenção das Forças Armadas Portuguesas. Por decisão do Comando de Sector de Luanda.
Ao mesmo tempo, a FNLA preparava o repatriamento de refugiados no Zaire, numa operação de três etapas, segundo noticiava a revista «Afrique-Asie»: 
1 - Uma primeira, já iniciada em Setembro de 1974, agrupando-os em quatro agrupamentos,  no Zaire (Nandulu, Kassai, Baixo Zaire e Shabi);
2 - Uma segunda, então em execução, instalando-os em 20 campos de alojamento ao longo da fronteira com Angola;
3 - Finalmente, uma terceira, envolvendo o transporte e instalação dos refugiados em Angola e em diferentes campos permanentes.
Samujel Abrigada

FNLA sem apoios
para os refugiados

A operação envolveria 400 000 refugiados (segundo a ONU), ou dois milhões (segundo a FNLA). E custaria qualquer coisa parecida com 20 milhões de dólares. 
O Zaire não financiaria a operação (por falta de tesouraria e depois de o FMI lhe ter recusado um empréstimo) e a revista «Afrique-Asie» noticiava que o ministro da Saúde do Governo Provisório (Samuel Abrigada, da FNLA) pediu, mas não teve, dinheiro de Igrejas Reformistas americanas.
Assim sendo, e ainda segundo a mesma revista, «certas empresas mineiras e fazendeiros do Norte de Angola estariam dispostos a financiar a operação». A FNLA, com esta medida, dizia a «Afrique-Asie», «mataria dois coelhos de uma só cajadada: poderia recrutar no Zaire um exército para ocupar o Norte de Angola e para apoiar os seus projectos de domínio no Governo de Luanda».
José Romão


Romão de Zalala, 68
anos em Setúbal !

O condutor-auto Romão, soldado da 1ª. CCAV. 8423, festeja 68 anos a 25 de Março de 2020.

Cavaleiro do Norte da Fazenda de Zalala, depois de Vista Alegre/Ponte do Dange, Songo e Carmona, regressou a Portugal em data desconhecida (o seu nome não consta da lista de embarque dos «zalalas», a 9 de Setembro de 1975, de Luanda para Lisboa), mas por informação do furriel João Dias (TRMS), sabemos que reside em Setúbal, para onde vai o nosso abraço de parabéns! 

segunda-feira, 23 de março de 2020

5 004 - A Polícia Militar (PM) em Carmona para «evitar» quezílias com a comunidade civil!



Grupo de Cavaleiros do Norte da CCS. Da esquerda para a direita, alferes Garcia, Domingues, 1ºs. cabos
Cordeiro e Silvestre, Marcos (de bigode e a espreitar), NN (de lado), Leal (boina no ombro), 1ºs cabos Al-
meida (atrás do Leal), Vicente e Soares (ambos de bigode), Messejana, Alberto (de cervaja na mão), Flo-
rencio, Aurélio e Botelho (de bigode). Atrás e à esquerda, de pé, um trio não identificado (sapadores?). À
direita, em baixo, o Madaleno e o Francisco (de braços cruzados). O alferes Garcia, os 1ºs. cabos Al-
meida, Vicente e Soares e os soldados Leal, Domingues e Messejana já faleceram. RIP!!!
Messejana, 1º.s cabos Soares e Vicente, soldado
 Leal e 1º. cabo Almeida: 5 Cavaleiros do
 Norte do PELREC que já faleceram
Alferes A. Garcia e soldado
A. Gomes, do PELREC,
já faleceram


O dia 23 de Março de 1975, pelas bandas do Uíge ango-
lano, foi tempo de iniciar «um serviço de PM nas ruas da cidade» de Carmo-
na, onde se aquartelava parte do BCAV. 8423.
A mudança para a cidade, de acordo com o livro «História da Unidade», «levou à necessidade de promulgação de novas NEP, ou alteração das mesmas», tendo em conta «o modo de garantir a melhor apresentação do pessoal militar, sobretudo com vista a procurar, através deste meio, prever a resolução das muitas quezílias existentes entre a população civil e as NT, devido a animosidade que aquela tem a esta».
A tarefa dos PM´s do BCAV. 8423 não era nada fácil na verdade, pois a comuni-
dade civil, cada vez mais inquieta e insegura quanto ao seu futuro, «debitava» sobre a tropa todos os seus desabafos e iras - que muitas vezes andaram pela ofensa verbal e, mais raramente, pelas ameaças físicas. Que, todavia, não passaram disso - embora se repetissem pequenos incidentes nas ruas, nas esplanadas, cinema e outros espaços públicos da capital do Uíge. 
A ordem da tropa era «não reagir» e às equipas de PM cabia manter a ordem e a segurança da cidade, aprudentando o bom comportamento dos Cavaleiros do Norte. E, neste capítulo, sem quaisquer problemas a registar.
P. Malheiro e esposa na
Lomba de Gondomar (2015)
P. Malheiro
em 1974/75

Malheiro, o caçula, 64
anos em Santo Tirso !

O 1º. cabo Malheiro  foi especialista de reparação e manutenção de material, às ordens do (seu) conterrâneo alferes miliciano António Albano Cruz.
Porfírio Tomás Malheiro de Jesus era o mais novo (o caçula) Cavaleiro do Norte do BCAV. 8423 e jornadeou nas oficinas-auto da CCS, no Quitexe e em Carmona. Festeja 65 anos a 24 de Março de 2020.
Regressou a Portugal a 8 de Setembro de 1975 e fixou-se no lugar de Foral, freguesia e concelho de Santo Tirso, e mora agora na cidade. É motorista de transportes internacionais e para ele vai o nosso abraço de parabéns!