CAVALEIROS DO NORTE!! Batalhão de Cavalaria 8423, última guarnição militar portuguesa nas terras uíjanas de Quitexe, Zalala, Aldeia Viçosa, Santa Isabel, Vista Alegre, Ponte do Dange, Songo e Carmona! Em Angola, anos de 1974 e 1975!

quinta-feira, 26 de março de 2020

5 007 - Patrulhamentos mistos em Carmona e granadas no jardim do Governador!

Carmona, parada do BC12 - há 45 anos. Forças integradas de Angola a caminho da instrução
ministrada pelos especialistas instrutores, alferes e furriéis milicianos dos Cavaleiros do 
Norte da CCS do BCAV. 8423 

Cavaleiros do Norte ainda no Quitexe, em 1974, todos
furriéis milicianos: Flora, Costa (Morteiros), Belo,
Bento e Abrantes (adido à CCS)

O dia 26 para 27 de Março de 1975, em Carmona, foi o do início dos patrulhamentos mistos, envolvendo forças do Exército Português, da FNLA, do MPLA e da UNITA.
A medida ensaiava a formação do (seria e não foi) futuro Exército Unificado e, ao tempo, já vários instrutores dos Cavaleiros do Norte da CCS lhes ministravam formação militar - nas suas diversas especialidades.
A experiência «mista», aliás, «já havia sido experimentada em 15 de Março, aquando das comemorações do feriado
da FNLA» e, como aqui já dissemos, acontecera «exclusivamente em serviço de segurança dos locais das ditas comemorações». 
A experiência nem sempre correu bem, devido às rivalidades entre os combatentes dos 3 movimentos - que muitas vezes, e por nada, se envolviam em escaramuças que, muitas vezes,  só não tiveram consequências trágicas por prontas e determinadas intervenções dos Cavaleiros do Norte em funções operacionais. Os elementos dos três movimentos não se entendiam e não distinguiam as suas novas funções das que até aí assumiam.
O Diário de Lisboa de 26 de Março
de 1975 noticiou a explosão no
Palácio do Governador Geral

de Angoça

Granadas no jardim
do Palácio do Governo

O jardim do Palácio do Governador Geral, em Luanda, foi alvo da explosão de duas granadas, na noite anterior e sem provocar feridos.
Soldados da FNLA, de acordo com o Diário de Lisboa, tinham horas antes ocupado «posições no cimo de alguns prédios» e, de resto, «ouviram-se tiros de armas pesadas, durante a noite, embora se desconheçam os autores dos disparos»
Havia civis com armas e o Alto Comissário Silva Cardoso, em comunicado, fez saber que «as forças portuguesas e as forças mistas actuarão severamente contra todos os civis portadores de armas de guerra», frisando que «a sua presença vem sendo constantemente notada nos últimos incidentes».
José A. Moura,
clarim de Zalala

Moura, clarim de Zalala,
66 anos em Alijó!

O soldado clarim Moura, da 1ª. CCAV. 8423, a dos Cavaleiros do Norte de Zalala, festeja 68 anos a 26 de Março de 2020.
José de Azevedo Moura, de seu nome completo, foi por lá, por terras uíjanas, e além da sua função de especialidade, impedido da messe de oficiais e muito popular entre a guarnição. 
Natural de Casal de Loivos, concelho de Alijó, em Trás-os-Montes, lá voltou a 10 de Setembro de 1975, no final da sua jornada africana. Nada mais dele sabemos, mas, para onde quer que esteja, vai o nosso abraço de parabéns!

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